A Itaúsa (ITSA4) é uma holding que detém empresas de diversos setores, porém a maior parte do seu resultado vem do Banco Itaú (ITUB4).
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Essa dependência faz com que pessoas do mercado digam que “comprar Itaúsa é comprar Itaú com desconto”.
A holding atualmente investe em ações seguintes empresas:
- Itaú;
- XP Inc.;
- Alpargatas;
- Dexco;
- Aegea;
- Copa Energia;
- NTS.
Será que essa dependência do Itaú (quase 90% do seu resultado) vai ser permanente ou pode ser diferente no futuro?
Segundo as palavras do Alfredo Setubal, diretor-presidente da Itaúsa, a empresa acredita que vai diminuir cada vez mais sua dependência do Itaú, diversificando seu portfólio cada vez mais.
Caminhando para o que a Berkshire Hathaway (BERK34) faz (salvando as distâncias).
A chegada da XP ao portfólio diminui a dependência do Itaú e aporta uma empresa de crescimento entre suas subsidiárias.
Mesmo assim, a Itaúsa não descarta se desfazer da participação na XP (atualmente possui 15,1% de participação indireta, algo mais de R$ 18 bilhões) para investir em outros novos empreendimentos.
O próprio Setubal indicou que estão atentos a possíveis investimentos no agronegócio e em energia.
Outra possibilidade é a Itaúsa se desfazer da posição da XP aos poucos e devolver isso em forma de dividendos aos seus acionistas com o passar do tempo.
Por que comprar Itaúsa é comprar Itaú com desconto? Como funciona o desconto da holding?
Uma holding deveria valer a soma das partes das empresas que fazem parte do seu portfólio. Porém, o valor de mercado da Itaúsa é menor que a soma das partes das empresas que possui.
Esse é o desconto que o investidor consegue comprando ações da holding e não da subsidiária diretamente.
Parte desse “desconto” é explicado devido a que uma holding tem uma série de despesas de manutenção, impostos sobre uma fracção dos proventos que recebe (ineficiência fiscal) e riscos que envolvem a operação.
Assim, é natural que a holding negocie com um determinado desconto.
E os dividendos?
Considero que os dividendos da Itaúsa devem ser maiores no futuro.
Durante a pandemia, a empresa foi afetada pela decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de limitar o payout dos bancos a 25% e seguiu essa linha.
Com o aumento progressivo dos dividendos pagos pelo Itaú (com a reversão das provisões), a holding distribuirá novamente dividendos mais atraentes nos próximos meses.
Existe ainda a possibilidade de a empresa não retornar ao patamar de dividendos pagos entre 2018 e 2019.
Isso pode não ser um fator negativo para o acionista, pois a empresa está conseguindo uma elevada rentabilidade com seus investimentos, o que acaba remunerando muito bem o acionista no longo prazo.
O que esperar da empresa?
O Itaú, que continua sendo a maior posição da Itaúsa, deve continuar melhorando seus indicadores, após as reversões das provisões de 2020.
A Itaúsa continua atenta às oportunidades de novos investimentos, tanto nas empresas já investidas, como em novas empresas que aportam uma maior diversificação setorial.
A própria empresa considera que suas ações estão sendo negociadas por um valor abaixo do valor intrínseco, e até o mês de julho, recomprou 4 milhões de suas próprias ações a um preço médio de R$ 11,20.
Embora a empresa seja ainda muito dependente do resultado do Itaú, está iniciando um processo para se transformar numa holding mais diversificada.
O processo está só começando e pode demorar alguns anos, mas é importante já se posicionar e ter a ação na sua carteira.
Esses novos investimentos serão os que vão determinar se a Itaúsa poderá ser considerada no futuro a “Berkshire brasileira”.
Acredito que a holding está indo no caminho certo.
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