As marcas chinesas se tornaram globais e algumas já se tornaram tão populares que estão incomodando até mesmo os anteriores líderes dos setores.
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Marcas como a Lenovo e a Tencent são agora grandes nomes em seus respectivos campos, chamando atenção para investir na China.
O fenômeno que melhor exemplifica a mudança de narrativa dos produtos da China é a empresa de vídeos curtos TikTok, que lidera as tendências culturais e é amplamente utilizada entre as gerações mais jovens.
Embora possa haver algum preconceito inerente aos produtos “made in China” devido à reputação do país como fabricante de baixo custo, algumas empresas destruíram a imagem.
“Essas são empresas que estão gerando um valor muito bom para os clientes do ponto de vista tecnológico, e é improvável que sua posição como entidade chinesa tenha algo a ver com a percepção das pessoas”, disse Nirgunan Tiruchelvam, chefe de pesquisa de consumo e patrimônio na Internet da Aletheia. Capital, disse ao Insider.
As empresas chinesas que alcançaram sucesso global, acrescentou Tiruchelvam, são geralmente vistas de forma positiva como empresas internacionais.
Isso vem acompanhado de enormes investimentos em marketing e branding para superar as sensibilidades políticas que podem surgir com a sua propriedade chinesa, acrescentou.
De plataformas de mídia social a fabricantes de PCs, confira as cinco empresas chinesas que fizeram sucesso fora da China e estão mudando a narrativa dos produtos chineses conforme relatório do Business Insider.
1- TikTok
Empresa fundada em: 2012; o aplicativo TikTok foi lançado globalmente em setembro de 2017
Participação de mercado em 2022: 26% (receita de aplicativos nos EUA). No mundo, TikTok é a segunda rede mais acessada pelos usuários, segundo análise do site Cloudflare Radar.
Concorrentes: Facebook, Instagram, Snapchat
O TikTok é uma plataforma de mídia social extremamente popular. O aplicativo de vídeos curtos alcançou o topo das paradas de popularidade em apenas alguns anos e é conhecido pelas principais tendências culturais.
O Douyin, a versão chinesa do TikTok, ficou em quarto lugar no ranking das marcas mais valiosas da China em 2022, de acordo com levantamento da empresa de análise Kantar, que estimou o valor de Douyin em US$ 43,5 bilhões, um aumento de 12% em relação ao ano anterior.
Nos EUA, o Facebook ainda domina, com cerca de 180 milhões de usuários em 2022, segundo relatório da Insider Intelligence. No entanto, a base de usuários do Facebook tem sido relativamente estável nos últimos anos em comparação com o crescimento explosivo do TikTok.
No Brasil, o TikTok é a rede social mais usada por crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, revelou pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
Tanto Douyin quanto TikTok são de propriedade da ByteDance, de Pequim. A empresa não é listada em bolsa.
Há anos, a ByteDance está planejando abrir seu capital (IPO, na sigla em inglês), mas esta foi adiada indefinidamente após o governo intensificar o cerco sobre as gigantes do setor de tecnologia no país.
Apesar do aplicativo ter sido examinado minuciosamente por legisladores nos últimos anos, há poucas dúvidas sobre sua relevância cultural.
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2- Lenovo
Empresa fundada em: 1984
Participação de mercado: 24% em 2022 (global)
Concorrentes: HP, Dell, Apple
A maior fabricante de PCs do mundo não é americana, mas chinesa, a Lenovo Group Ltd. ou Lenovo PC International, frequentemente encurtada para Lenovo.
Em 2022, a multinacional chinesa de tecnologia vendeu quase 69 milhões de unidades de PC, detendo 24% da participação no mercado global, de acordo com a Gartner, uma empresa de pesquisa .
A Lenovo ultrapassou a gigante norte-americana de tecnologia HP nas vendas globais de PCs há cerca de 10 anos e agora está firmemente em primeiro lugar.
Fundada em 1984 com rápido crescimento na China, a Lenovo, com ações negociadas na bolsa de valores de Hong Kong (HKG: 0992), comprou a unidade de PCs da IBM, o laptop ThinkPad e as linhas de desktops ThinkCentre por US$ 1,25 bilhão em 2004.
Embora houvesse algum ceticismo em relação ao acordo em 2005, com um analista do JPMorgan Chase chamando-o de “medida ousada, mas arriscada”, a Lenovo fez a fusão funcionar.
A liderança chinesa adotou uma abordagem indiferente à empresa norte-americana e isso manteve a empresa avançando, escreveu Tim Bajarin, consultor de tecnologia da revista Time em 2015.
