Me chamou atenção o comportamento dos mercados nos últimos dias.

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Tenho percebido o mundo, de maneira geral, fazendo as pazes com questões ligadas a pandemia

Muitos casos, mas bem menos mortes.

Os Estados Unidos parecem estar voltando à atividade também sem apresentar um agravamento do quadro.

Em que pese um nível ainda elevado de contaminação, o próprio Brasil está cada vez mais funcionando normalmente, claro, com todos os protocolos de segurança.

Será que atingimos algum grau importante de imunidade de rebanho?

Soma-se a isso o fato de que a vacina está na cara do gol e, quem sabe, no início de 2021 ou até mesmo esse ano, poderemos ter uma campanha de vacinação rodando a pleno vapor.

Essas notícias têm animado os mercados, principalmente no que diz respeito à agenda lá de fora.

No entanto, o quadro doméstico tem sobrepujado esse otimismo.

Por aqui voltam temores com inflação, ainda que eu ache que isso não é um problema para agora.

Principalmente porque estamos muito longe da meta e a questão do arroz trata-se tão somente de um choque temporário.

Talvez seja um tema importante na retomada

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Mas vamos ao que importa...

O que tem pesado mesmo nos mercados é uma perspectiva negativa do quadro fiscal.

A Reforma Tributária vai ser um tema complexo, cheio de idas e vindas.

Não vai ser fácil encontrar um consenso entre Executivo e Legislativo.

A criação de uma “nova CPMF” agrada poucos e, de fato, não é um imposto muito funcional para a nossa economia. 

Deixaria as regras do jogo ainda mais complexas.

O modelo de financiamento do Renda Cidadã usando o Fundeb e os precatórios não só coloca em xeque as próprias convicções do governo, como também chama a atenção para uma possível “pedalada”.

Vendo o Brasil nessa situação, ao passo que o exterior vai rumando a normalidade, os grandes investidores se veem forçados a mexer no portfólio.

Dólar e Euro sobem.

Mesmo tendo perdido as máximas históricas, as big techs norte-americanas seguem sendo um refúgio de qualidade dentro de uma alocação mais arrojada.

Por aqui, juros futuros sobem e até mesmo o Tesouro Selic (e os fundos DI), o ativo mais seguro do país, acabaram tendo uma pequena queda.

Isso ocorreu dado o aumento do prêmio para compra desses títulos, o que penaliza o preço de mercado deles. 

E com isso voltamos aos 94 mil pontos, patamar que não convivemos desde junho e os juros futuros já atingem patamares similares aos que tínhamos no auge do pânico, em março.

Mais uma vez o Brasil descolou do mundo.

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O Ibovespa marca 16 mil pontos em dólar, quase 50% abaixo dos 29 mil de janeiro.

O Brasil está abandonado, mas também ficou muito barato.

Sim, o Brasil é um país exótico e, assim como Rogério Xavier fala, a atenção dada a nós talvez seja a mesma que se dá à Ucrânia e Egito.

Mas temos potencial demais para sermos ignorados.

Há mais de década o Brasil vem se descolando do resto do mundo.

Um hiato grande está se formando e em um momento oportuno será corrigido.

No curto prazo os preços refletem o ânimo, mas no longo, esse preço converge para os fundamentos.

As coisas vão voltar ao normal? Não sabemos se logo, mas vão.

Temos empresas que estão preservando ou até melhorando os seus fundamentos durante a crise.

Se como país talvez estejamos sempre fadados à mediocridade, dentro da nossa bolsa de valores há empresas muito boas e que estão tendo sua capacidade menosprezada na retomada da normalidade.

Entendo toda cautela e pessimismo atuais, mas é difícil não ficar otimista com a bolsa de valores em 2021.

A bolsa de valores brasileira hoje oferece mais assimetrias favoráveis que as demais bolsas e, dentro da bolsa brasileira, há assimetrias ainda mais gritantes, como já diria o meu amigo Edu.

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