O investidor de ações, Rakesh Jhunjhunwala, apelidado de "Warren Buffett da Índia", morreu no domingo (14 de agosto de 2022), provocando uma enxurrada de homenagens ao bilionário que fez fortuna por conta própria e ajudou a economia do país.

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Jhunjhunwala morreu aos 62 anos, uma semana após o lançamento de sua companhia aérea econômica, Akasa Air.

Ele deixa sua esposa e três filhos, além de participações em dezenas de empresas indianas e um grande legado nos investimentos.

O 'rei do mercado de ações' da Índia citou frases como “a tendência é sua amiga” e “a única regra que tenho é que não há regras”.

“Tudo o que conheço é negociar e investir. Não quero fazer mais nada na vida”, disse Jhunjhunwala à Reuters há 10 anos. “Vou parar no dia em que eu morrer.”

Na segunda-feira, ele disse à CNBC que a economia da Índia, a terceira maior da Ásia, estava “entrando em uma era de ouro”, expressando esperança de que “meus compatriotas indianos sejam tão otimistas quanto eu”.

Seu patrimônio líquido era de cerca de US$ 6 bilhões, segundo a Forbes, tornando-o a 438ª pessoa mais rica do mundo. 

Conheça mais da trajetória de Rakesh Jhunjhunwala, o 'Warren Buffett da Índia'.

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Quem foi Rakesh Jhunjhunwala

Rakesh Jhunjhunwala (5 de julho de 1960 - 14 de agosto de 2022)  foi um investidor bilionário indiano, corretor de ações e dono da empresa de gestão de ativos, Rare Enterprises. 

Além de investidor ativo, atuou como presidente e diretor de várias empresas, como Aptech Limited e da Hungama Digital Media Entertainment Pvt. Ltd.

Também fazia parte do conselho de administração da Prime Focus Limited, Geojit Financial Services , Bilcare Limited, Praj Industries Limited, Provogue India Limited, Concord Biotech Limited , Innovasynth Technologies Limited, Mid Day Multimedia Limited, Nagarjuna Construction Company Limited, Viceroy Hotels Limited e Tops Security Limited. 

Conhecido como "Warren Buffett da India", foi membro do Conselho de Assessores do Movimento Internacional da Índia para as Nações Unidas (IIMUN).

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Vida e carreira

Rakesh Jhunjhunwala nasceu dia 5 de julho de 1960 em Bombaim, na Índia.

Filho de um fiscal do imposto de renda, começou a se interessar por ações ainda na faculdade de contabilidade.

Ele começou a investir em 1985 com um capital equivalente a US$ 100, quando o Índice da Bolsa de Valores de Bombaim estava em 150, frente aos mais de 50.000 atualmente.

Seu primeiro grande lucro aconteceu em 1986 depois de comprar 5.000 ações da Tata Tea, confiante de que os mercados haviam subestimado o potencial da empresa.

Ele triplicou seu dinheiro em poucos meses.

Seguiram-se investimentos melhores e maiores, incluindo uma aposta alavancada no final da década de 1980 na exportadora de minério de ferro Sesa Goa, onde comprou as ações por 60-65 rúpias e vendeu a 2.200 rúpias.

Jhunjhunwala disse à Reuters que o crescimento do mercado de ações indiano desde que a economia do país foi liberalizada em 1991 foi um grande fator para seu sucesso.

Rakesh Jhunjhunwala casou-se com Rekha Jhunjhunwala em 22 de fevereiro de 1987. O casal teve três filhos juntos. 

Sua filha Nishtha nasceu em 30 de junho de 2004. Seus filhos gêmeos Aryaman e Aryaveer nasceram em 2 de março de 2009.

Em 14 de agosto de 2022, Rakesh sentiu um desconforto e foi levado às pressas para o Breach Candy Hospital em Mumbai, onde veio a falecer.

Os médicos relataram que ele sofria de problemas relacionados aos rins e a causa da morte parece ter sido falência múltipla aguda de órgãos.

O primeiro-ministro indiano Narendra Modi compartilhou suas condolências afirmando:

"Rakesh Jhunjhunwala era indomável. Cheio de vida, espirituoso e perspicaz, ele deixa para trás uma contribuição indelével para o mundo financeiro. Ele também era muito apaixonado pelo progresso da Índia. Seu falecimento é lamentável". 

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Como Rakesh Jhunjhunwala ficou rico

Rakesh Jhunjhunwala ficou rico investindo em ações.

Começou a investir em 1985, quando tinha 25 anos, com US$ 100 emprestados. Anos depois, criou a Rare Enterprises.

Ele tinha a reputação de ser um tomador de risco em seus investimentos, muitos dos quais renderam espetacularmente.

Em um perfil de 2021, a Forbes escreveu que, embora Jhunjhunwala "adquirisse seu lendário toque de Midas escolhendo ações vencedoras", ele também começou recentemente a ver seus investimentos em private equity valerem a pena.

Uma década atrás, ele disse à Reuters em uma entrevista que não gostava de ser chamado de "Warren Buffett da Índia", acrescentando que o CEO da Berkshire Hathaway estava "muito, muito à frente" dele.

"Não sou um clone de ninguém. Sou Rakesh Jhunjhunwala", disse ele.

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Onde Rakesh Jhunjhunwala investia

O investidor bilionário Rakesh Jhunjhunwala comandava a Rare Enterprises cujos investimentos incluem empresas do Grupo Tata, como a Tata Motors, a relojoeira Titan, a Tata Communications e a Indian Hotels, que administra os hotéis Taj.

Bem como o Indiabulls Housing Finance, Star Health Insurance, Federal Bank e a empresa de treinamento vocacional Aptech.

Em 2021, ele co-fundou a Akasa Air, uma companhia aérea de baixo custo na Índia,  com o ex- CEO da Jet Airways, Vinay Dubey. 

A nova companhia aérea possui 2 aeronaves, com pedido adicional de mais 70 aeronaves e, a partir de agosto de 2022, voa para 3 cidades. 

O veterano do mercado Ajay Bagga disse à BBC que Jhunjhunwala "personificou a história da Índia".

"[Ele era] um jovem garoto de classe média subindo na hierarquia para construir uma fortuna tão vasta e preparando o terreno para o impulso de crescimento nos mercados financeiros indianos", disse ele.

Bagga acrescentou que Jhunjhunwala tinha um “otimismo infeccioso pela Índia”. Esse otimismo foi refletido no outro apelido famoso de Jhunjhunwala - o Grande Touro da Dalal Street, uma referência ao endereço da Bolsa de Valores de Bombaim.

Jhunjhunwala permaneceu otimista até o fim - uma semana antes de sua morte, ele disse ao canal de notícias CNBC-TV18 que, independentemente das condições econômicas globais, ele acreditava que os mercados indianos cresceriam, "mas em um ritmo mais lento".

Ele também foi um forte defensor das empresas indianas que fazem filantropia.

"Rakesh estava ansioso para fazer uma diferença social positiva na Índia - e disposto a investir significativamente no desenvolvimento social e educacional da Índia. Ele me disse uma vez que a razão de seu sucesso foi que seu pai o incentivou a ser curioso quando criança." Ramji Raghavan, fundador da Fundação Internacional Agastya, disse à BBC.

Jhunjhunwala foi um dos primeiros investidores em Agastya, doando 500 milhões de rúpias (US$ 6,3 milhões; £ 5,1 milhões) para a missão da fundação de inculcar o pensamento científico e a curiosidade nas crianças.

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