A aquisição da Lenovo pela IBM é um estudo de caso de fusões internacionais bem-sucedidas envolvendo diferentes culturas.
3- DJI
Empresa fundada em: 2006
Participação de mercado em 2022: Mais de 70% (global)
Concorrentes: Parrot, Skydio, XAG
Fundada em 2006 em um dormitório universitário, a DJI, sigla para Dà-Jiāng Innovations Science and Technology, é a maior fabricante mundial de drones, com escritórios nos EUA, Europa e Japão .
Ela lançou seu primeiro drone pronto para voar, o Phantom 1, em 2013 e passou a produzir drones para diversos fins, incluindo produção de filmes, semeadura agrícola e operações de busca e resgate.
Em 2021, a empresa detinha 76% do mercado global de drones comerciais e de consumo, de acordo com o Statista.
É tão dominante no mercado de drones de brinquedo que esmagou sua concorrência mais antiga, a fabricante francesa de drones Parrot , fundada em 1994.
Em 2019, a Parrot disse que estava saindo do mercado de drones de brinquedo para se concentrar em drones comerciais – uma medida que os observadores atribuíram à forte concorrência da DJI.
A DJI é uma empresa privada, por isso não publica suas demonstrações financeiras.
Como fabricante chinês de drones, a DJI está sob escrutínio das autoridades dos EUA em meio às tensões entre Washington e Pequim. Os clientes incluem o consumidor comum e os governos.
Em 2020, o Departamento de Comércio adicionou a DJI a uma lista de entidades que restringia as empresas norte-americanas de exportar produtos para a fabricante de drones. No entanto, os consumidores nos EUA podem continuar a comprar e usar drones DJI.
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4- Tencent
Empresa fundada em: 1998
Participação de mercado: 13,2% em 2021 (global, por receita)
Concorrentes: Sony, Microsoft, NetEase
Esqueça a Sony do Japão e a Microsoft dos EUA. A maior empresa de jogos do mundo é da China.
A Tencent está entre os gigantes do cenário tecnológico da China. O trio de empresas é tão grande que tem sua própria sigla – BAT: Baidu, Alibaba e Tencent.
Fora da China, a Tencent pode não ser um nome familiar, mas os jogadores estariam familiarizados com os seus títulos de sucesso.
A Tencent é a maior empresa de videogames do mundo em receita e foi impulsionada por seus jogos “Honor of Kings” e “PUBG Mobile”. Ambos os sucessos de bilheteria são jogados por milhões de pessoas em todo o mundo.
No primeiro semestre de 2023, “Honor of Kings” arrecadou US$ 766 milhões em receitas de jogos para celular, enquanto seu jogo “PUBG Mobile” arrecadou US$ 344 milhões, de acordo com dados da Apptica, uma empresa de análise .
Além dos jogos, os negócios da Tencent incluem a plataforma WeChat, que é onipresente na China. WeChat é um aplicativo de mensagens, uma plataforma de mídia social e um “superaplicativo” de pagamentos que Elon Musk está tentando imitar com sua plataforma de mídia social X, anteriormente conhecida como Twitter.
A empresa está listada na Bolsa de Valores de Hong Kong (HKG: 0700).
5- Xiaomi
Empresa fundada em: 2010
Participação de mercado: 13% no segundo trimestre de 2023 (global)
Concorrentes: Samsung, Apple
A empresa chinesa Xiaomi é a terceira maior fabricante de smartphones, mostrando que a tecnologia chinesa tem se tornado cada vez mais popular.
Enquanto a Samsung está em primeiro lugar, com 21% da participação no mercado global em termos de remessas de smartphones no segundo trimestre de 2023, e a Apple está em segundo lugar, com 17% de participação, a Xiaomi não fica tão atrás no terceiro lugar, com 13% de participação de mercado no segundo trimestre de 2023, segundo a Canalys, empresa de marketing de tecnologia .
Na verdade, a Xiaomi, que é mais conhecida por seus telefones econômicos, chegou a ultrapassar a gigante do Vale do Silício, Apple, como a segunda maior fabricante de smartphones no segundo trimestre de 2021, de acordo com uma análise da Canalys na época.
No Brasil, a Xiaomi aparece em quarto lugar em vendas, perdendo para Samsung e Motorola que lideram com boa folga o mercado e um pouco atrás da Apple.
No entanto, possui uma grande quota de mercado de quase 15% na Índia.
Além dos telefones celulares, a Xiaomi, que possui suas ações negociadas na bolsa de Hong Kong (HKG: 1810) é conhecida por seus aspiradores robôs e produtos inteligentes para casas.
Fonte: Business Insider
