Fundo Imobiliário Brazilian Graveyard and Deathcare (CARE11): o FII que investe em cemitérios. 

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O mercado brasileiro está habituado a ver fundos imobiliários que investem nos mais distintos segmentos, como lajes corporativas, shopping centers e mesmo hospitais. 

No entanto, os FIIs podem investir em qualquer classe de ativos que se relacione à imóveis, incluindo terrenos destinados à cemitérios. 

Esse é o caminho escolhido pelo CARE11. 

Não se trata de algo funesto, e menos de um segmento ‘morto’ - com o perdão do trocadilho. 

Na realidade, o segmento já é explorado por fundos imobiliários norte americanos (REITs) e gera rendimentos interessantes na terra do Tio Sam. 

O CARE11 opera no mercado com esse nome desde 2016. Na atualidade, participa em 14 cemitérios espalhados por sete estados brasileiros. 

Desde então, não realiza distribuições e se envolveu em negociações polêmicas com participação de sua gestora. 

Se você busca maneiras mais eficientes de ampliar seu capital e receber uma renda mensal isenta de IR, deve investir nos melhores fundos imobiliários, principalmente os FIIs que compõem o IFIX (índice dos FIIs listados em bolsa).

Por isso, conhecer as características do CARE11 é fundamental!

Neste artigo, você entenderá: 

  • O que é CARE11;
  • Rendimentos do CARE11;
  • Resumo da Carteira do CARE11;
  • Liquidez do CARE11;
  • Principais riscos do CARE11;
  • Se o CARE11 vale a pena. 

Leia até o final e descubra se o Fundo Imobiliário Brazilian Graveyard and Death Care (CARE11) vale a pena e deve fazer parte de sua carteira!

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O que é CARE11 FII?

O código CARE11 identifica o Fundo Imobiliário Brazilian Graveyard and Death Care, gerido pela Zion Invest e administrado pela Planner Corretora de Valores

A administradora é conhecida por fundos como o GSFI11 e MFII11.

Trata-se de um fundo do tipo híbrido, que admite investimentos em diferentes ativos do segmento imobiliário. 

Seu foco é inusitado, o que o torna o único de seu segmento em comercialização na atualidade: Cemitérios e Jazigos.

Baixo o atual nome, o CARE11 surgiu em meados de 2016. 

No entanto, ele deriva de um fundo anterior, o extinto FII Terra Santa, que por sua vez era uma mudança de nome e segmento do FII Máxima Renda, iniciado em 2011.

Seu IPO ocorreu apenas em 2013, com cotas comercializadas a R$ 100 cada uma. 

Em maio de 2020, o fundo contava com um patrimônio superior aos R$ 251 milhões. 

CARE11 Rendimentos

O fundo CARE11, sob esse nome, nunca distribuiu dividendos mensais. 

No início, quando operava com o nome FII Máxima Renda, o fundo contava com uma propriedade em carteira que gerava certo rendimento regular.  

Em 2015, no entanto, essa propriedade foi vendida. Em abril desse ano a amortização (R$ 96,22) foi paga aos cotistas e a cota passou a valer R$ 1,71. 

A intenção era a extinção do fundo. Então, surgiu uma nova oportunidade e aconteceu a votação em assembleia sobre a reestruturação e alteração da política de investimento.  

Uma vez aceita a reestruturação, o FII passou a ser chamado de Terra Santa e passou a deter 27,20% da VHR Empreendimentos e Participações S.A, proprietária do Terra Santa Parque Cemitério, localizado em Sabará, MG. 

Nos anos seguintes, vieram duas novas emissões de cotas e aquisição de novos ativos. Porém, de lá para cá não houveram distribuições de rendimentos mensais do CARE11

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Resumo da Carteira do CARE11 

A carteira do CARE11 é composta por participações em empresa detentoras de direitos sobre bens imóveis e direitos reais de propriedade sobre imóveis.

Em março de 2020, sua carteira apresentava a seguinte composição: 

  • Direitos reais:   22,53%
  • Participações em Sociedades: 67,85%
  • Outros: 9,62%

Ao ultrapassar a barreira burocrática, é possível notar que o fundo investe em um edifício corporativo em desenvolvimento e  14 cemitérios em sete estados,conforme detalhado abaixo. 

