Como já temos falado por aqui, o grande risco do mercado financeiro no momento não são as eleições.
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Pesquisa vai, pesquisa vem, declarações de lá e de cá e o mercado de ações adota um tom bastante indiferente com a política doméstica.
Claro que ainda poderemos ter solavancos em um eventual segundo turno, mas, ao menos até aqui, o mercado tem gastado mais a sua atenção com as condições financeiras externas.
O problema inflacionário mundo afora é real e parece se agravar.
Mais do que isso, diferente do Brasil, aquele pessoal não está acostumado a conviver com a inflação, tampouco combatê-la.
E com as taxas de juros lá fora abrindo e os títulos de renda fixa prefixados pagando prêmios cada vez maiores, os riscos de um reflexo negativo por aqui aumentam.
Segunda-feira (26) já experimentamos um forte soluço com o Ibovespa caindo forte e o dólar subindo.
Mas os sinais domésticos da macroeconomia, até o momento, tem conspirado a nosso favor.
O trabalho do Banco Central começa a surtir efeito, com o IPCA-15 de setembro apresentando uma deflação de 0,37%, queda mais aguda do que o esperado pelo mercado.
No mesmo sentido, o BC, através da ata do Copom reafirmou que se manterá vigilante e que não hesitará em retomar o ciclo de alta de juros, caso necessário.
Dois diretores do comitê votaram favoravelmente a uma alta adicional de 0,25% na última reunião, ainda que tenham sido votos vencidos.
Paralelamente a isso, economistas ligados a Lula reafirmaram a importância da manutenção da independência do Banco Central, o que tranquiliza os ânimos do mercado em uma eventual mudança de governo na virada do ano.
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Não saber quem será o próximo presidente pode até nos angustiar, mas saber quem será o presidente do BC em 2023 é algo que tranquiliza e muito.
Apesar de não estarmos em uma ilha isolada do mundo, estamos em uma posição privilegiada.
O nosso juro está alto e bom para quem quer formar reserva de emergência, nossas empresas estão saudáveis e os valuations estão baratos.
O Brasil não precisa decolar para a sua carteira de investimento ir bem.
Ele pode ir bem tão somente pelo fato de que hoje os ativos estão baratos.
Poucas vezes vimos tanta oportunidade tanto em renda fixa como em bolsa de valores brasileira simultaneamente.
Montar uma boa carteira hoje é o segredo dos frutos colhidos de amanhã.
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