O Santander Asset Management Brasil elevou sua projeção para a taxa Selic no fim deste ano de 8,5% para 9%, citando mudança no tom da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), quando o colegiado reduziu os juros em 0,50 ponto, a 10,75%.

Carteira Recomendada? Faça um Diagnóstico Online e Receba uma Carteira Gratuita.

No documento, o Copom alterou trecho em que vinha apontando continuidade de cortes de 0,50 ponto percentual pelas "próximas reuniões", citando apenas “na próxima reunião”, e destacou o aumento das incertezas.

"Isso eleva, de forma relevante, a chance de uma desaceleração do ritmo de corte da Selic para 0,25% por reunião já no encontro de junho ou julho, antes do que esperávamos. Dessa forma, fizemos um pequeno ajuste na nossa projeção para Selic no final de ano, agora em 9,0%. Mantivemos a projeção de 8,5% para o final de 2025", disse o Santander Asset em relatório divulgado nesta quarta-feira.

Como um dos principais pontos de atenção, o Copom apontou maior preocupação com uma possível pressão de salários sobre os preços no Brasil, em meio a uma taxa de desemprego historicamente baixa e ganhos salariais mais elevados.

Dados recentes do IPCA menos favoráveis, principalmente no setor de serviços, também preocupam a autoridade monetária, segundo a gestora.

"Essa combinação pode afetar a dinâmica de desinflação desejada pelo Copom. Diante disso, reconhecemos que existe um risco para cima em torno da nossa projeção de Selic para o final do ano, com chance de o Copom eventualmente efetuar uma pausa no processo de redução dos juros. Além dos dados de atividade e inflação, é fundamental monitorar os desdobramentos do quadro fiscal" afirmou o relatório.

A instituição não alterou suas estimativas para o IPCA em 2024, atualmente em 3,6%. Para 2025, a gestora vê o índice em queda ligeira para 3,5%.

Melhores Negócios para Investir Hoje? Veja a Melhor Empresa para Receber Dividendos.

Em relação à atividade, o Santander Asset projeta uma alta de 2,2% do Produto Interno Bruto para este ano e de 2% em 2025.

Para o resultado primário do setor público, a gestora prevê um déficit de 0,6% em relação ao PIB para 2024 e de 0,8%, para o próximo ano.

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

Fonte: Reuters