Resumo

  • Real Digital é a próxima inovação no sistema de pagamentos brasileiro;
  • A moeda segue o modelo de uma stablecoin com paridade com o Real;
  • A ideia das moedas de Bancos Centrais é aproveitar a segurança da blockchain em transações entre duas pessoas.

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O Real Digital é a próxima inovação no sistema de pagamentos brasileiro, com foco na inclusão financeira, maior concorrência e transparência nas relações com os consumidores. 

A moeda faz parte de novo conceito que ganhou força pelo mundo: as CBDCs (Central Bank Digital Currencies), representações digitais emitidas e controladas pelos Bancos Centrais das moedas físicas em circulação na economia. 

A CBDC brasileira é chamada de Real Digital e já está começando a sair do papel.

O Banco Central do Brasil vem estudando a sobre a emissão de uma moeda digital desde 

2020.

Na quinta-feira (20 de outubro de 2022), o BC emitiu, experimentalmente, as primeiras unidades do real digital, dando um passo importante rumo ao lançamento oficial previsto para 2024.

Saiba o que é o Real Digital e o que isso deverá representar nas finanças e qual o motivo da grande expectativa dos agentes do mercado.

O que é o Real Digital?

O Real Digital será uma versão digital da moeda fiduciária do país, com o mesmo valor do dinheiro tradicional. 

A moeda funcionará no formato de stablecoin, uma moeda estável cuja paridade será de 1:1 com o real.

Não se deixe enganar, o Real Digital não é uma criptomoeda. 

Diferente de ativos como bitcoin ou ethereum, cujas cotações oscilam e não possuem uma regulamentação ou um órgão de supervisão central, a moeda digital brasileira será regulada pelo BC, que também será responsável pela emissão. 

O real digital faz parte das CBDC (Central Bank Digital Currency), moedas digitais de Bancos Centrais, que visam digitalizar processos financeiros e facilitar as transações.

Como vai funcionar o Real Digital?

O Real Digital funcionará de forma semelhante ao Real “convencional” que já é utilizado para transações financeiras digitais, como PIX, pagamento de boletos on-line, débito em conta e transferência bancária.

No entanto, há algumas diferenças importantes do "novo dinheiro".

Em tese, para cada Real deixado na conta bancária haveria um correspondente a de notas impressas. 

Logicamente, o Banco Central do Brasil não mantém todas essas cédulas em circulação, pois as transações em espécie representam apenas 3% do dinheiro. 

No entanto, caso seja solicitado, é possível obter as notas equivalentes à quantidade de dinheiro depositada.

O Real Digital, por sua vez, é um registro. Não haverá uma cédula correspondente apenas o dinheiro disponível nas contas e carteiras virtuais (wallets). 

Esse dinheiro também não precisará de uma “autenticação” bancária, como acontece com os valores que trafegam por meios digitais atualmente.

O real digital ficará em ‘wallets’ e será transacionado entre elas, Assim, as transações não necessariamente terão de passar pelos bancos.

A expectativa é de que o próprio Banco Central crie um mecanismo para os cidadãos conseguirem fazer movimentações financeiras. 

Independente de onde esteja depositada, a moeda virtual será de responsabilidade do Banco Central, enquanto o dinheiro atual é de responsabilidade da instituição financeira onde possui uma conta.

No caso do real digital, um usuário poderá receber recursos e fazer pagamentos sem ser cliente de um banco, apenas tendo acesso à internet.

Como veremos adiante, o real digital traz vantagens em relação aos custos, alcance, facilidade de operações de câmbio e controle do sistema de pagamentos.

O modelo representa uma mudança mais profunda do que a introdução do Pix ao incorporar contratos inteligentes e outras tecnologias (como a Internet das Coisas), permitindo maior flexibilidade do uso do dinheiro.

Espera-se também que o Real Digital traga mais segurança, privacidade e rastreabilidade pelo fato de ser desenvolvido em blockchain

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O Real Digital é uma criptomoeda?

Apesar de ser desenvolvido em tecnologia blockchain, o Real Digital não é uma criptomoeda. 

Tokens como Bitcoin e Ether, por exemplo, são descentralizadas. Portanto, não possuem uma entidade responsável pelo controle e fiscalização do sistema de pagamentos.

São os próprios usuários que participam da criação e autenticação das transações, por meio do blockchain. 

No Real Digital, assim como outras CBDC (Central Bank Digital Currency), moedas digitais de Bancos Centrais, a entidade é a reguladora.

Os bancos centrais só utilizam a estrutura do blockchain, porém, a autenticação fica por conta de agentes financeiros autorizados. 

Além disso, a versão virtual da moeda tem lastro no dinheiro atual, e segue exatamente as suas oscilações. 

Já as criptomoedas oscilam de preço em relação conforme a oferta e demanda.

Vantagens do Real Digital

Os países com projetos avançados de suas moedas digitais veem nelas a capacidade de realizar transações instantâneas

Por aqui, esse problema já foi resolvido pelo Pix, no entanto, o Real Digital quer aproveitar a tecnologia blockchain de outra forma.

A ideia do Banco Central é aumentar a segurança dos pagamentos, inibir atividades criminosas, como a lavagem de dinheiro, e democratizar o acesso.

Segurança

Um dos motivos para o Banco Central criar a stablecoin Real Digital é aproveitar a segurança da rede blockchain.

A tecnologia permite o registro e monitoramento de transações financeiras com mais detalhes, ao mesmo tempo em que é possível preservar a privacidade nos termos da Lei Geral de Proteção de Dados.

Dessa forma, se acredita poderá contribuir no combate a crimes financeiros como fraudes, golpes e lavagem de dinheiro

“Internacionalização” da moeda brasileira

A expectativa é que com a adoção do Real Digital, as compras internacionais possam ser efetuadas sem a necessidade de uma operação de conversão.

Dessa forma, os brasileiros poderão utilizar o real digital em viagens no exterior e fazer os pagamentos a partir dela. 

Integração

Outro grande benefício da criação de uma moeda digital é a capacidade de integração com ferramentas e organizações da rede blockchain, como contratos inteligentes, instrumentos de finanças descentralizadas (DeFi) e Organizações Autônomas Descentralizadas (DAOs).

Com o estabelecimento de carteiras digitais, não haverá mais a necessidade de contas bancárias.

Aumento da competitividade

Como as pessoas terão mais autonomia e poderão realizar operações sem a intermediação de uma instituição financeira, é esperado que estas sejam obrigadas a melhorar seus serviços, aumentando a competitividade no mercado.

Opção sustentável

A demanda por papel-moeda, que já é baixa, tende a ser cada vez menor com o Real Digital. 

Isso reduzirá os custos da produção das cédulas e moedas físicas, sem contar que é uma opção mais sustentável.

Moedas Digitais de Bancos Centrais pelo mundo

A criação de moedas digitais nacionais controladas pelo governo é uma tendência em todo o mundo.

A moeda vem sendo testada em países como China, França, Nigéria, Uruguai e Canadá.

Países como Coreia do Sul, Japão, Austrália, Rússia, Cazaquistão e Turquia também estudam a formalização de versões digitais de suas respectivas moedas locais.

A iniciativa digital mais avançada é da China.

No fim do ano passado, o governo proibiu as transações com criptomoedas clássicas e impediu a mineração desses ativos.

Em contrapartida, criou o (yuan) renminbi digital como uma tentativa de aumentar a vigilância sobre as transações financeiras e facilitar a conversibilidade da moeda chinesa tornando-a uma referência, assim como o dólar.

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