Conhecer a inflação média anual IPCA é essencial para o investidor saber se a rentabilidade de seus investimentos está superior à inflação. Caso contrário, estará perdendo dinheiro.

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É sempre importante acompanhar a taxa de inflação no Brasil medida pelo IPCA. Esse índice mostra a variação de preço dos produtos ao longo de um período, refletindo o custo de vida dos brasileiros.

Além de impactar o poder de compra do brasileiro, o IPCA também serve de referência para a política monetária do Banco Central e na decisão da meta da taxa Selic.

Descubra o que o IPCA acumulado revela e como utilizar esse indicador a seu favor nos seus investimentos.

O que é IPCA?

O IPCA, sigla para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é um índice que representa a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços consumida pela população do país.

Calculado todos os meses pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ele busca abranger 90% das pessoas que vivem nas áreas urbanas no país.

Justamente por sua “amplitude”, o IPCA é considerado o índice oficial de inflação do Brasil e utilizado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) como parâmetro para ajustar as metas de inflação.

O índice também é utilizado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) para revisar a taxa básica de juros da economia, a Selic e como base de rentabilidade para diversos investimentos.

Como o IPCA é calculado?

O IPCA é calculado todos os meses pelo IBGE por meio da sua Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), uma lista de produtos e serviços que verifica o que a população tem consumido. 

Esta é atualizada de tempos em tempos para assegurar que o índice reflita uma situação mais próxima possível da realidade das pessoas. 

O cálculo do índice faz parte de um levantamento mensal do IBGE em 13 áreas urbanas do país, com, aproximadamente, 430 mil preços em 30 mil locais.

Todos os preços encontrados são comparados com o do mês anterior, chegando a um valor médio (ponderado) que reflete a variação geral de preços ao consumidor no período.

O alvo do cálculo do IPCA são famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos.

É possível acompanhar a evolução do IPCA e o valor do IPCA hoje no site do IBGE.

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Qual é a composição do IPCA?

A composição do IPCA foi atualizada no início de 2020. Ao total, são 377 diferentes itens analisados, divididos em nove grupos de gastos, cada qual com um peso maior ou menor conforme sua presença na cesta de consumo média da população.

GrupoPeso (%)
Alimentação e bebidas19,3
Habitação15,6
Artigos de residência3,8
Vestuário4,6
Transportes20,6
Saúde e cuidados pessoais13,5
Despesas pessoais10,7
Educação6,1
Comunicação5,7

Fonte: IBGE

As regiões do Brasil pesquisadas também possuem um peso diferente na composição do IPCA. Os dados são coletados nas regiões metropolitanas de 16 capitais, cada qual com sua representatividade específica no cálculo.

ÁreaPeso (%)
Rio Branco0,5
Belém3,9
São Luís1,6
Fortaleza3,2
Recife3,9
Aracaju1,0
Salvador6,0
Belo Horizonte9,7
Vitória1,9
Rio de Janeiro9,4
São Paulo32,3
Curitiba8,1
Porto Alegre8,6
Campo Grande1,6
Goiânia4,2
Brasília4,06

Fonte: IBGE

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O que significa IPCA acumulado?

O IPCA acumulado corresponde à variação do IPCA em um determinado período. Geralmente, o indicador é acumulado nos últimos 12 meses. 

Índice pessoal de inflação

Outro conceito importante de entender quando falamos de inflação e alteração no poder de compra do consumidor é o índice de inflação pessoal.

Como você viu, o IPCA é calculado com base em uma cesta de produtos e serviços média da população do país. No entanto, os itens que cada pessoa consome podem ser bem diferentes, resultando em uma inflação pessoal que pode ser maior ou menor que o IPCA definido.

Portanto, para um melhor planejamento financeiro, você pode calcular sua taxa de inflação pessoal.

IPCA histórico 

O índice de inflação no Brasil já teve grandes variações. No histórico do IPCA, a maior variação mensal foi em março de 1990 (82,39%), enquanto a menor variação, em julho de 2022 (-0,68%), segundo o IBGE.

Confira, o IPCA acumulado dos últimos 20 anos, segundo dados oficiais do IBGE:

IPCA Acumulado em doze meses (em dezembro) dos últimos 20 anosTaxa (%) 
20225,79
202110,06
20204,52
20194,31
20183,75
20172,95
20166,26
201510,67
20146,41
20135,91
20125,84
20116,5
20105,91
20094,31
20085,9
20074,46
20063,14
20055,69
20047,6
20039,3
200212,53

Fonte: IBGE 

Qual o valor do IPCA hoje

Confira o valor do IPCA hoje e o IPCA acumulado dos últimos 12 meses:

DataVariação (em %)Acumulado 12 meses (em %)
Julho/20230,123,99
Junho/2023-0,083,16
Maio/20230,233,94
Abril/20230,614,18
Março/20230,714,65
Fevereiro/20230,845,60
Janeiro/20230,535,77

Fonte: IBGE

Como o IPCA afeta os investimentos?

A inflação não afeta apenas o preço dos produtos e o poder de compra dos consumidores. O IPCA afeta todas as áreas da economia, incluindo a taxa básica de juros e o retorno sobre os investimentos.

Nas finanças pessoais, a inflação média anual representa o declínio ou aumento do poder de compra do consumidor. 