Direitos Reais - Lajes
AtivoLocalizaçãoABL% Conclusão
Laje CorporativaSão José do Rio Preto, SP700 m295,31%
Direitos Reais - Cemitérios
AtivoLocalizaçãoJazigos
Cemitério do MorumbySão Paulo, SP2.903
Cemitério Terra SantaSabará, MG2.900
Participações em Sociedade
EmpresaParticipaçãoAtivosLocalização
VHR Empreendimentos e Participações51,29%Terra Santa Cemitério ParqueSabará, MG
Rover Negócios11,90%Parque das AllamandasLondrina, PR
CPG Empreendimentos 16%Complexo Vale do CerradoGoiânia, GO
Cortel Holding17,7%9 empreendimentos com atividade cemiterialRS, AM, RJ e SP

Fonte: Informe Trimestral/Relatório Mensal Dez 2019

Negociação e Liquidez CARE11

No mês de maio de 2020 foram negociadas 28.179 cotas do CARE11, totalizando um volume de R$ 2.41 milhões. A média diária no período foi de R$ 110 mil aproximadamente. 

Nos 12 meses anteriores, o fundo registrou 11.351 negociações totais, somando R$ 76,39 milhões em volume. 

A média mensal é de aproximadamente R$ 6,36 milhões no período. 

Riscos do CARE11

Os principais riscos do CARE11 são: Risco de liquidez, de conflito de interesses e de transparência. 

Risco de Liquidez

O risco de liquidez se relaciona com a conversão de uma cota de fundo imobiliário em dinheiro. 

O processo de venda das cotas depende do mercado secundário, uma vez que os fundos imobiliários não admitem o resgate antecipado. 

Na atualidade, o CARE11 não apresenta grande liquidez no mercado secundário (ao redor de R$ 110 mil ao dia em maio/20).  

No entanto, cabe ressaltar que mesmo com uma liquidez consistente não existem garantias quanto a valores ou prazos de venda, seja para as cotas do CARE11 ou de qualquer outro fundo imobiliário. 

Risco Potencial de Conflito de Interesses

O risco de potencial conflito de interesses surge quando a administradora ou a gestora de um fundo exercem funções semelhantes em outros FIIs ou, como é o caso do CARE11, tem relação com as sociedades onde investe. 

Isso lhe dá liberdade para aplicar recursos em ativos que ela mesma controla. 

Esse risco se tornou efetivo no CARE11 em 2017, durante a alocação de ativos da terceira emissão de cotas. 

Na ocasião, o fundo adquiriu participações da Rover Empreendimentos, que mantinha relações acionária com a gestora do Fundo. 

Na mesma época, o fundo adquiriu parte CPG  Empreendimentos, comprando as cotas que eram de propriedade da gestora. 

Em 2019, o risco tornou a se manifestar. Em março/19 foi convocada assembleia para votar a venda de parte de suas ações da Cortel Holding para o Zion Capital Fundo de Investimento, igualmente gerido pela Zion. 

Risco de Transparência

O principal risco que se percebe no CARE11 tem a ver com a transparência de informações. 

A maior parte de seus recursos (aproximadamente 68%) está aplicada em sociedades que, por sua vez, são as detentoras dos direitos sobre os imóveis da carteira do fundo. 

Como os formulários padrão da B3 e da CVM não contém campos para detalhamento cascateado da prestação de contas, o investidor depende da boa vontade da gestão em mostrar o que se passa por dentro. 

Até o momento, isso não vem sendo feito com regularidade. Só para ter uma ideia, o mais recente relatório mensal data de dezembro de 2019 e não há nenhum outro anterior a ele. 

De fato, não se trata apenas disso. Ao investir em sociedades, o fundo adquire uma liberdade maior, acima do escopo previsto em seu regulamento. 

Com isso se torna possível até mesmo evadir a responsabilidade de distribuição de rendimentos.    

