Onde os políticos brasileiros investem? Qual é a carteira de investimento do Lula, Bolsonaro e dos outros candidatos à presidência da república?

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Eu sempre falo da importância de fazer bons investimentos, de diversificar a carteira e investir conforme seu perfil e objetivos, mas será que os presidenciáveis fazem isso?

De acordo com a regulamentação do processo eleitoral, todos os candidatos à Presidência da República do Brasil precisam declarar o valor total de seu patrimônio, detalhando a distribuição dos seus bens e direitos.

Com base na declaração ao TSE para as Eleições de 2022, podemos analisar as “carteiras” de cada um deles.

Quem é o melhor investidor entre os 12 candidatos?

A maioria dos presidenciáveis apostam em carteiras altamente conservadoras

Muitos inclusive estão “perdendo dinheiro” na poupança, um investimento comum à grande parte dos candidatos e da população brasileira.

Eles também possuem grande concentração em imóveis, além de produtos financeiros de renda fixa, previdência privada e dinheiro em espécie.

Confira os investimentos declarados por cada um dos candidatos às eleições de 2022.

As informações prestadas à Justiça Eleitoral são aquelas que constam na declaração de imposto de renda dos candidatos, ou seja, todos os bens são declarados pelo seu custo de aquisição, sem atualizações pelo valor de mercado.

Ciro Gomes (PDT)

O candidato à Presidência do Brasil Ciro Gomes (PDT) declarou ao TSE um patrimônio de mais de R$ 3 milhões (R$ 3.039.761,97). 

Cerca da metade (R$ 1,5 milhão) está imobilizada em quatro imóveis:

  • 2 apartamentos, sendo um de cerca de R$ 687 mil e outro por volta de R$ 381 mil;
  • 2 casas, sendo uma de R$ 300 mil e outra de R$ 160 mil.

A segunda maior participação no patrimônio de Ciro é um crédito decorrente de alienação no valor aproximado de R$ 1 milhão, cerca de 33% do seu patrimônio.

Há duas quotas ou quinhões de capital de participações societárias em empresas privadas nos valores de R$ 12 mil e R$ 50 mil, totalizando R$ 62 mil, ou cerca de 2% do patrimônio.

Grande parte está alocada em investimentos conservadores como poupança, VGBL e algo em torno de R$ 34 mil em caixa, sendo R$ 32 mil em espécie e o restante em conta-corrente.

O candidato do Partido Democrático Trabalhista informou ainda a posse de dois veículos, no valor de R$ 85 mil e de R$ 105 mil, totalizando R$ 190 mil, pouco mais de 6% do patrimônio total.

AtivoValorPercentual do patrimônio
ImóveisR$ 1.528.293,9250,28%
Crédito decorrente de alienaçãoR$ 1.004.590,7033,05%
VeículosR$ 190.000,006,25%
Outros créditos e poupança vinculadosR$ 155.972,065,13%
Quotas ou quinhões de capitalR$ 62.000,002,04%
Crédito decorrente de empréstimoR$ 36.000,001,18%
Conta-correnteR$ 34.387,971,13%
VGBLR$ 28.517,320,94%
TotalR$ 3.039.761,97100,00%

Fonte: TSE

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Constituinte Eymael (DC)

O candidato do Democracia Cristã (DC), Constituinte Eymael, declarou cerca de R$ 6,5 milhões em bens ao TSE (R$6.572.826,60). 

Na renda fixa, o presidenciável possui aplicação no valor de R$ 10 mil.

Na renda variável, declarou quase R$ 286 mil aplicados em ações e fundos de investimentos.

Ele investe ainda em outras participações societárias, imóveis e possui créditos decorrentes de empréstimos.

Felipe D’Avila (Novo)

O candidato Felipe D’Avila, do Novo, tem o maior patrimônio declarado entre os presidenciáveis, mais de R$ 24 milhões (R$ 24.619.627,66). 

A maior parte do capital, cerca de R$ 21 milhões, ou 85% do total, está distribuído em cinco sociedades privadas.

O candidato declarou ainda duas casas, totalizando aproximadamente R$ 3,35 milhões, ou 14% do patrimônio.

Em produtos de renda fixa ele possui mais de R$ 238 mil (pouco menos de 1% do seu patrimônio) e mais uma quantia de R$ 1.320 em “outras aplicações e investimentos”.

