O que é Plano Verão

Plano Verão é o nome dado ao Plano Econômico lançado em 1989, e buscou conter a inflação e estabilizar a economia. Os objetivos do Plano Verão não diferem de outros planos anteriores, uma vez que o problema da inflação foi contínuo no Brasil durante toda a década de 1980 e 1990.

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Implantado ainda durante o governo de José Sarney (1985-1990), o Plano Verão foi o último Plano dos anos 1980 sob responsabilidade de Sarney, com o Ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega. Os Planos anteriores foram: Plano Cruzado I, Plano Cruzado II e Plano Bresser.

O Plano Verão aplicou medidas econômicas mais comedidas, buscando manter a inflação estabilizada, ao invés de buscar sua queda. Apesar das medidas prudentes, o Plano Verão também falhou, consolidando a década de 1980 como “década perdida”, no sentido econômico.

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Medidas do Plano Verão 

A mudança mais marcante do Plano foi a mudança no rendimento na caderneta de poupança (uma aplicação de renda fixa muito popular no período). 

Outras medidas mais austeras foram a desvalorização e congelamento da taxa de câmbio, as tarifas públicas foram reajustadas, os créditos limitados, aumento da taxa de juros e reajuste fiscal de modo geral.

Além disso, houve congelamento de preços por tempo indeterminado e a desindexação do salário mínimo sem correção posterior.

A política monetária envolveu o abandono da Unidade de Referência de Preços (URP) e a troca de moeda, do Cruzado pelo Cruzado Novo, numa proporção de 1000 Cruzados para um Cruzado Novo.

Contexto do Plano Verão 

No ano anterior ao Plano Verão ocorreu a formulação de uma nova Constituição brasileira, a Constituição de 1988. Foram feitas mudanças em relação à duração do mandato presidencial, reduzido de cinco anos para quatro anos. 

O presidente Sarney, portanto, se encontrava em uma situação de preocupação com o fim antecipado de seu mandato e tentativa de reeleição, misturado-se no contexto de aplicação de um Plano que tentava salvar o país da crise econômica.

O ano de implantação do Plano era um ano de eleição presidencial, fato que envolvia muitos gastos com campanhas eleitorais, sendo difícil a aplicação de um ajuste fiscal como estipulado pelo Plano.

Além disso, a Constituição havia estipulado novos gastos sem vinculação com as devidas receitas, de forma que foi permitido ao Estado um déficit maior, mas sem garantir a arrecadação suficiente, apontando novamente para problemas na área fiscal.

Também Maílson da Nóbrega substituiu Luiz Carlos Bresser-Pereira no cargo de Ministro da Fazenda, após Bresser-Pereira pedir demissão com o fracasso do Plano Bresser.

Resultados do Plano Verão

Após o início do Plano, notou-se alguma melhora na inflação nos meses que se seguiram, mas que não se manteve, assim como ocorreu durante o Plano Bresser. 

A medida do Plano que envolveu a poupança repercutiu de forma negativa na população. Os saldos das cadernetas de poupança foram corrigidos pelas Letras Financeiras do Tesouro Nacional (LFT) - a atual Selic -, não mais pelo Índice de Preços ao Consumidor - o atual IPCA.

Dessa forma, alguns investidores perderam parte de seu patrimônio investido durante a aplicação da medida, revelando imperfeições do Plano em relação ao planejamento e à transparência. 

As autoridades econômicas e políticas notaram que algumas partes do Plano não seriam executáveis para a realidade brasileira do momento, deixando então de cumprir algumas medidas (como o caso da desindexação dos salários, que sofreram reindexação depois).

Uma das críticas ao Plano Verão se encontra no fato de que não foi dada atenção suficiente para a política fiscal como forma de conter a inflação e estabilizar a inflação, fato que só foi corrigido posteriormente, no Plano Real, de 1994.