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Dados do CARE11

Veja agora as principais informações do CARE11: 

  • Razão Social: Brazilian Graveyard and Death Care Fundo de Investimento Imobiliário
  • CNPJ: 13.584.584/0001-31
  • Administrador: Planner Trustee DTVM Ltda.
  • Público Alvo: Investidores em Geral
  • Segmento: Gestão Ativa - Títulos e Valores Mobiliários - Híbrido
  • Patrimônio Total  (041/2020): R$ 251.167.010,02
  • Taxa de Administração: 1,60% a.a. (ao ano) sobre o Patrimônio Líquido
  • Taxa de Performance: 20% que exceder IPCA+7%a.a. (ao ano)
  • Início do Fundo: 30 de setembro de 2013
  • Quantidade de Emissões: 4
  • Número de Cotistas (04/2020): 2.317
  • Número de Cotas do CARE11: 178.866.845,00
  • Regulamento do CARE11
  • Relatório Gerencial  CARE11
  • CARE11 Site Oficial (RI)

CARE11 Subscrição

A subscrição um direito do investidor de um fundo imobiliário. Ele assegura que o cotista possa manter seu percentual de participação no fundo ante uma nova emissão.

Na prática, o fundo emite novas cotas (geralmente a preço mais baixo) e o cotista tem a preferência na compra, sempre proporcional ao número atual de cotas que possuir do fundo.

Caso não queira usar o direito de subscrição, alguns fundos permitem que você venda esse direito através do home broker da sua corretora de valores.

O fundo imobiliário CARE11 ainda não realizou nenhuma oferta de subscrição destinada a investidores em geral. 

Dúvidas sobre CARE11

Veja as dúvidas mais comuns sobre o CARE11.

Como comprar CARE11?

A compra de cotas do CARE11 é feita através das corretoras de valores. Abrir sua conta em uma delas e transferir o montante que deseja investir para ela são os primeiros passos.

Cabe ressaltar que o fundo é destinado apenas a investidores qualificados, que já contam com mais de R$ 1 milhão em investimentos na bolsa. 

Para comprar, basta acessar o Home Broker, buscar o fundo pelo código (CARE11) e selecionar o número de cotas e valor a pagar. 

Envie a ordem de compra e aguarde a confirmação. 

Onde achar o informe de rendimentos do CARE11?

Você encontrará o informe de rendimentos do CARE11 através do site da B3, em fundos listados. 

Onde achar o relatório gerencial do CARE11?

O relatório do CARE11 não é regularmente disponibilizado pela gestora. Eventualmente é publicado um relatório no site da gestora

Através do site da B3, em fundos listados, você terá acesso a toda a documentação apresentada pelo fundo.  

Como declarar o fundo imobiliário CARE11 no IR?

Para descobrir como declarar o fundo imobiliário CARE11 no imposto de renda, consulte o artigo como declarar o imposto de renda sobre investimentos.

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CARE11 Vale a Pena?

O CARE11 é um fundo pioneiro em seu segmento, o que é algo bastante positivo. 

De fato, atividades cemiteriais, de cremação e relacionadas representam um negócio interessante, inexplorado e com grande potencial. 

Nos Estados Unidos, por exemplo, é um segmento comum para FIIs e bastante rentável. 

O problema do CARE11 não é a expectativa do setor de atuação: são os riscos da gestão do fundo em si. 

Esse formato de investimento indireto através de empresas - comum em outros fundos administrados pela Planner - dá uma liberdade para o Fundo muito além da prevista em seu regulamento. 

Isso não é favorável aos cotistas. 

Além disso, falta transparência. Os relatórios do CARE11 são escassos, pouco se sabe do que reamente acontece lá dentro sem uma pesquisa profunda. 

E, se não bastasse, a gestora está envolvida em diversas negociações feitas pelo Fundo e não existe distribuição mensal. 

Dito isso, não recomendo o  CARE11. Embora o segmento possa representar lucros interessantes no futuro, o risco é alto, a transparência é baixa e o histórico é questionável. 

Lembre-se que é preciso manter uma alocação de ativos adequada e baseada em seu perfil de investidor para minimizar os riscos de investimento. 

Agora, me conte uma coisa: Quais fundos imobiliários quer conhecer melhor? 

Responda nos comentários! A próxima análise pode ser a que você pediu! 

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