AtivoValorPercentual do patrimônio
Quotas ou quinhões de capitalR$ 21.031.213,6285,42%
ImóveisR$ 3.348.515,2013,60%
Renda fixaR$ 238.578,790,97%
Outras aplicações e investimentosR$ 1.320,050,01%
TotalR$ 24.619.627,66100,00%

Fonte: TSE

Jair Bolsonaro (PL)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou um patrimônio de R$ 2,3 milhões (R$ 2.317.554,73). 

Buscando a reeleição, o candidato do Partido Liberal, possui quase 60% da carteira em imóveis:

  • 4 casas, sendo uma de R$ 400 mil, uma de cerca de R$ 604 mil, uma de R$ 40 mil e uma de R$ 98,5 mil;
  • 1 apartamento de cerca de R$ 241 mil.

A parte dos investimentos é praticamente inteira destinada à poupança. No total, ele possui mais de R$ 591 mil na caderneta, aproximadamente 25% do seu patrimônio.

Ele declara ainda cerca de R$ 316,5 mil (14% do patrimônio) em conta-corrente e um veículo, no valor de R$ 26,5 mil.

AtivoValorPercentual do patrimônio
ImóveisR$ 1.383.233,5459,7%
PoupançaR$ 591.047,5825,5%
Conta-correnteR$ 316.524,6113,7%
VeículoR$ 26.500,001,1%
Quotas ou quinhões de capitalR$ 249,000,0%
TotalR$ 2.317.554,73100,00%

Fonte: TSE

Léo Péricles (UP)

Léo Péricles, do UP, tem o menor patrimônio declarado entre os presidenciáveis, apenas R$ 197,31. 

Na declaração de bens, o candidato da Unidade Popular diz que o dinheiro, que está aplicado na caderneta de poupança.  

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Lula (PT)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou um patrimônio de R$ 7,4 milhões (R$ 7.423.725,78) em bens ao TSE.

O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) prioriza um plano de previdência privada tipo Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), onde concentra 75% do seu patrimônio (cerca de R$ 5,6 milhões).

O segundo principal ativo na carteira de Lula são os imóveis. As sete propriedades declaradas totalizam R$ 777,6 mil, ou cerca de 10% do seu patrimônio.

Lula também investe parte de seus recursos em aplicações de renda fixa, totalizando R$ 187 mil, ou 2,5% do patrimônio.

Há ainda R$ 4,7 mil na poupança (0,06% do patrimônio) e R$ 20,8 mil na conta-corrente.

Outros R$ 430 mil (5,8% do patrimônio) são declarados em “outros bens e direitos” não especificados, R$ 250 mil (3,4% do patrimônio) em créditos decorrentes de empréstimos e R$ 49 mil (0,7% do patrimônio) em participações societárias.

AtivoValorPercentual do patrimônio
VGBLR$ 5.570.798,9975,04%
ImóveisR$ 777.558,2010,47%
Outros bens e direitosR$ 430.020,995,79%
Crédito decorrente de empréstimoR$ 250.000,003,37%
Renda fixaR$ 186.957,982,52%
VeículosR$ 133.475,001,80%
Participações em empresasR$ 49.000,000,66%
Conta-correnteR$ 20.862,230,28%
PoupançaR$ 4.719,220,06%
Outras aplicações e investimentosR$ 333,170,00%
TotalR$ 7.423.725,78100,00%

Fonte: TSE

Pablo Marçal (Pros)

O político Pablo Marçal (Pros) pediu ao TSE a atualização na declaração de bens e valores. Com isso, o patrimônio declarado do passou de R$ 16.942.541,15 para R$ 96.942.541,15, um aumento de R$ 80 milhões.

O pedido não informava o motivo da atualização, mas foi possível observar a inclusão de R$ 80 milhões na categoria "outras participações societárias".

O patrimônio do candidato é um dos mais diversificados. A maior parte do valor vem de participações societárias diversas. 

Ele também possui parte investida no mercado acionário e aplicações na renda fixa, consórcios e imóveis.

Roberto Jefferson (PTB)

O candidato Roberto Jefferson (PTB) declara ter R$ 745 mil (R$ 745.323,41).

Cerca de R$ 716 mil constam na decoração como em “outros fundos”.

