Setores não tão representativos na receita atual da Weg (WEGE3), como água e saneamento, têm apresentado boas oportunidades de negócio e ajudado a compensar a tendência de queda na entrada de pedidos de ciclo longo.

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Segundo Harry Schmelzer Jr., presidente da fabricante, a pandemia levou a uma redução dos pedidos por equipamentos voltados a projetos de longa maturação.

“Temos perspectivas de compensar isso com algumas ações que já têm tido resultado”, disse ele nesta quinta-feira (12), em reunião com analistas e investidores.

O executivo destacou contratos recentemente fechados para projetos de água e saneamento.

O executivo lembrou ainda que, a partir de 2021, a WEG começa a realizar as entrega de aerogeradores mais potentes, com 4,2 megawatts (MW).

“Com o lançamento desse produto, já refizemos alguns planos. Em até 4 anos, queremos dobrar a receita com aerogeradores”, afirmou.

A WEG também enxerga boas oportunidades de crescimento dos negócios na América do Norte, o maior mercado da companhia fora do Brasil, segundo o diretor financeiro da fabricante, André Luis Rodrigues.

O executivo avaliou que a WEG deve continuar ganhando participação no mercado americano de transformadores junto a concessionárias de energia, no mercado industrial e também em energias renováveis.

Além disso, ele comentou que as sinergias com as operações da WEG no México tem permitido que a companhia fique em situação “privilegiada” de competitividade.

Na área de automação, a expectativa é de crescimento acima da média na região.

“Estamos conseguindo conquistar mercado em equipamentos de ciclo curto.”

Já nos mercados da Europa e Oriente Médio, a WEG está concentrada em aumentar sua base de clientes e em lançar novos produtos, segundo Rodrigues.

O executivo disse ver oportunidades de ganho de participação de mercado em países importantes e onde a WEG já tem uma presença relevante, como Alemanha e França.

Já no Oriente Médio, estão na mira projetos de dessalinização junto a EPCistas europeus.Estratégia semelhante será aplicada para a Ásia-Pacífico, outra região estratégica para a WEG.

Lá, a expectativa é aumentar as vendas de motores de média tensão e expandir o portfólio de produtos de automação produzidos na China.

Na Índia, a WEG prevê iniciar em 2021 a produção de motores elétricos de baixa tensão e aerogeradores.

“A pandemia atrasou nossos planos”, disse Rodrigues.

WEG vai continuar direcionando investimentos para expandir sua atuação internacional em novas geografias, destacou Schmelzer.

O executivo afirmou que as fábricas do exterior, em países como México, China e Índia, devem ganhar cada vez mais representatividade na fabricação da WEG e nos ganhos de performance a cada ano.

Entre contratos conquistados recentemente pela WEG fora do Brasil, Schmelzer ressaltou as usinas de dessalinização na Arábia Saudita, Chile e Tunísia, além de um projeto de irrigação na Índia e um sistema de abastecimento de água na Espanha.

Segundo ele, são negócios fechados em segmentos e regiões que não eram tão representativos para a companhia no passado.

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Aquisições só no pós-pandemia

A WEG trabalha com projeções econômicas positivas para 2021, embora considere que o cenário ainda está carregado de incertezas por causa da pandemia da covid-19.

“Fazer projeção para 2021 não tem sido tarefa fácil, as incertezas quanto à pandemia são grandes. A pandemia vai definir como será a economia em 2021. Mas não estamos pessimistas em relação à pandemia”, disse Schmelzer.

Para o executivo, o próprio desempenho positivo da WEG ao longo deste ano indica que a companhia conseguirá manter a trajetória de crescimento da receita e de resultado em 2021.

Rodrigues afirmou ainda que a fabricante deverá ter condições de apresentar “retornos consistentes e margens operacionais atraentes” em 2021.

Sobre investimentos, Rodrigues comentou que a tendência é de aumento dos aportes no próximo ano, após uma redução dos níveis inicialmente previstos para 2020 devido à pandemia.

Quando a situação da pandemia se normalizar, a WEG deve voltar ao ritmo natural de aquisições desenvolvido nos últimos anos, segundo Rodrigues.

O executivo observou que a empresa está sempre analisando oportunidades de crescimento inorgânico, mas apontou que a pandemia dificulta a avaliação dos ativos, principalmente no processo de diligência fiscal e contábil.

Segundo Rodrigues, a WEG busca empresas que possam trazer tecnologia ou acesso a mercados onde a fabricante ainda não está presente.

Neste ano, a companhia realizou três aquisições: duas startups, que ajudaram a fortalecer sua área de negócios digitais, e uma fábrica de transformadores em Betim (MG), numa transação fechada em janeiro.

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Fonte: Valor Econômico