Em fevereiro deste ano, quando o epicentro da epidemia do coronavírus ainda estava na China, o agricultor Valdir Fries, de Itambé, no Paraná, viu as exportações da soja brasileira despencarem e os preços caírem.

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"A saca baixou para R$ 80 na região, uma perda de R$ 5 por saca, devido à incerteza sobre o que poderia acontecer”.

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“Acreditamos que não era hora de se apavorar, esperávamos que fosse melhorar em abril ou maio, afinal o mundo precisa da soja brasileira. E foi o que aconteceu", disse.

Naquele mês, ele conta que havia comercializado pouco mais de um terço da produção no mercado futuro.

"Diante dos preços da época, o que fizemos de melhor foi aguardar a melhora dos preços internos e felizmente acabamos acertando", disse.

Puxado pelas importações asiáticas, o preço da soja subiu e o produtor não esconde a animação.

"Vendemos agora acima de R$ 95, chegando a R$ 100 a saca na região. Não só eu, outros produtores também aproveitaram e venderam grande parte da soja disponível. O que nos resta da safra passada é muito pouco."

Aproveitando o momento de boa cotação, Fries já vendeu 40% da soja que vai produzir na safra 2020/21 no mercado futuro.

"Na relação da troca com os insumos, o preço atual nos beneficiou. Com todo esse mercado favorável, grande parte da soja foi para incrementar a exportação que cresceu bastante. Com a desvalorização do real, os asiáticos estão aproveitando para comprar volumes maiores", disse.

O produtor lembra que o ganho se deve à valorização do dólar frente ao real.

"Não fosse isso, estaríamos em situação difícil. O dólar caiu um pouco nos últimos dias, mas ainda está em um patamar bom para quem exporta."

Fries cultiva 220 hectares de soja por safra no sítio Rancho da Mata, na região de Maringá, noroeste do Estado. Ele já prepara o próximo plantio.

"Estamos com os insumos comprados para a próxima safra e vamos plantar mais soja. Há uma necessidade no mundo e principalmente dos asiáticos pela soja do Brasil”.

"Com certeza, com a previsão de bom clima, vamos ter uma boa produção. A boa notícia de hoje (ontem), é que as chuvas estão chegando por aqui. O cenário é animador", disse.

Umas das empresas líderes do agronegócio, a SLC Agrícola (SLCE3) não sentiu o impacto da pandemia do coronavirus na economia, nos últimos doze meses a ação tem forte valorização de 50,1% contra uma queda de -12,9 do Ibovespa.

O resultado da SLC no primeiro trimestre de 2020 (1t20) foi divulgado no 13 de maio, a empresa teve um lucro líquido de R$ 156,4 milhões, alta de 40% comparado ao mesmo período do ano anterior.

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Fonte: Estadão Conteúdo.