O que é fundo mono ação?

Fundo mono ação é um tipo de fundo de investimento que tem como característica principal o investimento em ações de uma única empresa.

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Você deve estar imaginando que o investimento nesse tipo de fundo não é muito interessante, visto que é o mesmo que investir em uma ação individualmente.

Entretanto, segundo a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercado Financeiro e de Capitais), existem atualmente mais de 40 fundos mono ação no Brasil.

Além disso, metade desses fundos contam com mais de mil cotistas, o que mostra que essa é uma modalidade de investimento com um volume considerável.

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Como funciona um fundo mono ação?

Ao contrário dos fundos de ações, que investem em uma grande variedade diferente de ações, um fundo mono ação opta por comprar e vender ativos de uma única empresa.

Neste caso, os fundos mono ação apresentam uma estratégia simplificada, buscando maximizar seus ganhos a partir da volatilidade das ações de uma empresa.

Normalmente, os fundos mono ação acabam optando por ações de grandes empresas, com ampla liquidez, pois esses fundos podem gerar forte interferência no mercado.

Assim, para evitar limitações na hora de fazer grandes compras e vendas, os fundos mono ação optam por negociar ativos de empresas como: Ambev, Vale, Petrobras, Banco do Brasil, etc. 

No mais, os fundos mono ação apresentam uma estrutura operacional igual aos demais fundos de investimentos.

O dinheiro aplicado dos investidores são somados em um conjunto único e administrado por um gestor, que decidirá quais ações serão compradas e quando serão vendidas.

Da mesma maneira é a repartição dos custos administrativos, que serão cobrados como uma porcentagem do capital investido.

Os fundos de investimentos seguem as normas de funcionamento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que é o órgão que fiscaliza o mercado financeiro e de capitais do Brasil.

Cada fundo de investimento apresenta ainda uma regulamentação própria, com regras definidas quanto à sua forma de operação.

As regras do fundo devem constar os objetivos a serem perseguidos, os tipos de ativos que deverão compor a carteira, o nível de risco, e os custos cobrados para os participantes.

Os fundos de investimentos também precisam apresentar uma estrutura administrativa profissional e transparente, contando com os seguintes serviços:

  1. Gestor: quem decide a estratégia e os ativos a serem comprados e vendidos;
  2. Custodiante: quem faz a guarda dos ativos do fundo (esse trabalho normalmente é feito por grandes bancos);
  3. Distribuidor: quem vende as cotas do fundo para os investidores no mercado. Geralmente são bancos e corretoras de valores;
  4. Auditor externo: quem verifica se as informações do fundo apresentadas aos contidas estão corretas;
  5. Administrador: quem é responsável pelo trabalho administrativo e burocrático para que o fundo funcione corretamente.

Críticas aos fundos mono ação

Por ser uma modalidade de investimento contraintuitiva e, por vezes, até mesmo irracional, os fundos mono ação são muito criticados por especialistas de mercado.

A primeira crítica é que esse tipo de fundo tende a cobrar as mesmas taxas de administração e performance que os demais fundos de ações, que apresentam um trabalho de gestão mais complexo.

As taxas de administração verificadas em boa parte dos fundos mono ação costumam estar entre 1,5% e 4,0%. 

Vale lembrar que é possível encontrar excelentes fundos de ações, com estratégias diversificadas e contemplando uma carteira composta de vários ativos, e que cobram apenas 2,0% dos investidores.

Com isso, o custo atual dos fundos mono ação não corresponde à estrutura de gestão deles e nem a alguma vantagem em recolhimento dos impostos quando comparados ao investimento direto em ações.

Além disso, os fundos mono ação não contém aquilo que seria uma das principais razões de existir dos fundos de investimentos: a diversificação.

Ou seja, como um fundo mono ação só trabalha com uma ação, não há qualquer tipo de diversificação nessa estratégia.

Por fim, podemos dizer que os fundos mono ação é uma estratégia oportunista que grandes instituições financeiras encontraram de ganhar mais dinheiro em cima dos seus clientes.

Como o conhecimento da grande maioria das pessoas sobre o mercado de ações no Brasil ainda é muito limitado, é de se esperar que os grandes bancos consigam empurrar esse tipo de produto aos seus clientes.

Muitos clientes podem ficar interessados em comprar fundos que contenham apenas uma ação, achando que este é um mercado muito restritivo para o investidor individual.

Como podemos perceber, o foco de distribuição dos fundos mono ação está nos principais bancos, como Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander.

Com isso, os bancos conseguem ganhar com uma taxa de administração elevada e economizam nos gastos com administração e gestão do fundo, o que torna esse investimento uma péssima escolha para o investidor.