Todo fim é um começo e, assim, começamos um novo semestre.

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Voltando a janeiro de 2020, tudo o que aconteceu nesse primeiro semestre que passou era absolutamente imprevisível.

Jamais imaginávamos estar onde estamos hoje, do jeito que estamos hoje.

Uma queda sem precedentes que veio antes de uma recuperação também sem precedentes.

Depressão forte, euforia forte, coisas demais para a nossa pobre mente que pensa tudo de forma tão linear.

É por pensar assim que erramos tanto. Faz parte.

Vamos falar de alguns erros, afinal, todos erramos e precisamos admitir.

O nosso erro não se trata da nossa incapacidade de antever momentos difíceis.

Ninguém previu coronavírus e nem tinha como prever.

Claro, sempre vai ter um chato conspirador catastrofista “prevendo” a próxima crise do século.

Esse cara é um dos que diz “eu avisei” com a queda do mercado em março.

Absolutamente ninguém sabe do futuro, acertar previsões se trata de mera aleatoriedade.

Mas onde erramos?

Ora, acho que nos últimos 4 meses o mercado nos deu uma aula para nunca mais esquecermos.

Primeiro, é que desprezamos os riscos que não vemos e superestimamos os riscos que estão postos.

Selic cai ou não cai, imbróglio entre os 3 poderes, reformas que estão na pauta, Guerra Comercial entre Estados Unidos e China e agora a própria eleição americana que teremos no final do ano…

...todos esses eventos acabam tendo impactos desprezíveis frente ao imponderável, frente ao que não conseguimos enxergar.

Veja, a bolsa brasileira derreteu 47 por cento em 40 dias, no período que compreende a máxima histórica do Ibovespa e a mínima do ano.

Batemos os 62 mil pontos depois de 6 circuit breakers que pareciam que nunca iriam terminar.

No acumulado do ano, o Ibovespa acumula queda de 19 por cento e o dólar sobe 35 ante o real.

Ninguém imaginaria isso. Não o movimento em si, mas o que causou ele.

Voltamos para questões mais práticas ao nosso processo de investimento.

Não podemos ignorar mais o caixa.

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Seja o caixa das empresas, que precisam estar solventes, seja o nosso próprio caixa, que não só precisamos estar solventes, como também precisamos estar com sobra de liquidez para poder comprar ações de boas empresas quando a cotação ainda está lá no fundo do poço.

Não podemos mais errar por estarmos afobados.

Erro pessoal meu: eu já não havia separado muito caixa para eventuais oportunidades.

Estava comprando bolsa no topo e, sinceramente, não acredito que isso estivesse errado dentro do processo.

Gastei em 3 tiros diferentes com a reserva de oportunidade: nos 95 mil, nos 85 e nos 77 mil… depois ainda vi a bolsa cair mais um tanto até os 62 mil pontos.

Dava para ter sido mais paciente.

De toda forma, hoje, em julho, também posso dizer que me beneficiei dessa decisão.

Precisamos parar de complicar o nosso processo de investimento.

Em janeiro eu estava atrás de algum ovo de ouro na bolsa.

Hoje já não faço questão mais.

Hoje penso que quero empresas que não me surpreendam.

Não estou dizendo que quero empresas que não estejam sujeitas a intempéries.

Todas as empresas da bolsa vão sofrer de alguma forma.

Mas desde março, após uma grande virada de chave, venho me orientando cada vez mais a simplesmente escolherem a melhor empresa do setor, tal qual faço com os alunos aqui do GuiaInvest.

Você pode até pagar um preço menor módico por uma ação de uma empresa mais consolidada, mas você dorme tranquilo.

Você até pode não surfar a onda mais forte do mercado, mas você surfa uma onda muito maior ao passar anos ao lado dessas ações.

É só ver a história dos últimos 10,15, 20 anos de ações como Weg (WEGE3), Sanepar (SAPR11), Equatorial (EQTL3), Eztec (EZTC3)…

não lembro de ter visto ela se multiplicarem em algum ano específico, mas em janelas de 10, 15 ou 20 anos, elas sempre figuram no topo da lista de melhor desempenho.

Quando caem, caem pouco. Quando sobem, não sobem muito, mas sobem acima da média.

No longo prazo, repetir esse processo ao infinito traz muitos frutos.

É uma grande besteira perder tempo tentando mil formas de bater os Ibovespa em todos os anos.

Você é um investidor pessoa física e não precisa bater benchmark nenhum.

O que você precisa é acumular ativos de valor.

É aquela disciplina de uma vez por mês você destinar parte de sua poupança para ações de empresas boas para ir acumulando, para que daqui a 10,15 ou 20 anos você se agradeça por ter feito isso.

Fazer qualquer coisa mais sofisticada do que isso não garante absolutamente nenhum resultado.

Proteções com ouro, dólar ou opções

além de serem um fardo na carteira a maior parte do tempo, as pessoas só resolvem se interessar por elas justamente quando elas não são mais necessárias, quando o mercado já caiu.

Respeito muito quem utiliza isso, não estou falando mal de quem pratica isso dentro de uma estratégia de asset allocation, mas venho gostando cada vez mais da ideia de que o caixa é a melhor proteção.

De novo, não se trata de uma verdade, mas sim apenas de uma simplificação do processo de investimento que, sim, pode trazer resultados mais efetivos do que processos sofisticados.

Acho que é fundamental respeitarmos os princípios de diversificação e de assiduidade no processo de investimento.

No meio disso, pensando no macro, ainda teremos muitos desafios no pós-pandemia.

O Brasil voltará mais machucado do que os seus pares e isso exigirá bastante paciência da gente, tanto na condição de cidadãos quanto na condição de investidores.

E repito, teremos que nos manter assíduos ao processo.

Seguiremos comprando ações de boas empresas pensando sempre no longo prazo (pagando o mínimo por elas), diversificando e, claro, com uma reserva de emergência bem formada e um outra reserva de liquidez caso a bolsa dê oportunidades.

No que for possível, conte comigo.

Tudo passa.

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