Apesar do cenário de incerteza global e o consequente aumento da volatilidade nos mercados, o número de investidores pessoa física na B3 cresceu no 3º trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado.
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Investidores com ativos em renda variável cresceram 35%, passando de 3,3 milhões para 4,6 milhões.
Com o aumento da taxa Selic, os produtos de renda fixa voltaram a chamar atenção e o número de investidores nesses ativos passou de 9,6 milhões para 12,6 milhões.
O Tesouro Direto já soma mais de 2,1 milhões de CPFs, com alta de 25% em relação ao 3º trimestre de 2021.
“Os números mostram que o brasileiro continua buscando oportunidades e diversificação de investimentos, seja em produtos de bolsa ou de renda fixa. Esses dados demonstram que ainda há um enorme potencial no país e que milhões de pessoas já começaram a diversificar sua carteira para além da tradicional poupança. Isso explica o saldo positivo e crescimento recorrente do número de pessoas físicas nos últimos anos”, avalia Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoa Física da B3.
31% começam com valores de até R$ 40
Entre as pessoas que estrearam em renda variável na B3 no terceiro trimestre, 31% fizeram seu primeiro investimento com valores de até R$ 40 e, outros 29%, entre R$ 40 e R$ 200.
Isso reforça que mais brasileiros têm descoberto que é possível começar a investir em renda variável com tíquetes de entrada menores e têm buscado experimentar novas opções, com vistas a ganhos maiores no longo prazo.
Investidor cada vez mais atento à importância da diversificação
Em 2016, 21% dos investidores possuíam mais de 5 tickers em carteira. Hoje, esse número subiu para 37%.
Os investidores com mais de 5 tickers no portfólio são responsáveis por 73% do saldo em custódia das pessoas físicas na bolsa.
Há 6 anos, 75% das pessoas físicas na B3 investiam apenas em ações. Em 2022, esse percentual caiu para 33%.
“O estudo mostrou, mais uma vez, que os investidores têm alocado seu dinheiro em diferentes classes de produtos, como renda fixa, ações, Tesouro Direto e fundos, como Fiagros, além de possuírem uma carteira de ações com um número maior de ativos. A diversificação é uma aliada de pessoas cada vez mais atentas ao movimento de “sobe e desce” do mercado financeiro, seja nos ativos mais conservadores ou nos de maior risco. Importante compartilharmos esses dados com os agentes financeiros, assessores e formadores de opinião para que complementem suas análises sobre essa transformação estrutural que temos vivenciado juntos no mercado”, destaca Paiva.
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Investimento em ações está mais democrático
O cenário de incerteza global e os juros mais altos não impediram o aumento do número de investidores em ações para o patamar de 3,3 milhões de pessoas físicas no fim de setembro.
Esse número veio acompanhado pela redução do valor médio investido.
Se em 2021 o saldo mediano era de R$ 6 mil, esse valor caiu pela metade em 2022, para R$ 3 mil, mostrando que a bolsa está cada vez mais democrática.
Mais de 90% do saldo dos Fiagros está com as pessoas físicas
Os Fiagros, lançados em março de 2021, já contam com 91% (R$ 4,2 bilhões) de seu saldo em custódia nas mãos das pessoas físicas.
Hoje são 116 mil investidores com o produto em carteira e um saldo mediano de R$ 4 mil.
O Fiagro tem uma estrutura bastante parecida com a dos fundos imobiliários, mas direciona seus recursos para ativos do agronegócio.
Número de investidores em BDRs cresce 380% e chega a quase 1,5 milhão
Entre os produtos de renda variável, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) foram o produto com maior crescimento no número de investidores no último ano.
Eles saíram de 306 mil para quase 1,5 milhão de investidores, um aumento de 380% em relação ao 3º trimestre de 2021.
O valor em custódia cresceu 23% no período, chegando a R$ 6,8 bilhões, e o ADTV, volume médio diário negociado no produto, cresceu 8%, chegando a R$ 171 milhões.
Desde outubro de 2020, o investidor pessoa física tem acesso aos BDRs, antes restritos a investidores qualificados.
Esses produtos permitem que investidores comprem, no Brasil, títulos que representam ações de companhias listadas no exterior.
Hoje existem 848 BDRs de ações e 100 BDRs de ETF disponíveis para as pessoas físicas e compõem uma alternativa simples de investimentos para quem deseja ter exposição no mercado internacional de uma parcela de seu portfólio.
Valor investido em renda fixa dobra
Neste período em que a taxa de juros permanece em dois dígitos, os investidores praticamente duplicaram o valor investido em renda fixa.
Houve um aumento de 48%, de R$ 985 bilhões, no 3º trimestre de 2021, para R$ 1,45 trilhão no final de setembro deste ano.
Os CDBs continuam sendo o produto de renda fixa com mais investidores: 9,3 milhões de pessoas físicas, com saldo de R$ 603,5 bilhões, um crescimento de 23% em relação ao final de 2021.
As LCAs, alternativa isenta de Imposto de Renda para o investidor que colocou ativos do agronegócio em seu portfólio, se destacaram no período e foram o título com maior crescimento relativo no número de investidores desde o fim do ano passado: uma alta de 86%, chegando a 1,3 milhão de pessoas, com saldo total na casa de R$ 315 bilhões.
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Cresce número de investidores e valor em custódia do Tesouro Direto
Além do crescimento de 25% no número de CPFs que investem no produto, o valor em custódia também cresceu 35% em um ano, chegando a R$ 95,5 bilhões no 3º trimestre de 2022.
Entre os títulos do Tesouro Direto, o Tesouro IPCA (NTN-B Principal), que tem a rentabilidade vinculada à variação do IPCA mais juros previamente definidos, segue sendo o papel com a maior parte dos investidores, 40%.
Logo atrás, com 34%, vem o Tesouro Selic (LFT), que tem seus rendimentos ligados à taxa Selic.
Fonte: B3