O Bank of America (BofA) melhorou as previsões de déficit primário e dívida bruta do Brasil para 2021, citando um início melhor para as contas fiscais neste ano depois de surpresas positivas nos dados do fim do ano passado.
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O BofA espera agora que o déficit primário fique em 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, contra estimativa anterior de 3,9%.
O déficit primário é o resultado das receitas menos despesas, excluindo pagamento de juros da dívida.
A dívida bruta em relação ao PIB ficará em 88,9%, abaixo dos 93,5% esperados antes.
O pico da dívida bruta/PIB será menor que o calculado anteriormente pelo banco, saindo de 100%, cenário previsto em novembro passado, para 96%.
A estabilização começará entre 2027 e 2028.
A medida dívida bruta/PIB é vista como um indicador de solvência de um país e, por isso, é acompanhada de perto por agências de classificação de risco.
"Em todos os nossos cenários, assumimos a mesma dinâmica de gastos de longo prazo: o crescimento das despesas respeitará o teto de gastos apenas até 2022, e seguirá daí em diante um crescimento contido sob o pressuposto de que alguma consolidação fiscal (como uma reforma administrativa para enfrentar a segunda maior despesa do governo) continuará nos próximos anos", disseram David Beker e Ana Madeira, que assinam o relatório.
Mas eles ainda avaliam que o cumprimento do teto de gastos após 2022 segue como um "desafio significativo".
A avaliação cita o gasto obrigatório do governo acima de 90% das receitas, a ausência do estado de calamidade pública, pressões por mais despesas no contexto da segunda onda de Covid-19 e a perspectiva de juros mais altos.
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