O que é Flash Crash?

Flash Crash é um evento no mercado financeiro e de capitais em que a retirada de ordens de ações amplia rapidamente as quedas de preços dos ativos, gerando uma queda dramática e rara.

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A queda costuma ser resultado de um movimento de manada, em que ocorre uma série de vendas rápidas de títulos que se verificam em questão de alguns minutos. 

Os movimentos do tipo Flash Crash podem ser tão fortes ao ponto de disparar os mecanismos de circuit breakers que existem nas principais bolsas de valores.

Com isso, há a interrupção imediata das negociações, e só retomando os negócios após haver condições de normalização das emissões de ordens de compra e venda.

Diz-se que as empresas de comércio de alta frequência são as grandes responsáveis ​​por flash crashes nos últimos tempos.

As autoridades reguladoras dos Estados Unidos tomaram medidas rápidas, como instalar disjuntores e proibir o acesso direto às centrais, para evitar estes fenômenos, mas sem grande sucesso.

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Como ocorre o Flash Crash?

Eventos do tipo Flash Crash são cada vez mais afetados pelo avanço das negociações eletrônicas de ativos financeiros, principalmente devido ao amplo uso de robôs de trader.

Um exemplo disso foi a queda repentina em 6 de maio de 2010.

Neste dia, o que ocorreu foi que algumas ordens iniciais de venda pesaram sobre as cotações, que foram posteriormente retroalimentadas pela reação de programas de negociação.

Esses programas de computador de negociação de ativos financeiros reagiram ao evento entendendo-o como uma aberração no mercado.

Diante de vendas pesadas de alguns ativos, os algoritmos que negociavam automaticamente os títulos começam a vender grandes volumes em um ritmo incrivelmente rápido para evitar perdas.

Isso significa que grandes oscilações na bolsa podem ser incentivadas por poucos agentes econômicos.

Esse fenômeno pode ser desencadeado desde que esses operadores consigam emitir ordens pesadas o suficientes para causar reações adversas nos programas de computador que negociam automaticamente.

Flash Crash de 2010

Em 6 de maio de 2010, um crash repentino ocorreu quando o índice Dow Jones caiu mais de 1.000 pontos em 10 minutos, a maior queda da história até então. 

Nesse dia, mais de um trilhão de dólares em patrimônio líquido evaporou, embora o mercado tenha recuperado 70% no final. 

Informações iniciais alegaram que o Flash Crash foi causado por um pedido incorreto emitido por um operador. Entretanto, relatórios posteriores desmentiram esse boato.

O que de fato ocorreu foi que as causas do Flash Crash foram atribuídas a Navinder Sarao, um corretor de futuros nos subúrbios de Londres.

Ele se declarou culpado, afirmando que tentou burlar o mercado emitindo rapidamente compra e venda de centenas de mini contratos futuros de S&P500 através da Chicago Mercantile Exchange. 

Segundo a Traders Magazine, o pequeno investidor de 36 anos, trabalhando para a firma de seus pais, teria sido culpado da mesma forma que "um raio é culpado por iniciar um fogo".

Conforme reportagem feita pela Bloomberg, as ordens de Sarao eram basicamente "apostas de 200 milhões de dólares que o mercado iria falhar".

Ainda segundo a reportagem, essas ordens eram modificadas cerca de 19 mil vezes por Sarao antes de serem canceladas.

Outros casos de Flash Crash

Após o grande incidente de 2010 houve outros dois eventos importantes do tipo Flash Crash na história recente dos mercados financeiros e de capitais. 

O primeiro foi em 18 de maio de 2012, mais especificamente no IPO do Facebook (FBOK34) .

Embora não seja um crash por si só, as ações do Facebook foram retidas por mais de 30 minutos na chamada de abertura porque uma falha impediu o Nasdaq de precificar as ações com precisão.

Isso gerou um prejuízo relatado de US$460 milhões no momento.

O segundo caso foi em 22 de agosto de 2013.

Neste, as negociações  da Nasdaq foram interrompidas por mais de três horas, quando os computadores da NYSE não conseguiram processar as informações de preços da Nasdaq.