Análise Parcial de 10 Projeções Fora do Consenso para 2022

No dia 5 de janeiro deste ano me propus um desafio de fazer 10 projeções pouco prováveis para o ano de 2022.

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No trecho retirado da editoria do início do primeiro semestre, coloquei da seguinte forma o desafio:

“Se é verdade que o consenso tem errado e o consenso hoje espera um ano tenso por conta de uma agenda que todos já estamos cientes, virei aqui fazer 10 projeções fora de consenso.

Assim, é muito improvável que todas elas ocorram simultaneamente, é também muito improvável que nenhuma delas acabe ocorrendo.”

Como está exposto, a intenção não é acertar todas as projeções, afinal, a priori, qualquer uma delas se coloca com baixa probabilidade.

No entanto, como também é exposto, a chance de que pelo menos uma dessas projeções venha a se materializar não é desprezível estatisticamente.

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Agora vamos revisar uma por uma:

Projeção #1: Ao longo de 2022 o Ibovespa irá renovar a sua máxima histórica.

Até agora nada de batermos os 131 mil pontos de junho de 2021.

Com a volatilidade que irá ditar as eleições, caso eu venha a acertar a projeção, será em cima do laço, já na ante-sala de 2023.

Projeção #2: A atividade econômica irá arrefecer de tal modo que mesmo com eleições no radar o Banco Central vai acabar reduzindo a Taxa Selic na última reunião do ano.

Se o primeiro trimestre de 2022 veio com uma atividade forte, agora já começamos a dar alguns sinais de desaquecimento dado o panorama atual de juros e inflação. 

Poderemos ver, sim, o início da redução da taxa de juros ainda neste ano.

Projeção #3: Mesmo com eleições polarizadas nas redes sociais, o mercado financeiro dará menos importância para o resultado das urnas dessa vez.

Se formos levar em conta os preços atuais, essa premissa segue plausível, haja vista que a nossa bolsa de valores já está bastante descontada.

Mantenho a opinião que mesmo com discursos populistas, os dois principais candidatos à eleição não só não terão força política para agir de tal forma, como também acredito que optarão por decisões mais pragmáticas no âmbito macroeconômico.

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Projeção #4: O IPCA ficará dentro do intervalo da meta.

Sem comentários. Nessa eu errei feio. Somente uma hecatombe deflacionária pode me salvar de errar essa projeção. Mas eu não quero estar certo.

Projeção #5: O segundo turno das eleições NÃO será entre Lula e Bolsonaro.

Ao que tudo indica, errarei essa projeção sobre a eleição presidencial.

A menos que a terceira via cresça em cima da hora ou que sequer haja segundo turno, cenários pouco prováveis, o segundo turno deve ser disputado entre os dois candidatos mencionados.

Mas sabemos: as eleições sempre podem ter contornos imprevisíveis.

Projeção #6: Ultrapassaremos a marca de 5 milhões de CPF cadastrados na bolsa de valores brasileira.

Essa previsão já está concretizada.

Com o IPO do Nubank e distribuição do “pedacinho” para os correntistas, o número de CPF cadastrados em bolsa ultrapassou a marca de 5 milhões ainda em janeiro deste ano.

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Projeção #7: A carteira do Canal Joias da Bolsa irá bater o Ibovespa pelo quarto ano seguido.

O resultado final só será de fato conhecido após o final do ano, mas até aqui, estamos ligeiramente à frente do desempenho do Índice Bovespa.

Projeção #8: Warren Buffett NÃO vai bater o S&P 500.

Nessa, fui ousado. O bom velhinho não só está ganhando como está amassando o índice americano. “Never bet against Buffett. Shame on me”.

Projeção #9: Apesar de restrições muito mais leves, a pandemia ainda não terá acabado.

Esse cenário já está se desenhando.

Estamos vivendo um momento mais tranquilo, com liberação de circulação de pessoas sem máscara mesmo em lugares fechados e cada vez menos empecilhos para viagens internacionais.

Depende da OMS tratar a covid-19 como pandemia ou não.

Projeção #10: O Brasil vai ganhar a Copa do Mundo.

A verdade é dona do tempo, mas pelas últimas amostras de Neymar, Vini Jr. e companhia, está ficando difícil não se iludir. O Brasil chega forte como há tempos não chegava em uma Copa.

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Reforço aqui, novamente, o descompromisso em acertar alguma dessas projeções, mas sim em estimular o exercício do investidor pensar probabilisticamente.

Se improváveis isoladamente, a chance de todas simultaneamente estarem erradas é pequena, como você já viu nos casos das projeções 6 e 7.

O futuro costuma ser rude com projeções de consenso, por isso todas aqui destoam.

Vivemos em meio a incertezas, até quando tudo parece muito previsível.

Lembre-se: em cenários de incertezas, mais do que uma boa carteira de ações, é importante montar um bom portfólio.

Por isso, reforço aqui o convite para você fazer parte do nosso serviço de consultoria personalizada.