Pouco mais de uma semana após o resultado do pleito presidencial, o mercado financeiro deu, nessa última segunda-feira (07), o seu primeiro soluço com as sinalizações (ou falta delas) do próximo governo.
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De um lado, a bolsa de valores brasileira se acalmou com um amplo reconhecimento dos resultados das urnas por diversos líderes e com a iminente participação de Pérsio Arida e André Lara Resende, os pais do Plano Real, na equipe de transição.
Por outro, a especulação de que Fernando Haddad e outros nomes com menos apreço do mercado de ações poderiam compor o Ministério da Fazenda, gerou stress no mercado e anulou praticamente todos os ganhos do Ibovespa da semana anterior.
Desde antes do resultado eleitoral, a falta de um nome para o comando da Economia num eventual governo Lula já era um ponto de atenção e essa ausência de uma sinalização mais clara acabou sendo fonte de ruído nesse momento.
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E sem nomes definidos, a especulação do nome de Fernando Haddad acabou sendo uma sinalização ruim.
De novo, com a falta da batida de martelo e até mesmo uma sinalização objetiva dos líderes do futuro governo, tudo ainda fica no campo da especulação, mas o mercado não quer pagar para ver.
Assim, cresce também a gama de desdobramentos possíveis e, por consequência, a percepção de risco.
Se com uma equipe de economistas mais ligados a Alckmin, ou até mesmo composta debaixo de um guarda-chuva de Henrique Meirelles, o mercado estaria mais calmo e veria um horizonte mais previsível, o nome solto de Haddad traz dúvidas quanto à condução da política fiscal.
Vale lembrar aqui que, tal qual o PT optou em 2003, o Ministro da Fazenda deve ser um nome político.
Na época, Antonio Palocci não só não encantava o mercado financeiro, como também o assustava, por ser um médico e por ser um assumido trotskista.
O que não se esperava era um pragmatismo da escolha do corpo técnico, que contou com Marcos Lisboa, Murilo Portugal, Daniel Goldberg, Joaquim Levy e companhia.
Nesse sentido, mesmo que Haddad venha a ser o ministro, ainda deve ser levado em conta, afinal, qual corpo técnico estará por trás do Ministério da Economia.
A boa relação de Haddad com Marcos Lisboa ainda soa como algo positivo.
Em 2015, Dilma escolheu Joaquim Levy, um bom nome para o ministério, para ajustar os próprios erros do primeiro mandato.
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Acontece que o corpo técnico por trás não estava em harmonia com o ministro e os impasses impediram um ajuste fiscal crível, o que acabou gerando o pedido de demissão do ministro, a perda de governabilidade e posterior impeachment da ex-presidente.
Disso conclui-se que é melhor um ministro político com um bom corpo técnico do que um nome forte sem uma boa equipe por trás.
Os governos do PT experimentaram de ambos os modelos e apenas um deu certo.
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, líder da equipe de transição, já deixou muito clara a sua preferência.
Ficamos na torcida para que venham os “alckmistas”.
Para os investidores, abriu-se a oportunidade de comprar títulos públicos indexados à inflação com juro real próximo a 6% ao ano.
A assimetria parece favorável.
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