No mundo dos investimentos, existem pessoas que defendem fervorosamente a importância dos dividendos, enquanto outros não ligam tanto para onde são destinados os lucros das empresas da bolsa de valores.

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Quem é a favor da não distribuição de dividendos, acredita que a empresa deve reinvestir todo seu lucro na sua própria operação, para crescer e no futuro entregar lucros ainda maiores.

Mas será que isso faz sentido na prática?

Nem sempre a empresa tem nas mãos projetos com uma rentabilidade potencial atraente.

Nem sempre a empresa tem espaço suficiente para crescer exponencialmente dentro de seu segmento de atuação.

Pense em uma empresa geradora de energia elétrica, ela não tem como simplesmente criar uma nova matriz geradora do nada.

Mas em determinados segmentos, há ocasiões onde o dinheiro “queima na mão” dos gestores.

Chegado esse momento, a empresa poderia se aventurar em busca de crescimento em novos segmentos.

Entretanto, a falta de expertise atuando fora de sua área de competência pode resultar em investimentos que gerem rentabilidade abaixo do esperado.

Antes de avançar nesse tópico, voltemos aos dividendos em si.

Responda: você aceitaria trabalhar por um salário de zero reais? Imagino que não, ao menos que seja por um voluntariado.

Então, porque um investidor aceitaria que o “trabalho do seu dinheiro” não fosse remunerado.

Algumas décadas atrás, o mercado de ações aceitou temporariamente a ideia de que não existia a necessidade de que o capital investido em empresas no mercado fosse remunerado mediante proventos.

Ou seja, receber dividendos (incluindo JCP) poderia não ser interessante.

Um paper dos economistas Modigliani e Miller na década de 1970 tratou o assunto da irrelevância dos dividendos.

Eles argumentavam que, assumindo determinadas premissas na hipótese de mercados perfeitos, os dividendos eram irrelevantes por não serem capazes de alterar o valor de mercado de uma empresa.

Ou seja, seria irrelevante para o acionista ser remunerado mediante proventos ou por meio da valorização das ações a partir do reinvestimento do lucro excedente na própria operação da companhia.

Essa teoria seria genial para os executivos das empresas, já que não existiria compromisso nenhum para distribuir proventos e poderiam manter todo o excedente de caixa dentro da companhia.

A teoria até pode parecer racional. O problema está nas premissas assumidas para a teoria ser verdadeira.

Uma das bases da teoria de Modigliani e Miller consistia em que os agentes de mercado contavam com as mesmas informações.

De fato, nem com o avanço enorme da tecnologia estamos perto de uma situação dessas.

Essa premissa está longe da realidade. A quantidade e qualidade das informações muda de agente para agente de mercado financeiro.

Sendo assim, acredito que os dividendos representam um veículo importante para remunerar o capital dos acionistas.

Não só pelo valor econômico e o fluxo de recursos gerado, mas também porque ajuda a disciplinar os executivos das empresas, reforçando a governança.

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Com uma política de dividendos clara e objetiva, a empresa se compromete a administrar os recursos (que são escassos) de uma forma mais cuidadosa.

Buscando um equilíbrio saudável entre a distribuição de proventos e o reinvestimento para crescimento da própria operação.

Uma administração comprometida e competente em termos de alocação de ativos permite a uma empresa gerar valor ao longo do tempo.

Independentemente do cenário macroeconômico, com taxa de juros alta ou baixa, com momentos de crise ou de bonança econômica toda empresa deve ser cautelosa com sua alocação de capital.

Na hora de montar sua carteira, escolha empresas com boas práticas de governança corporativa e que levem a sério sua base acionária com uma política de dividendos bem definida.

Caso queira receber ajuda para montar uma carteira com empresas que pagam dividendos de forma recorrente e sustentável, conte comigo e com os nossos consultores de investimento.

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