O dólar sofreu uma reviravolta e fechou em queda nesta quarta-feira (17), abandonando altas de mais cedo.

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O movimento local seguiu a virada da moeda nos mercados externos, após a decisão do banco central dos Estados Unidos indicar que os juros ficarão perto de zero por pelo menos três anos.

O dólar à vista caiu 0,52%, a R$ 5,5876 na venda, depois de subir a 5,6834 reais (+1,19%).

A cotação vinha em alta ao longo de todo o dia, seguindo movimento externo e em meio à expectativa também pela decisão da Taxa Selic no Brasil --que será anunciada a partir de 18h30 desta quarta.

Pouco antes da divulgação da decisão do Federal Reserve (Fed), o dólar estava em alta de 0,69%. Imediatamente após as 15h, a moeda virou e passou a mostrar forte queda, até atingir uma mínima de 5,5701 reais (-0,83%).

No comunicado de política monetária, o BC dos EUA manteve os juros entre zero e 0,25% e sinalizou manutenção nesse patamar até 2023.

Em coletiva de imprensa na sequência, Jerome Powell, que comanda o banco central norte-americano, não demonstrou preocupação com a inflação, nem expressou receio quanto ao recente salto nos rendimentos dos títulos.

"Powell foi claramente 'dovish' (menos preocupado com a inflação), dando suporte aos ativos de risco no curto prazo", disse Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.

O comunicado do Fed e a entrevista de Powell "claramente mostram um cenário mais calmo para os EUA em termos inflacionários, na contramão do contexto no Brasil. Sem juros altos no curto e médio prazo, com liquidez garantida", afirmou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

O mercado aguarda a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, com expectativa geral de aumento de 0,50 ponto percentual nos juros.

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"Um comunicado 'hawkish' seria necessário para vermos uma reação melhor de preço do real", disseram estrategistas do Citi em nota.

"Qualquer coisa acima de 0,50 ponto percentual (de alta) seria um fator positivo para o real no curto prazo."

O juro básico nominal está na mínima histórica de 2% ao ano, enquanto a taxa real está negativa.

Isso aprofundou a perda de apelo da moeda brasileira para operações de arbitragem com taxa de juros ("carry trade"), além de maior risco fiscal e baixo crescimento econômico no país.

A expectativa do mercado financeiro é que o ciclo de normalização da política monetária dificulte a montagem de posições contrárias ao real via encarecimento do custo de carregamento de apostas de queda na moeda.

Apenas em 2021, o real cai 7,15% ante o dólar, depois de recuar mais de 20% no ano passado.

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Fonte: Reuters