Sendo assim, se a variação do seu salário, de um ano para o outro, for menor do que o IPCA, é esperado que seu poder de compra seja menor, uma vez que os preços subiram mais do que a sua renda. 

Se o seu salário e a inflação tiverem a mesma variação, significa que o seu poder de compra se mantém. Agora, se o seu aumento salarial ficar acima do IPCA, seu poder de compra aumentará.

De forma semelhante, o IPCA pode ser utilizado como parâmetro para a rentabilidade dos investimentos, observando se ela vence a inflação do período.

Para entender isso, é preciso entender o conceito de rentabilidade real, aquela obtida com uma aplicação, descontada a inflação.

Somente uma rentabilidade real positiva assegura a manutenção e/ ou o crescimento do poder de compra ao longo do tempo. 

Desse modo, um investimento que oferece um retorno de 5% ao ano em uma economia em que a inflação seja de 2% ao ano, o retorno real seria em torno de 3% ao ano.

Já em um cenário onde a inflação esteja em 6% ao ano, por exemplo, investimento com retorno de 5% anuais teria rentabilidade real negativa. Isso significa que, mesmo aplicado, o retorno com o investimento não seria suficiente para manter o poder de compra no futuro.

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IPCA e Taxa Selic

O IPCA também está atrelado a outras variáveis da economia, entre elas a taxa Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom) usa esta taxa para fazer uma revisão na taxa básica de juros da economia e controlar a inflação do país.

Resumidamente, quando há uma aceleração na inflação, a taxa Selic é aumentada para encarecer o crédito e frear o consumo. Ao diminuir a quantidade de dinheiro no mercado, a tendência é de que a demanda por produtos e serviços diminua, levando à redução dos preços.

Quando os preços estão controlados, os juros podem ser reduzidos para estimular a economia.

A variação da taxa Selic, influenciada pela inflação, tem impacto direto na remuneração dos investimentos, principalmente na renda fixa. Com a Selic em alta, esses ativos se tornam mais atrativos.

Pode-se dizer então que o IPCA reflete a saúde da economia do país. Quando a inflação está sob controle, a economia está mais estável e o mercado financeiro mais previsível.

Por outro lado, uma inflação alta é um possível sinal de desequilíbrio econômico, o que pode gerar incertezas e volatilidade no mercado financeiro.

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Investimentos atrelados ao IPCA

O IPCA também é utilizado como indexador para alguns investimentos com o Tesouro IPCA, algumas LCIs e LCAs e debêntures que o utilizam como um índice de reajuste.

Dessa forma, investimentos atrelados ao IPCA oferecem rentabilidade acima da inflação, garantindo uma proteção contra a perda de poder de compra, além de serem escolhas interessantes em períodos de expectativas de alta na inflação.

Entre as opções diretamente atreladas ao IPCA estão os investimentos:

Tesouro IPCA

O Tesouro IPCA é um investimento de renda fixa que faz parte do Tesouro Direto. Esse título oferece como remuneração uma taxa de juros prefixada, mais a correção do IPCA durante o prazo de investimento. 

Títulos privados

Diferentes títulos privados são oferecidos com retornos atrelados ao IPCA, entre as opções mais comuns estão os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e as letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA).

De modo geral, o funcionamento é semelhante ao dos títulos públicos, na qual pagam uma taxa de juros mais a variação do IPCA. 

Debêntures

As debêntures são títulos emitidos por empresas que precisam captar recursos. Algumas delas possuem sua remuneração atrelada à inflação, mais uma taxa de juros.

Esse modelo é muito comum no caso das debêntures incentivadas, que ainda oferecem a vantagem de serem isentas de Imposto de Renda.

Fundos de inflação

Os fundos de inflação são fundos de investimentos que buscam replicar ou superar um índice de inflação. 

A carteira desses fundos é composta principalmente por títulos públicos atrelados ao IPCA, debêntures, letras financeiras (LF), Letras de Crédito Imobiliário ou Agrícola (LCI/LCA), FIDCs, entre outros ativos.

Como proteger a carteira da inflação?

Sendo o termômetro oficial da inflação, acompanhar a inflação média anual do IPCA é fundamental para qualquer investidor para não perder dinheiro.

Isso serve principalmente para aqueles que têm como objetivo específico investir para proteger o patrimônio da corrosão causada pelo aumento generalizado dos preços da economia.

Para conseguir um retorno real positivo é necessário buscar alternativas que, de algum modo, corrijam a inflação nos seus resultados.

Na renda fixa, existem papéis diretamente atrelados ao IPCA que servem de proteção contra a inflação.

Até mesmo na renda variável é possível contar com ativos de empresas que tenham seus produtos ou serviços reajustados segundo um índice de preços e que ofereçam uma certa proteção ao investidor.

Os principais exemplos são os papéis de empresas que prestam serviços essenciais, como as distribuidoras de energia elétrica e saneamento, por exemplo. 

Os Fundos Imobiliários também podem ser uma alternativa, uma vez que os aluguéis são corrigidos pelo IGP-M.

Para fazer investimentos acima da inflação sem erro, tenha ao seu lado um consultor de investimentos. Esse é o melhor profissional para montar uma carteira de acordo com seu perfil, objetivos e condições individuais.

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