Estudo global de investidores realizado pela Schroders mostra que o comportamento do investimento no pós-pandemia tende a priorizar a segurança financeira, mas também busca por melhores retornos.

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A pandemia de covid-19 alterou quase todos os aspectos da vida e deve deixar heranças na forma como as pessoas investem e pensam sobre dinheiro.

Quase metade das pessoas (46%) pretende economizar ainda mais, mesmo depois que as restrições financeiras derivadas da pandemia acabarem.

Os investidores também esperam retornos maiores de seus investimentos. Em média, o retorno anual previsto do investimento para os próximos cinco anos é de 11,3%

Os dados são do Estudo Global de Investidores da Schroders e explora os comportamentos e atitudes de investidores em todo o mundo.

Para a edição de 2021 foram entrevistadas 23.450 pessoas que pretendem investir pelo menos 10 mil euros nos próximos 12 meses e fizeram mudanças em seus investimentos nos últimos 10 anos. 

A pesquisa foi realizada em 32 locais em todo o mundo entre 16 de março e 7 de maio deste ano.

No geral, os resultados mostram que as pessoas esperam para o pós-pandemia níveis mais saudáveis ​​de renda e retorno de seus investimentos.

Os comportamentos de investimento, suas atitudes e expectativas também parecem ter sido afetadas com a turbulência e incerteza causada pela pandemia.

Os efeitos das restrições parecem duradouros, com muitos investidores procurando economizar mais para a aposentadoria e priorizar a economia em vez de gastar.

As principais descobertas do estudo da Schroders:

  • Os investidores esperam retornos ainda maiores de seus investimentos do que nos anos anteriores. Em média, o retorno anual esperado para os próximos cinco anos foi de 11,3%;
  • Quase três quartos das pessoas acreditam que seu bem-estar financeiro se tornou mais importante devido à pandemia e passaram mais tempo reorganizando as finanças pessoais;
  • Apesar do ano turbulento, a maioria conseguiu cumprir suas metas de poupança ou superá-las;
  • Economizar será um legado duradouro da pandemia para quase metade dos entrevistados;
  • A prioridade de gastos pós-pandemia serão investimentos e compra de imóveis;
  • 58% dos aposentados são mais cautelosos ao gastar suas economias para a aposentadoria devido à pandemia. 

Otimismo nos retornos dos investimento

Se no estudo do ano passado a maioria das pessoas (67%) esperavam que seus investimentos proporcionassem retornos mais baixos nos próximos cinco anos, esse ano o otimismo falou mais alto.

Os investidores não apenas preveem altos retornos de seus investimentos, como também seu retorno esperado é maior do que nos anos anteriores.

Em média, as pessoas esperam que o retorno anual do investimento nos próximos cinco anos seja de 11,3%. Este é um aumento de 1,1% em relação a 2017 e um aumento marginal, mas notável, de 0,4% em relação ao ano passado.

Expectativas de retorno de investimento total anual médio das pessoas nos próximos cinco anos
Expectativas de retorno de investimento total anual médio das pessoas nos próximos cinco anos. Fonte: Schroders.

Esse otimismo é compartilhado por diferentes tipos de investidores, mas não na mesma medida. Ele cresce conforme os entrevistados classificam seu conhecimento de investimento.

Aqueles que se declaram especialistas ou "avançado" esperam, em média, retornos mais elevados (12,8%) do que seus colegas iniciantes (8,9%). 

Segundo a Schroders, essa diferença mostra que o conhecimento de investimento pode afetar a forma como as pessoas consideram positivamente o desempenho de suas carteiras, especialmente em tempos de incerteza.

Expectativas de retorno de investimento total anual médio das pessoas nos próximos cinco anos, por grupo de conhecimento de investimento
Expectativas de retorno de investimento total anual médio das pessoas nos próximos cinco anos, por grupo de conhecimento de investimento. Fonte: Schroders.

Quando olhamos para as expectativas de retorno do investimento a nível regional, os investidores nas Américas foram os mais otimistas com expectativa de retorno total anual de 12,5% para os próximos cinco anos. 

O resultado é impulsionado pela América do Sul, com expectativa de retorno médio de 13,3%, enquanto a América do Norte é menos otimista com 10,6%. 

No Brasil, a expectativa de retorno total anual médio do investidor subiu de 13,3% em 2020 para 14,6% em 2021.

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Mais importância para o bem-estar financeiro

Quase três quartos das pessoas (74%) acreditam que seu bem-estar financeiro se tornou mais importante desde a eclosão da pandemia.

