A Petrobras (PETR4) divulgou seu resultado do primeiro trimestre de 2021 na semana passada e animou os investidores.
No primeiro trimestre de 2021, a empresa gerou caixa nas suas operações da ordem de quase R$ 49 bilhões.
Um número difícil até de compreender para um ser humano.
Isso foi um montante 30,5% acima do mesmo trimestre do ano passado e R$ 2 bilhões acima do que o mercado financeiro esperava.
O mercado olha para a estatal com vontade de comprar suas ações, mas com medo do que pode acontecer.
A vontade vem do fato de que com essa geração de caixa toda, espera-se que a empresa, que viraria uma boa pagadora de dividendos somente em 2022, antecipe seus gordos dividendos para este ano ainda.
A política de dividendos da empresa diz que ela deve remunerar o acionista no valor equivalente a 60% do fluxo de caixa operacional descontados os investimentos, com a condição que o endividamento da empresa esteja abaixo de US$ 60 bilhões.
Um fator determinante para que isso aconteça agora ou só mais adiante é a cotação do petróleo no mercado internacional.
Isso é um risco, pois ninguém sabe para onde vai a cotação do petróleo.
Nos patamares atuais, está ajudando a empresa a gerar mais caixa e diminuir sua dívida.
Mas não é só aí que moram os medos do mercado em relação a empresa.
O caminho que a gestão da empresa vai tomar também está no balanço de riscos.
O mercado está ressabiado com as intervenções nas estatais e teme pela continuidade da política de preços (aquela paridade com os preços internacionais que tanto desagradam alguns setores barulhentos da nossa economia e parte do espectro político brasileiro).
A própria política de dividendos pode ser mudada, fora a política de investimentos e entre tantas outras coisas.
Enfim, a Petrobras é aquela pessoa que por fora é maravilhosa, mas pode ter um temperamento difícil.
É algo sedutor, mas dá medo de se meter em problemas.
Cada um que faça suas apostas.
Para quem gosta de frio na barriga e esteja disposto a viver uma paixão ardente, pode ser uma boa pedida.