Quando decidimos estruturar uma carteira de ações de dividendos, podemos nos deparar com a seguinte questão: Dividendos altos ou dividendos crescentes?

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Antes do que nada, quando formos analisar dividendos, devemos observar janelas longas de tempo.

Focar num curto histórico de pagamento de dividendos pode nos levar a tomar conclusões erradas.

Por exemplo, se analisarmos só os últimos 12 meses podemos chegar a pensar que a Vale (VALE3) é uma excelente pagadora de dividendos.

Distribuição de dividendos da VALE3
Gráfico histórico de distribuição de dividendos da VALE3. Fonte: GuiaInvest Pro

O ideal consiste em avaliar, no mínimo, os últimos 5 anos para tentar identificar o verdadeiro perfil de distribuição de dividendos da empresa.

Será que vale mais a pena investir em empresas com dividendos atuais elevados ou naquelas com um histórico de dividendo baixo e crescente?

Escolhendo um período longo, vemos como a Telefônica Brasil (VIVT3) pagou dividendos de modo consistente durante os últimos 10 anos. 

Distribuição de dividendos da VIVT3
Histórico de distribuição de dividendos da VIVT3. Fonte: GuiaInvest Pro

Durante o período analisado, o dividendo distribuído não cresceu e se manteve praticamente estável, pagando em média entre R$ 3 e R$ 4 por ação.

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Quando verificamos o desempenho do preço da ação no mesmo período, podemos apreciar que teve uma valorização próxima a 170%.  

Valorização das ações VIVT3
Valorização das ações VIVT3 nos últimos 10 anos. Fonte: GuiaInvest Pro

Um dado importante a ser levado em conta é que no gráfico apresentado contabiliza os dividendos distribuídos no período.

Se tirarmos os dividendos pagos do gráfico, vamos perceber que a valorização da ação nesses últimos 10 anos foi bem menor.

Um gráfico bem mais “flat”, com alta de 25% aproximadamente, conforme imagem abaixo.

Valorização das ações VIVT3 desconsiderando dividendos
Valorização das ações VIVT3 desconsiderando dividendos.

Quase toda a alta do período pode ser atribuída aos dividendos que foram distribuídos.

No exemplo da VIVT3, podemos perceber a importância de os dividendos serem reinvestidos para obter uma rentabilidade razoável sobre o capital investido.

Empresas que pagam dividendos elevados sem um resultado operacional crescente tendem a oferecer uma performance inferior. Daí a importância de reinvestir os dividendos.

Agora vamos ver o exemplo de uma empresa que mesmo distribuindo um dividendo menor em termos percentuais, consegue crescer seu resultado operacional ano após ano.

A Weg (WEGE3) é uma empresa que vem aumentando o volume distribuído em forma de proventos de forma constante durante os últimos 10 anos.

Proventos pagos pela WEGE3
Histórico de proventos pagos pela WEGE3.

O percentual de Dividend Yield pago pela empresa historicamente tende a ser baixo. Pois a empresa reinveste boa parte do seu lucro nas suas operações para continuar crescendo.

Quem compra as ações hoje, nos preços atuais, estaria recebendo aproximadamente um Dividend Yield de 1%.

E quem comprou as ações em 2011?

Essa pessoa estaria com um Dividend Yield na casa dos 8% sobre o valor investido lá atrás. O famoso Yield on Cost.

A empresa no ano de 2020 distribuiu R$ 927 milhões.

Se a ação foi comprada em 2011 (momento em que a empresa tinha um valor de mercado de R$ 11 bilhões), o Yield on Cost atual seria de 8% aproximadamente.

É fácil perceber como a empresa, além de distribuir dividendos (embora seja um DY baixo), tem seu foco principal no crescimento do resultado operacional.

Consequentemente, se o lucro for investido de forma eficiente, o valor de mercado da empresa aumenta também.

Nos últimos 10 anos a cotação das ações da WEG cresceu significativamente.

O market cap da empresa aumentou mais de 1.300% no período.

Cabe destacar que aqui foi escolhido o exemplo de uma empresa que deu certo.

A estratégia de escolher empresas com dividendos baixos e crescentes (progressivos) tem seus riscos.

O reinvestimento do lucro das empresas nem sempre é alocado de forma eficiente em projetos vencedores.

Com os exemplos citados, percebemos a importância de focar no longo prazo. Ter uma visão de curto prazo pode nos levar a tomar decisões erradas.

Uma carteira diversificada de dividendos tem espaço para empresas com os 2 tipos de perfis mencionados.

No entanto, antes de escolher as empresas, o investidor deve entender tanto a política de dividendos quanto a de investimentos de cada empresa.

Logo depois, deve escolher aquelas mais alinhadas com seus interesses.  

O investidor que possuir empresas dos 2 tipos, pode se beneficiar tanto da renda passiva advinda das empresas boas pagadoras de dividendos quanto da valorização mais expressiva daquelas que pagam dividendos baixos e progressivos.

Lembre-se, se você está na fase de crescimento patrimonial, reinvestir os dividendos recebidos é de extrema importância para que o juro composto acelere o seu processo de enriquecimento

Da nossa parte, prometemos muito esforço em encontrar empresas que paguem dividendos crescentes a cada ano, para que o seu fluxo de renda seja cada vez maior.

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