Além disso, o presidenciável possui R$ 23 mil na conta-corrente, R$ 3,1 mil na seção “outras aplicações e investimentos” e R$1.884,34 na caderneta de poupança.

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Simone Tebet (MDB)

A candidata do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Simone Tebet, declarou mais de R$ 2,3 milhões (R$ 2.323.735,38) em bens ao TSE.

O que chama atenção é que a presidenciável não possui produtos de investimentos. 

Ao invés disso, seus bens estão distribuídos entre terrenos, casas e apartamentos.

Ela informou 13 imóveis que totalizam R$ 2,265 milhões. Ou seja, 97% do seu patrimônio está imobilizado, praticamente sem liquidez.

O restante (cerca de R$ 60 mil) está em conta-corrente.

AtivoValorPercentual do patrimônio
ImóveisR$ 2.264.510,3097,45%
Conta-correnteR$ 59.225,082,55%
TotalR$ 2.323.735,38100,00%

Fonte: TSE

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Sofia Manzano (PCB)

A candidata Sofia Manzano (PCB) declarou R$ 498 mil em bens nas Eleições de 2022.

Seu único investimento é a caderneta de poupança, onde estão alocados R$ 4 mil.

O restante corresponde a investimentos em imóveis: cerca de R$ 300 mil referentes a uma casa e aproximadamente R$ 200 mil em um apartamento.

Soraya Thronicke (União)

Soraya Thronicke possui o total de R$ 783 mil em bens.

A candidata do partido União Ela declarou R$ 500 mil em participações societárias e R$ 250 mil em dinheiro em espécie.

O restante está em depósitos em dinheiro em contas bancárias. 

Vera (PSTU)

A candidata Vera (PSTU) declarou um patrimônio de R$ 8,8 mil ( R$ 8.805,00) totalmente aplicado na caderneta de poupança.

Quem investe melhor?

Pelos dados declarados, percebemos que a maioria dos candidatos à Presidência tem um jeito “bem brasileiro” de investir, com preferência nos imóveis, caderneta de poupança e grande parte de dinheiro em caixa, seja em conta-corrente, ou em espécie.

Quando aparece alguma aplicação financeira, quase sempre são da renda fixa ou previdência privada. 

Investimentos em ações são pouco comuns, embora parte dos candidatos tenha algum tipo de participação societária.

Lula e Bolsonaro possuem uma carteira pouco diversificada.

O petista deixa a maior parte do seu patrimônio em um plano de previdência privada tipo VGBL. 

Embora não seja necessariamente um investimento ruim, uma vez que possui benefícios como não entrar em inventário em caso de morte do titular, o problema é a grande concentração.

Uma alocação de 75% da carteira em previdência privada não faz sentido, principalmente pelas taxas elevadas dos fundos que aplicam.

Bolsonaro, por sua vez, tem quase 60% do seu patrimônio em imóveis, o que é comum também entre outros presidenciáveis, incluindo Simone Tebet, que tem praticamente todo o seu patrimônio alocado em imóveis, com quase nenhuma liquidez. 

Mais uma vez, o problema é  a concentração. O imóvel não é um bem que se consegue vender de um dia para o outro. Por isso, falta liquidez à carteira. Uma alternativa seria um fundo imobiliário, que você consegue vender rapidamente e fazer dinheiro.

Outro problema é o grande valor depositado na poupança. Bolsonaro e a maioria dos candidatos ainda estão perdendo dinheiro com a baixa rentabilidade da poupança enquanto existem outras alternativas mais rentáveis e igualmente seguras para investir o dinheiro.

Já Ciro, surpreende em ter uma quantia elevada em espécie, um perfil típico do brasileiro conservador. Isso é desaconselhável dados os riscos de perda, roubo e corrosão pela inflação.

A quantia em caixa, seja em conta corrente ou espécie, dos candidatos, poderia ser melhor alocada em aplicações de renda fixa conservadora e de alta liquidez, para render mais.

Ao analisar a carteira dos candidatos à presidência do Brasil, certamente eles poderiam investir bem melhor e explorar as inúmeras oportunidades do mercado financeiro tanto para preservar seu patrimônio, como para fazer crescer ainda mais.

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Os presidenciáveis podem não ter os melhores profissionais para recomendar uma boa alocação de ativos, mas você pode ter!

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