O conselho de administração da Petrobras está alinhado com o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, e entende que a política de preços não sofreu alterações, segundo dois conselheiros

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As declarações vieram após as ações da empresa terem recuado na véspera, reagindo a temores de interferência estatal.

As ações preferenciais (PETR4) da companhia fecharam com queda de 3,14% na segunda-feira (8), após a estatal ter confirmado na noite de sexta-feira que ampliou de três meses para um ano o prazo em que calcula a paridade internacional de preços dos combustíveis.

A regra permite à empresa praticar preços de gasolina e diesel acima ou abaixo da paridade de importação durante determinado período, desde que essa diferença "seja mais do que compensada" posteriormente dentro do prazo previsto.

Marcelo Mesquita, que representa acionistas minoritários, afirmou que essa é uma informação estratégica e que interessa apenas aos administradores da Petrobras.

"A empresa continua com toda a liberdade que sempre teve e que continuará a ter", disse Mesquita, em uma conversa por telefone.

Ele pontuou que o conselho não participa da elaboração da política de preços, mas que acompanha os resultados da companhia.

Segundo ele, não há um clima de cobranças do colegiado depois que notícias acerca da estratégia da empresa causaram impacto nas ações.

"Não tem clima nenhum (no conselho), muito pelo contrário. Todo mundo alinhado, todo mundo apoiando o presidente (Castello Branco); e ele também sabendo que o conselho o apoia e que não ia ceder a nenhuma pressão se viesse a acontecer."

A notícia ocorreu depois que o presidente Jair Bolsonaro cobrou publicamente explicações sobre preços de combustíveis, convocando uma reunião com ministros e o presidente Roberto Castello Branco, na sexta-feira de manhã.

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Após a reunião, em uma coletiva, todos os participantes reafirmaram a autonomia da empresa.

Em anos passados, o conselho de administração da Petrobras foi composto por ministros de Estado e chegou a definir ou aprovar reajustes de combustíveis.

Mas a prática foi eliminada em anos mais recentes e a definição dos preços passou a ser uma prerrogativa da administração.

Também não há mais ministros de Estado no conselho.

A segunda pessoa com conhecimento direto do conselho, que preferiu não ser identificada, também afirmou que houve "muito barulho na mídia" e que o estatuto da empresa define que a política de preços fica a cargo da administração da empresa.

No entanto, disse que o assunto será conversado no colegiado, uma vez que teve muita repercussão.

A Petrobras não comentou o assunto.

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Resultado da Petrobras no Terceiro Trimestre de 2020

O resultado da Petrobras (PETR4) no terceiro trimestre de 2020 (3t20), divulgado no dia 28 de outubro, apresentou um prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão, contra um lucro de R$ 9,0 bilhões em relação ao mesmo período do ano anterior.

O Ebitda da Petrobras atingiu R$ 33,5 bilhões no 3t20, apresentando crescimento de 14,4% na comparação com o 3t19.

A margem Ebitda da Petrobras totalizou 47,4% no 3t20, apresentando crescimento de 9,4 pontos percentuais na comparação com o 3t19. 

A Margem líquida da Petrobras atingiu -2,2% no 3t20, apresentando retração de -14,0 pontos percentuais na comparação com o 3t19.

As ações da Petrobras (PETR4) acumulam alta de 5,32% na bolsa de valores nos últimos 7 dias e queda de 3,67% nos últimos 12 meses.

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Fonte: Reuters