Em um cenário de completa imprevisibilidade, a pandemia de Covid-19 acometeu o Brasil e o mundo e trouxe uma necessidade iminente de adaptação de todos os mercados e serviços.

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Nós, do setor imobiliário, vivemos de ciclos. Há períodos piores – como os trágicos anos de 2014 a 2018 – e há períodos melhores – o atual, iniciado em 2019 com a baixa na taxa de juros, que se mantém atrativa até os dias de hoje.

A verdade é que, apesar de nos ter pegado de surpresa, a crise sanitária não nos atingiu tanto quanto a outros segmentos.

Em outubro de 2020, o financiamento imobiliário bateu recorde da série histórica, iniciada em 1994, aponta a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

Mas, sem dúvidas, o modo de se viver e trabalhar mudou, e o setor imobiliário precisa se reinventar.

Após uma percepção precipitada de que, no futuro, o trabalho aconteceria 100% de casa, hoje há concordância maior em um modelo híbrido.

E o escritório pós-pandemia pede vãos livres, maior distanciamento entre funcionários, áreas de convivência, oferta de serviços e espaços verdes.

A meu ver, os novos edifícios comerciais deverão abranger práticas ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa) desde sua projeção.

É uma demanda não apenas da sociedade, mas dos investidores. Com isso, prédios antigos perdem cada vez mais espaço. Se houver possibilidade de retrofit, melhor.

Os conceitos de sustentabilidade também devem nortear o futuro dos residenciais. Espaços verdes dentro do condomínio e no entorno, práticas ecofriendly na coleta de lixo e no consumo de água e de energia tornam-se pontos imperativos na escolha de um lar.

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Atrelado a isso, outro componente importante é a automação e o uso de inteligência artificial.

Apesar de termos progredido a passos largos se compararmos nossos hábitos atuais de pedir comida e carro e ouvir música, por exemplo, com as práticas do passado, no real este potencial tecnológico ainda é pouco explorado.

Muito pode ser feito para integrar uma casa de maneira funcional, prática e rotineira. Correndo o risco de parecer óbvio, aponto a necessidade de espaços de home-office dentro do apartamento.

Em um momento em que reuniões de trabalho em vídeo são frequentemente interrompidas por sons externos, chegadas de filhos e aparições especiais de animais de estimação, muitas famílias optaram por migrar para lares maiores, com uma delimitação mais concreta entre o que é ambiente para se viver e para se dedicar ao trabalho.

Apostamos nesta tendência e já estamos montando os decorados de nossos estandes de venda com espaços próprios para o home-office.

Há, por fim, uma intenção do mercado de facilitar a vida do comprador. No modelo atual, é de praxe entregar um imóvel novo vazio, sem piso ou qualquer tipo de acabamento.

A realidade é que obrigamos o cliente a fazer obra. Para evitar quebra-quebra, geração de resíduos e desperdício de mão de obra, uma opção – mais viável para o alto padrão, admito – é oferecer kits de personalização das unidades. Ao comprar um apartamento, compra-se também os acabamentos.

Na entrega das chaves, o imóvel está pronto para habitação, e com o selo de qualidade da construtora encargada da reforma.

Colocar tudo isto em prática é, de fato, desafiador. Mas o mercado imobiliário brasileiro é pujante.

As condições macroeconômicas, de juros e financiamento, seguem favoráveis, e o déficit habitacional no país continua crescente.

Assim como as entidades dos setores, eu acredito em um segundo semestre de expansão e resultados positivos.

Deste período turbulento da nossa história, levaremos os aprendizados, as transformações e a certeza de que, como sociedade, somos resilientes, versáteis e capazes de nos reinventarmos diante das dificuldades.

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Fonte: Abecip.org