Com o fim do mês de agosto, já é possível traçarmos dois cenários para o mercado de fundos imobiliários até o final de 2022.
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No primeiro semestre, somente se falava sobre os fundos de papel e seus rendimentos generosos.
De agora em diante, o desafio será superar esse patamar.
Com o olhar natural do investidor para o retorno mensal, o entusiasmo quanto aos fundos de tijolos era quase nulo.
Mesmo com preços descontados e bons níveis de dividendos para carregar as posições, o segmento ainda não tinha apelos suficientes para atrair a atenção da maioria.
Ruim para quem deixou passar tantas oportunidades, mas perfeito para quem criou uma estratégia focada em acumular cotas de fundos de tijolos, mantendo a paciência e a disciplina dos aportes - e abrindo mão dos rendimentos mensais de curto prazo.
Quem adquiriu cotas de fundos de tijolo, nesse momento está sendo premiado com a valorização de dois dígitos em boa parte da sua carteira de fundos imobiliários.
Desde janeiro deste ano, a minha sugestão de alocação inicial aos nossos clientes sempre foi em priorizar a diversificação e a alocação nos segmentos de fundos com imóveis físicos.
À época, o meu discurso sempre foi que dificilmente veríamos novamente os mesmos fundos naqueles preços.
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E cá estamos nessa realidade, mais rápido do que imaginávamos...
Desde a metade do mês de julho, já víamos uma retomada tímida nos preços dos fundos de tijolos em função da nova realidade dos fundos de papel.
A redução dos rendimentos já começava a acontecer e o medo de um cenário futuro sem dividendos por causa da deflação (a ser divulgada ainda naquele momento) já pairava pelo ar.
Quanto a esse tema, vale abrir um parêntese para explicar: é importante deixar claro que o risco evidentemente existe, mas é pouco provável que esse cenário se materialize.
Existem fatores que corroboram para diminuir esse risco, uma vez que os fundos podem realizar a venda de seus ativos, por exemplo.
Com isso, é possível distribuir toda a inflação acumulada de uma só vez, ao invés de se esperar o recebimento mensal conforme o cronograma de amortização do título (Certificados de Recebíveis Imobiliários - CRI) por parte do devedor.
Para gestores precavidos, é possível ainda que o fundo tenha uma reserva acumulada para atravessar momentos adversos como esse, evitando grande volatilidade nos rendimentos.
Mais importante ainda, é olharmos para o longo prazo para entendermos como se posicionar no curto prazo, aproveitando-se das oportunidades para ganhar dinheiro.
Veja, esse cenário atual de deflação não será perpetuado.
Teremos um período pontual com esses ajustes, mas seguiremos tendo que combater a inflação.
E você sabe como tudo isso é incerto. Por isso, fica aqui o meu conselho para que você não venda nenhum fundo por razões emocionais.
Voltemos aos fundos de tijolos...
O movimento forte de recuperação acontece mesmo em agosto, após a sinalização do fim do ciclo de alta de juros pelo Copom no início do mês e o anúncio da deflação de julho, conforme se previa, logo na sequência.
Se a retomada dos fundos de tijolos veio para ficar ou não, é mais provável a gente dizer que sim, mas certamente não será isenta de muita volatilidade até o final do ano.
Em pouco tempo, temos uma eleição e sabemos que isso sempre dá o que falar.
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Os próximos meses também irão servir também de definição quanto ao novo patamar de rendimentos para os fundos de papel.
Mas o fato é que de uns meses para cá a realidade já vem mudando e os preços já não são mais os mesmos.
Em fundos de tijolos, já é possível vermos alguns sendo negociados a preços não tão óbvios.
A cautela aqui é importante para não sair comprando qualquer coisa sem antes analisar o portfólio, identificando então a relação de risco e retorno.
Por isso, busque ter uma estratégia definida.
E se você quiser ajuda para montar essa carteira diversificada, faça uma aplicação para ser um membro da nossa consultoria personalizada através da GuiaInvest Wealth.
Pular de galho em galho, de acordo com o cenário de curto prazo, fará você perder dinheiro no longo prazo.
O principal gatilho para a continuidade da alta dos fundos de tijolos é a queda na taxa de juros e isso ainda não começou...
