O fundador da Hopin, Johnny Boufarhat se tornou o bilionário mais jovem do Reino Unido, depois de lançar seu negócio em plena pandemia de covid-19. 

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Financeiramente independente e adepto do trabalho remoto, ele não tem uma residência permanente ou escritório.

O empreendedor de 27 anos teve a ideia de criar sua plataforma de eventos online em 2018 quando estava acamado com doença autoimune e a lançou em março do ano passado.

De acordo com o ranking do jornal britânico Sunday Times, Johnny Boufarhat é o bilionário self-made mais jovem do Reino Unido com fortuna pessoal estimada em R$ 11 bilhões.

Após rodada de investimentos, sua empresa Hopin passou a ser avaliada em US$ 5,65 bilhões e emprega cerca de 800 pessoas, sem nenhum escritório.

"Ser uma empresa completamente remota nos permitiu fazer coisas que outras companhias não conseguiram fazer antes", disse à BBC News Boufarhat.

Para ele, não ter uma sede para a sua empresa é o de menos. Ele sequer tem uma casa permanente.

Ele se muda constantemente e comanda a sua empresa de onde estiver.

Quem é Johnny Boufarhat

Johnny Boufarhat é o fundador da Hopin, uma das startups de tecnologia de crescimento mais rápido de todos os tempos.

O aplicativo, que já conta com 5 milhões de usuários, permite que as pessoas transmitam discursos, realizem chats em vídeos e se conectem remotamente.

Boufarhat teve a ideia de criar o Hopin para se conectar com outras pessoas enquanto o anos que esteve acamado se recuperando de uma doença auto-imune.

Durante esse período isolado ele tentava se conectar com as pessoas participando de eventos online.

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Vida e carreira

De família libanesa, Johnny Boufarhat nasceu na Austrália, país em que seus pais se refugiaram durante a guerra civil de 1975-1990.

Durante sua infância, viveu em Los Angeles, Dubai, até se mudar para Londres e estudar Engenharia Mecânica na Universidade de Manchester.

Em viagem pelo sudeste asiático, em 2015, Boufarhat se contaminou com um vírus que o deixou imunossuprimido. 

De volta a Londres, ficou de cama por cerca de um ano.

"Eu me tornei uma pessoa diferente", lembra Boufarhat. "Não podia sair de casa, estava vomitando, o cansaço era muito ruim. Depois de mais de um ano, estava realmente ficando louco. Não sentia que podia viver uma vida tão confinada.".

Ainda que fosse possível socializar até certo ponto pela internet, graças às redes sociais e ao YouTube, ele percebia que sua carreira estava em queda livre. 

Embora tenha feito alguns trabalhos remotos para se manter financeiramente e assistisse seminários e videoconferências, ele se sentia isolado. 

Durante esse tempo percebeu que a maioria das plataformas existentes não permitia conhecer pessoas e fazer novos contatos durante os eventos

Boufarhat identificou uma oportunidade:

"Poderia haver mil pessoas num seminário pela internet, mas eram basicamente duas pessoas falando sem que você sequer pudesse saber quem mais estava assistindo", disse Boufarhat à BBC. 

Foi então que ele codificou a primeira versão da Hopin. A ideia era garantir uma experiência interativa aos participantes, permitindo que se conectem uns com os outros por meio de mensagens e salas de reuniões online.

Em 2019, ele finalmente concluiu e lançou o produto que havia idealizado durante o período em que ficou de cama. 

Naquela época, ainda não se tinha a dimensão da pandemia de covid-19 que atingiria o mundo todo no ano seguinte.

Porém, foi o período de confinamento provocado por ela que impulsionou o sucesso bilionário de Boufarhat e da sua empresa.

Embora tenha seu domicílio registrado no Reino Unido, atualmente Boufarhat vive em Barcelona com sua noiva.

Mesmo com sua vida nômade, ele admite ser viciado em trabalho.

Em entrevista ao Sunday Times ele diz estar "muito focado no trabalho''. "Só quero ser o mais impactante que puder, de uma forma positiva para o mundo."

Criação da startup Hopin

Boufarhat criou a plataforma Hopin em 2018 quando estava acamado por causa de uma doença autoimune. Na época, ele iniciou sozinho a programação do aplicativo. Nos dois anos seguintes, passou a trabalhar com uma pequena equipe de desenvolvedores.

Após conseguir milhões em financiamento, ele lançou o aplicativo em junho de 2019 com apenas seis empregados.

Em novembro de 2019, Boufarhat disse aos investidores que a Hopin "seria a empresa de crescimento mais rápido do mundo".

Com o início da pandemia covid-19 a plataforma cresceu exponencialmente, uma vez que as quarentenas exigiram o distanciamento e os eventos presenciais foram interrompidos. 

Na época que a pandemia estourou, a empresa estava passando por um processo de reconstrução dos sistemas. O lançamento estava planejado inicialmente para o final de 2020, mas não dava para esperar.

Em vez disso, Boufarhat e sua equipe optaram por abrir a plataforma quase imediatamente, em março de 2020.

A procura foi alta e a pequena equipe não conseguia mais atender a demanda. Então começaram a contratar.

A Hopin já tinha uma estrutura tecnológica adequada para aproveitar a oportunidade. A pandemia era o momento perfeito para crescer. 

A plataforma abrigou mais de 80 mil eventos desde 2020, trabalhando com empresas e organismos internacionais como as Nações Unidas, a Otan, a Slack e a Unilever.

Em 2020, a companhia teve receitas de 54 milhões de libras e tem previsão de faturar 130 milhões neste ano.

Atualmente, a empresa conta com mais de 800 funcionários em 45 países. A Hopin não tem escritórios físicos. É totalmente remota, o que permite buscar os melhores talentos do mundo e trazê-los a bordo com rapidez. 

Boufarhat diz que não tem planos imediatos de mudar o modelo de trabalho remoto que serviu tão bem aos seus negócios. 

Na verdade, ele acredita que essa cultura empresarial digital é que vai operar as empresas daqui para frente. 

A Hopin realiza uma vez por mês uma reunião em vídeo na "sala de conferências" para todos os seus funcionários. O encontro ocorre na própria plataforma digital da empresa.

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