A revisão do cenário de atividade econômica da XP Investimentos já considera uma recessão técnica no último trimestre do ano que vem, informou a corretora, em relatório.

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Na quinta-feira da semana passada, 22, a XP reduziu a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 de 1,3% para 0,8%.

Em relatório, a XP estima contração de 0,4% do PIB no terceiro trimestre de 2022, na margem, e uma nova queda de 0,2% no quarto trimestre.

Com dois trimestres seguidos de variação negativa do PIB na margem, o País chegaria ao fim do ano em uma recessão técnica. Para o primeiro trimestre do ano que vem, a corretora espera crescimento de 0,3% do PIB, seguida de alta de 0,1% no segundo trimestre.

"Em média, projetamos taxa de variação trimestral praticamente nula no próximo ano (isto é, aumento do PIB total devido basicamente ao carrego estatístico favorável)", escreve o economista da XP Rodolfo Margato.

Em 2021, a corretora prevê crescimento de 5,0% do PIB, que deixaria um carrego estatístico positivo de 0,7% para a atividade econômica em 2022.

No ano que vem, a XP estima resultados positivos para o PIB da agropecuária (3,0%), indústria (0,6%) e serviços (0,9%).

Pelo lado da demanda, a corretora calcula expansão do consumo das famílias (1,0%) e do consumo do governo (0,7%), mas uma contração de 1,2% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). As exportações devem crescer 1,6% e as importações, 0,9%.

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De acordo com a XP, a recuperação do mercado de trabalho deve sustentar parte da demanda interna no ano que vem, com a previsão de queda da taxa de desemprego de 12,6% no último trimestre de 2021 para 12,2% no fim de 2022, em números dessazonalizados.

A demanda externa deve continuar em trajetória de crescimento e os preços internacionais de commodities devem ficar apenas um pouco abaixo do nível atual, avalia a corretora.

“Os rendimentos, por sua vez, devem permanecer baixos, em linha com a ampla ociosidade no mercado de trabalho local. Dessa forma, estimamos que a massa de renda efetiva crescerá 2,3% no ano que vem, após contração de 2% no ano corrente, em termos reais", escreve Margato.

O economista prevê um crescimento real de 1,8% da massa de renda ampliada disponível às famílias em 2022, após queda de 9,3% em 2021.

A projeção leva em conta o fim do auxílio emergencial e a incorporação de um Auxílio Brasil com benefício mensal médio de R$ 400 a 17 milhões de pessoas.

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A normalização gradual das cadeias globais de suprimentos ao longo do ano que vem, com melhora da oferta de matérias-primas e recomposição dos estoques de veículos, deve responder por 0,3 ponto do crescimento previsto para o PIB de 2022, nos cálculos da XP.

As estimativas preliminares da produção agrícola para 2022 também são favoráveis, observa Margato.

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Fonte: Estadão Conteúdo.