A maioria dos entrevistados concordam com a afirmação: 'Desde o surto de COVID-19, passei mais tempo pensando em meu bem-estar financeiro e tentando reorganizar minhas finanças pessoais'

  • 46% Concordam;
  • 28% Concordam fortemente;
  • 18% Não concordam nem discordam;
  • 6% Discordam;
  • 2% Discordam fortemente.

Embora a pandemia tenha feito muitos repensarem sobre suas finanças, isso tem acontecido em vários graus.

Aqueles com um nível mais baixo de conhecimento sobre investimentos foram menos propensos a concordar que a pandemia os fez gastar mais tempo pensando em suas finanças. 

Apenas 66% daqueles que se identificam como investidores 'iniciantes' concordaram, em comparação com 72% dos investidores intermediários e 78% dos investidores avançados.

Para a Schroders, isso mostra que, em um cenário de incerteza do mercado, aqueles com maior conhecimento sobre investimentos tendem a reconhecer o momento como propício para reavaliar seus planos financeiros e posicionar-se melhor para enfrentar a tempestade.

Observando o efeito da pandemia nas pessoas por regiões, as pessoas da Ásia e das Américas foram aquelas que mais concordaram que começaram a pensar mais sobre suas finanças desde o início do COVID-19. 

No Brasil, 86% dos investidores disseram ter adotado esse novo hábito de dedicar mais tempo para pensar sobre seu bem-estar financeiro e reorganizar suas finanças pessoais durante a pandemia.

O país ficou atrás apenas da Tailândia (91%), Índia e Indonésia (ambos com 88%).

Pessoas que passaram mais tempo pensando em seu bem-estar financeiro desde o início do COVID-19, por local. 

LocalizaçãoPercentagem
Tailândia91%
Índia88%
Indonésia88%
Brasil86%
México86%
África do Sul86%
China83%
Argentina82%

Fonte: Schroders.

Capacidade de economizar

Apesar do ano turbulento, 79% das pessoas que participaram do estudo do investidor global da Schroders conseguiram cumprir suas metas de poupança ou superá-las.

Sobre a capacidade de economizar e investir conforme planejado ao longo de 2020:

  • 47% economizaram o que planejaram;
  • 32% Economizaram mais do que planejaram;
  • 21% Não economizaram o quanto planejaram.

Dentre os 32% dos investidores globais disseram ter economizado mais do que o planejado desde o início da pandemia, o isolamento e diversos comércios temporariamente fechados, contribuíram para que muitas pessoas gastassem menos. 

Dos investidores globais que não conseguiram economizar tanto quanto planejado, 45% citaram a redução do salário e da renda do trabalho como o principal motivo.

O segundo motivo mais apontado (36%) foi justamente mais gatos com itens não essenciais, como entretenimento, alimentação e entregas.

Já 33% apontaram mudanças pessoais, como mudanças e chegada de mais filhos, como fatores que impediram uma economia maior.

No Brasil, praticamente metade dos investidores (48%) poupou tanto quanto planejava, 27% pouparam mais do que esperavam e 25% pouparam menos que o planejado.

Legado da pandemia

Será que a pandemia terá um legado duradouro nas finanças das pessoas? Para quase metade dos entrevistados, sim.

Enquanto 29% das pessoas dizem que não haverá mudança em seu comportamento de poupança quando os bloqueios forem eliminados, quase metade (46%) afirma que economizará mais, enquanto 24% afirmaram que pretendem economizar menos.

No Brasil, 58% dos investidores entrevistados têm a intenção de colocar mais dinheiro em suas aplicações como um todo. 

Desse total, 47% afirmaram ter interesse em investir mais em ativos de baixo risco e 42% buscam aplicações em ativos de alto risco, segundo o Valor Investe.

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Cuidado extra entre aposentados 

A pandemia não afetou apenas o comportamento de economia e investimento, mas a perspectiva de aposentadoria.

A maioria (58%) dos aposentados se diz mais cautelosos ao gastar suas economias para a aposentadoria devido à pandemia. 30% são tão cautelosos quanto antes, enquanto 12% são agora menos cautelosos como resultado disso.

Esse sentimento é ecoado em todas as regiões. Na Europa, 50% dos aposentados estão agora mais cautelosos com suas economias para a aposentadoria, enquanto que 64% dos aposentados nas Américas se sentem assim.

O planejamento da aposentadoria também mudou com a pandemia.

Agora 67% das pessoas dizem que gostariam de economizar mais para a aposentadoria, após os eventos do COVID-19. 21% dizem que gostariam de poupar a mesma quantia, enquanto apenas 13% gostariam de poupar menos.

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