Não são só os adultos que são vítimas de golpes online. Crianças e adolescentes de hoje, por mais que sejam nativos digitais, não estão imunes à hackers.

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Pessoas com menos de 20 anos perderam US$ 101,4 milhões em golpes financeiros online em 2021, de acordo com um estudo da startup de segurança cibernética Social Catfish, que citou números do Relatório de Crimes na Internet do Federal Bureau of Investigation.

Dados de 2017 mostram que na época, US$ 8,3 milhões foram roubados. Isso corresponde a um aumento de quase 1.126% em apenas quatro anos, maior do que qualquer outra faixa etária no mesmo período.

“Foi realmente super surpreendente para nós descobrir”, disse David McClellan, fundador e CEO da Social Catfish, à CNBC Make It. 

McClellan diz que sua empresa notou a tendência pela primeira vez no ano passado, mas acrescentou que “nos últimos 24 meses, esse número cresceu 1.100%”.

Parte desse aumento provavelmente pode ser atribuído à pandemia, que registrou um aumento geral nos golpes online para todas as faixas etárias em comparação com os anos anteriores. 

Pessoas com mais de 60 anos ainda estão perdendo mais dinheiro com golpes online, de longe: quase US$ 1,7 bilhão combinados no ano passado, de acordo com o FBI.

Mas McClellan diz que as crianças de hoje enfrentam uma desvantagem única: sua aptidão em tecnologia e mídia social pode torná-las super confiantes.

“À medida que essas crianças cresceram, foram elas que ensinaram seus pais a usar o iPhone [ou] ensinaram seus avós a usar um computador”, diz McClellan. 

“Então, eles estão muito confiantes com suas habilidades online, excessivamente confiantes.”

Uma pesquisa da Morning Consult de 2019 com jovens americanos descobriu que 86% deles gostariam de ser influenciadores online se tivessem a chance. 

Os influenciadores geralmente se envolvem fortemente com seus seguidores online, o que significa conversar com estranhos online, observa McClellan.

Em outras palavras, para pessoas que crescem usando aplicativos como Instagram e TikTok, pode parecer totalmente normal se envolver com pessoas que não conhecem online. 

Isso pode tornar mais fácil para os golpistas ganharem sua confiança e enganá-los ou extorqui-los.

“Essas pessoas confiam demais na tecnologia que estão usando e estão mais aptas a responder a um estranho enviando mensagens para elas”, diz McClellan.

Discord, a comunidade de jogos online e aplicativo de mensagens, viu recentemente um aumento nos golpes envolvendo links maliciosos e códigos QR que enviam usuários para vendas de tokens não fungíveis (NFTs) falsos ou tokens de criptomoeda.

Os americanos mais jovens têm sido alvo de golpes de perdão de empréstimos estudantis, onde os golpistas enganam as pessoas para que forneçam informações pessoais e dados financeiros sob o pretexto de solicitar o perdão de empréstimos estudantis.

McClellan até aponta para golpes de “sextorsão”, onde os golpistas se passam por meninas para extorquir dinheiro de meninos adolescentes.

Setenta e seis por cento dos pais acreditam que as escolas precisam fazer mais para educar as crianças sobre bem-estar digital e segurança online, de acordo com uma pesquisa de 2021 da McAfee Corp. 

Ensinar os jovens sobre os tipos de golpes predominantes – juntamente com regras básicas, como não compartilhar suas informações pessoais com estranhos ou clicar em links suspeitos – pode ajudar bastante a garantir que seu conforto com a tecnologia e as comunidades online não acabe sendo usado contra eles, argumenta McClellan.

“O maior diferencial entre alguém que é enganado e alguém que não é geralmente é porque eles sabem o que procurar”, diz ele.

Fonte: CNBC

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