O que é Window Dressing?

Window Dressing é uma estratégia usada por gestores de fundos de investimentos e empresas para melhorar a aparência do desempenho de um ativo antes de apresentá-lo a clientes ou acionistas. 

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Em tradução livre, Window Dressing significa “janela decorada”, mas no Brasil o termo é conhecido como “enfeitar a noiva”.

Essa prática costuma ser utilizada por algumas empresas que planejam IPO’s (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) e administradores de fundos de investimentos que não têm apresentado uma performance muito interessante.

Por interferir na transparência das informações e induzir as pessoas à avaliações equivocadas, o window dressing é muito mal visto no mercado financeiro.

Inclusive, há casos em que o tipo pode sair pela culatra, de modo que, ao perceber a armadilha, o mercado pode reagir muito mal, fazendo com que os preços do ativo caiam abaixo do seu verdadeiro valor intrínseco.

Entretanto, apesar de ser visto como antiético, o window dressing não é considerado um crime financeiro.

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Window Dressing em fundos de investimentos

Ao menos uma vez por trimestre os fundos de investimentos enviam relatórios de desempenho e uma lista das participações aos seus clientes.

Os investidores do fundo, por sua vez, usam esses relatórios para monitorar os retornos de investimento do fundo. 

Quando o desempenho está ruim em um determinado período, os gestores podem alterar algumas posições do fundo para fazer as coisas parecerem menos pior do que realmente são.

Por exemplo, os administradores de fundos mútuos podem atuar vendendo ações que relataram perdas substanciais e substituindo-as por ações que devem produzir ganhos de curto prazo.

Isso cria uma ilusão de que o fundo está no caminho certo e que irá apresentar melhoras ao longo do tempo, além de aparentar ter um desempenho geral positivo.

Obviamente que esta estratégia não será capaz de iludir o investidor mais experiente, que irá avaliar a performance completa do fundo por um período mais longo.

Porém, para um investidor menos experiente, atitudes como essas podem passar despercebidas e serem decisivas na tomada de decisão de investimento. 

Window Dressing em IPOs de empresas

Toda empresa, quando planeja entrar na bolsa de valores, deve passar pelo processo chamado IPO.

Antes do IPO, que é o momento em que há a emissão e negociação de ações no mercado de capitais, a empresa deve apresentar seus relatórios financeiros para que os investidores possam avaliar a sua situação.

Neste caso, quanto melhor a vida financeira da empresa maior será o valor com que ela será avaliada e, consequentemente, mais dinheiro ela receberá por suas ações.

Com isso em mente, os gestores da empresa irão tentar fazer relatórios que enfatizem os aspectos positivos do negócio, enquanto que os problemas tendem a ser menos focados.

É neste momento que surge o window dressing. Em outras palavras, é quando os gestores irão maquiar um pouco os dados para que a situação pareça melhor do que realmente é.

Por isso é muito importante ter conhecimento sobre gestão e contabilidade para fazer a avaliação correta e saber se vale ou não a pena entrar no negócio.

Algumas medidas de window dressing são:

  • Antecipação de receitas
  • Adiamento de despesas
  • Venda de ativos para financiar operações e diminuir o endividamento

Vejamos um pouco sobre cada um destes pontos.

Antecipação de receitas

No caso da antecipação de receitas, ocorre que o objetivo é tentar criar uma ilusão na qual as receitas são elevadas, quando na verdade o que está ocorrendo é apenas que as receitas atuais estão sendo acumuladas com outras que seriam recebidas no futuro.

Isto, além de causar uma perda financeira por conta de possíveis descontos incorridos no processo de antecipação das receitas, causará obviamente uma ausência de receita no período seguinte.

Consequentemente, os investidores poderão ficar desapontados na medida em que a realidade for sendo revelada.

Adiamento de despesas

Essa prática visa alcançar o mesmo objetivo que o da antecipação das receitas.

Para dar a impressão que as margens de lucro são maiores, ou seja, que os custos são menores em relação à receita, uma empresa pode adiar o pagamento de alguns custos, como o dos fornecedores.

Ao fazer isso, ocorrerá que os custos correntes atuais serão menores, dando a entender que a empresa é muito eficiente e enxuta.

Porém, da mesma forma que o caso anterior, uma hora a verdade sempre aparece. 

Isso porque o adiamento das despesas não eliminam os custos, mas sim faz com que os gastos se acumulem e comprometam a rentabilidade futura.

Venda de ativos para financiar operações

A venda de ativos é uma das mais comuns medidas de window dressing nas empresas.

Uma empresa pode vender ativos de forma a encerrar com um fluxo de caixa positivo em um determinado período.

O grande problema é que a receita gerada pela venda dos ativos não é recorrente, ou seja, não ocorrerá sempre.

Ao fazer isso, a empresa pode querer dar a impressão que suas receitas são elevadas, de modo a apresentar um fluxo de caixa positivo.

Porém, isso nem sempre é a regra.

Na ausência de ativos para vender nos períodos posteriores, resultados negativos poderão começar a aparecer e prejudicar os acionistas que entraram no negócio.