A Petrobras (PETR4) deve fechar muitos desinvestimentos entre o fim deste ano e o primeiro semestre de 2021.

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A afirmação foi feita nesta quinta-feira (29) pelo o presidente da petroleira, Roberto Castello Branco, durante conferência com analistas estrangeiros sobre os resultados da Petrobras do terceiro trimestre de 2020.

No momento a Petrobras tem 10 operações assinadas a serem fechadas, 32 projetos em fase vinculante e 7 ativos na fase inicial do processo de desinvestimento.

As vendas geraram apenas US$ 1 bilhão de entrada de caixa entre janeiro e setembro deste ano, reflexo da pandemia de coronavírus.

No entanto, em carta publicada junto aos resultados do terceiro trimestre divulgados ontem, Castello Branco ressaltou que o programa segue “vivo e muito ativo”.

A petroleira conduz um plano de desinvestimentos que tem como objetivo arrecadar entre US$ 20 e US$ 30 bilhões de 2020 a 2024.

Uma das principais apostas para alcançar a meta é a venda de nove de suas refinarias, que correspondem a cerca de metade da capacidade de processamento da estatal.

A Petrobras já recebeu as ofertas vinculantes para a venda da Refinaria Isaac Sabbá, a Reman, no Estado do Amazonas, afirmou Castello Branco.

O executivo acrescentou que espera começar a receber as ofertas vinculantes para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, em dezembro.

A companhia também já está em fase final de negociação para a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, com o fundo de Abu Dhabi, Mubadala.

Após a conclusão das negociações com o fundo, no entanto, há ainda possibilidade de ocorrer uma nova rodada de propostas vinculantes com os participantes classificados para essa fase, a depender dos termos dos contratos negociados.

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Venda da Liquigás

A Petrobras espera receber autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a venda da Liquigás em novembro, afirmou o presidente da petroleira.

A estatal fechou a venda de sua participação na companhia ao consórcio formado por Copagaz, Itaúsa (ITSA4) e Nacional Gás Butano em novembro de 2019, por R$ 3,7 bilhões.

A venda faz parte do plano de desinvestimentos da estatal, que tem como objetivo levantar de US$ 20 a US$ 30 bilhões entre 2020 e 2024.

A Liquigás é a segunda maior distribuidora de gás liquefeito de petróleo (GLP) do mercado brasileiro.

No passado, o Grupo Ultra havia tentado comprar a companhia, mas a operação foi barrada pelo Cade.

Participação na Braskem

A Petrobras vê potencial para uma valorização nas ações da petroquímica Braskem (BRKM5) antes de prosseguir com a venda de sua participação, afirmou o presidente da petroleira.

“Não temos intenção de continuar como acionistas minoritários numa petroquímica."

"Queremos vender esta participação e usar o valor para investir em nossos ativos de caixa mundial e para pagar dividendos aos nossos acionistas”, acrescentou.

A Petrobras e a Odebrecht têm um acordo para listar a Braskem no Novo Mercado da B3, na tentativa de valorizar a petroquímica para uma futura venda de lotes de ações da companhia.

“A Braskem pode evoluir ainda mais, resolvendo os passivos ambientais e significativamente melhorando a governança” afirmou o presidente da Petrobras.

O executivo fez referência à resolução dos problemas de rachaduras e afundamentos no entorno de poços de extração de sal-gema de propriedade da companhia em bairros de Maceió (AL).

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Venda da parte na BR Distribuidora

A decisão sobre o momento para a oferta dos 37,5% ainda detidos pela Petrobras na BR Distribuidora (BRDT3) levará em consideração uma combinação de preço e janela de oportunidade no mercado.

Quem informou sobre o processo foi a diretora financeira da companhia, Andrea Almeida, durante a conferência com analistas estrangeiros.

“Aprovamos no conselho de administração a venda da fatia remanescente da BR, o que dá mais flexibilidade para decidirmos o timing para a oferta."

"Sempre estaremos olhando para a nossa estimativa de valor interno comparada com o preço das ações para decidir o momento de venda”, afirmou.

A diretora acrescentou que a companhia levará em consideração a situação do mundo e do Brasil para tomar a decisão.

A estatal obteve no dia 26 de agosto o aval do conselho de administração para a saída do capital da distribuidora, mas ainda não seguiu adiante com o processo devido à volatilidade das condições de mercado.

A saída da estatal da BR Distribuidora vem sendo desenhada desde 2017, quando a petroleira fez a abertura de capital da distribuidora e arrecadou R$ 5 bilhões, ao vender 28,75% do ativo.

Em julho de 2019, a estatal levantou mais R$ 8,5 bilhões, com a venda de 33,75%.

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Fonte: Valor Econômico