O que é Neutralidade da Moeda

Neutralidade da Moeda é um conceito econômico que defende que a expansão na base monetária não seria capaz de afetar as variáveis reais da economia.

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Esta teoria é defendida por economistas que tentam justificar a intervenção do estado por meio do Banco Central utilizando-se de políticas monetárias diversas.

Por outro lado, a Neutralidade da Moeda também é bastante criticada no meio acadêmico da economia, com alguns apontando para a diferença nos efeitos a curto e longo prazo.

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Origem da Neutralidade da Moeda 

A origem do termo Neutralidade da Moeda surgiu na virada do século XX, sendo utilizado pela primeira vez por economistas europeus.

O responsável por introduzir o conceito dentro da língua inglesa foi Friedrich Hayek, um dos mais famosos e influentes economistas liberais da história.

Ele fez menção a esse conceito em conferências publicadas em 1931, sobre preço e produção. Hayek não acreditava na neutralidade da moeda.

Quem também não acreditava na neutralidade da moeda, mas via os efeitos de seu controle de forma positiva, era o influente economista John Maynard Keynes, pai do Keynesianismo.

Defensores da Neutralidade da Moeda 

De acordo com os economistas e estudiosos em geral que defendem a Neutralidade da Moeda, não existe qualquer tipo de intervenção estatal que realmente afete o mundo real.

Em outras palavras, a impressão de dinheiro até poderia causar inflação, mas não surtiria efeitos significativos a curto prazo e tampouco a longo prazo.

Na prática, isso significaria que políticas monetárias que visassem a expansão da moeda em circulação não teriam qualquer efeito negativo ou positivo em:

  • Taxa de desemprego;
  • Nível de produção;
  • Demanda pelo consumo;
  • Rentabilidade de investimentos.

Para os defensores da Neutralidade da Moeda as únicas variáveis afetadas seriam aquelas nominais, ou seja, taxas de câmbio, salário e preços.

E, apesar dessas variáveis serem afetadas pela inflação, o seu efeito seria mínimo, pois o aumento nos preços automaticamente acarretaria em um aumento dos salários.

A Neutralidade da Moeda, por fim, explica que a quantidade de moeda em circulação, independente de estar sendo comercializada ou não, não afeta a economia a nível macro.

Críticos da Neutralidade da Moeda 

Os críticos da Neutralidade da Moeda entendem que qualquer intervenção por parte do governo para tentar controlar o nível deste ativo em circulação, trará consequências imediatas.

A impressão de mais papel moeda ou mesmo o controle dos preços, indiferente a razão para fazê-lo, necessariamente converte-se em inflação que por sua vez afeta diretamente as pessoas.

Esses críticos argumentam que, por mais que a longo prazo os valores se ajustem, a curto prazo o mercado é incapaz de acompanhar a oferta artificial de dinheiro.

Se a base monetária for expandida sem que haja um real motivo para isso, toda a economia será afetada, de sua cadeia de produção, demanda até o nível de empregabilidade.

No entanto, existem visões contrastantes a respeito das reais consequências de uma expansão da quantidade de dinheiro que circula na economia.

Neutralidade da moeda e intervenção na base monetária

Para alguns economistas, como John Keynes, não necessariamente expandir a base monetária está associado com consequências ruins para a economia.

Keynes defendia que se o dinheiro novo for utilizado dentro de uma proposta desenvolvimentista, isso poderia aquecer e fomentar a economia.

Em outras palavras, o governo pode imprimir mais dinheiro, contanto que ele invista esse dinheiro reforçando a infraestrutura do país.

Outros economistas, como Friedrich Hayek, defendiam que qualquer forma de intervencionismo do estado consequentemente causaria problemas com a inflação.

E não faria diferença se o dinheiro criado fosse usado para melhorar a infraestrutura do país ou pagar dívidas. Dinheiro novo sem demanda é igual inflação e diminuição no poder de compra.