O que é fundo soberano?

Fundo Soberano é um fundo de investimento estatal composto de dinheiro gerado pelo governo para fornecer benefícios para a economia do país e aos cidadãos.

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Em inglês o fundo soberano é chamado de sovereign wealth fund, com a sigla de SWF.

O financiamento de um fundo soberano pode vir de várias fontes, geralmente derivado das reservas excedentes de um país. 

As fontes mais comuns são:

  • receitas provenientes de exploração de recursos naturais de propriedade do Estado (royalties);
  • superávits comerciais;
  • reservas bancárias que podem se acumular de excessos orçamentários;
  • operações em moeda estrangeira;
  • dinheiro de privatizações;
  • pagamentos de transferências governamentais.

Em geral, os fundos soberanos costumam ter uma finalidade específica, como financiar investimentos nacionais ou mesmo em outros países.

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Como funciona o fundo soberano?

Como qualquer tipo de fundo de investimento, os fundos soberanos têm seus próprios objetivos, regras, tolerâncias de risco, correspondências de passivos e nível de liquidez. 

Dependendo dos ativos e objetivos, a gestão de risco dos fundos soberanos pode variar de muito conservador a uma alta tolerância ao risco.

O tamanho dos fundos soberanos, em termos de recursos, varia de país para país e também de acordo com os objetivos. 

Da mesma forma são os investimentos aceitáveis ​​incluídos em cada fundo soberano.

Esse tipo de fundo costuma ser bastante flexível, de modo que os países podem criar ou dissolver um fundo soberano para atender às necessidades de sua população em cada época. 

Em alguns casos, os fundos soberanos investem diretamente nas indústrias domésticas, mas em outros podem ser formados para resolver questões de política internacional (diplomacia).

Dessa forma, pode haver uma preocupação de que os fundos soberanos tenham uma influência política em outros países, podendo gerar conflitos diplomáticos.

Inclui-se a isso o problema dos fundos soberanos mais significativos não serem totalmente transparentes sobre seus investimentos e práticas de governança corporativa.

Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), o aumento em tamanho e em número desses fundos merece atenção reforçada.

Isso porque os fundos soberanos podem gerar interferências importantes nos mercados financeiros e de capitais, além de, algumas vezes, financiarem grupos extremistas pelo mundo.

Como atuam os fundos soberanos na prática?

Até em agosto de 2020, os cinco maiores fundos soberanos do mundo eram constituídos pelos seguintes valores

  1. Norway Government Pension Fund Global: US$1.073.590.000.000
  2. China Investment Corporation: US$940.604.000.000    
  3. Abu Dhabi Investment Authority: U$579.621.120.000
  4. Kuwait Investment Authority: U$533.650.000.000      
  5. CHong Kong Monetary Authority Investment Portfolio: U$528.054.000.000

Cada um desses fundos apresenta uma função específica, e são captados a partir de fontes diferentes.

O Norway Government Pension Fund Global, por exemplo, tem como objetivo facilitar a realização de poupança do governo para compensar os custos crescentes do programa de pensão pública.

Esse fundo foi estabelecido em 1990 como o Fundo do Petróleo do Governo, com o objetivo inicial de criar um fundo para reter as receitas excedentes do comércio de petróleo do país. 

O fundo da Noruega investe em ações, renda fixa e imóveis. Em 2019, apresentou uma rentabilidade de 19,9%, com destaque para as ações com uma rentabilidade de 26,0%. 

A composição desse fundo é de cerca de 71% em ações, 3% em imóveis e 27% em renda fixa.

Já o China Investment Corporation é um fundo soberano usado para administrar uma parte das reservas de moeda estrangeira do país. 

O Ministério das Finanças da China estabeleceu a China Investment Corporation em 2007 por meio da emissão de títulos especiais.

O Brasil também já teve o seu fundo soberano, criado em 2008 mas extinto em 2019. Neste caso, o fundo soberano brasileiro foi criado com o intuito de evitar a supervalorização do Real diante do Dólar.