Dados divulgados nesta quinta-feira (4) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que o brasileiro está investindo mais e diversificando seus investimentos.

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O volume financeiro em investimentos das pessoas físicas cresceu 13,4% em 2020, fechando o ano em R$ 3,7 trilhões, o maior crescimento já registrado na série histórica iniciada em 2014.

Pela primeira vez, o varejo tradicional foi o segmento com maior variação, registrando um aumento de 20,3% e montante aplicado de R$ 1,2 trilhão.

Na sequência, estão os clientes do private, com R$ 1,5 trilhão, resultado 13,5% maior que em 2019 e o varejo alta renda, com aumento de 6,7%, totalizando R$ 1,1 trilhão.

Os investimentos dos brasileiros bateram recorde em 2020 mesmo em meio às dificuldades e incertezas trazidas pela pandemia.

O cenário de juros baixos ajudou para que os brasileiros diversificassem mais sua carteira de investimentos e também se arriscassem mais em busca de rentabilidade.

Com isso, o investimento em ações e CDBs (Certificados de Depósito Bancário) foram os instrumentos que mais cresceram no ano passado.

Poupança impulsionada pelo auxílio emergencial

Ainda que tenha tido um crescimento menor de volume que o grupo títulos e valores mobiliários – 21,6% ante 29% –, a poupança continuou sendo o principal destino do dinheiro dos brasileiros.

O volume financeiro na poupança em 2020 atingiu R$ 952,5 bilhões, alta de 21,6%.

Em 2019, a distribuição do volume de recursos na poupança era de 40%, foi para 42,9% no ano passado.

No caso da poupança, o aumento foi impulsionado pelo auxílio emergencial, que abriu novas contas para que os cidadãos recebessem o benefício.

Fundos de renda fixa

Com a queda nas taxas de juros, muitos produtos da renda fixa perderam atratividade.

É o caso dos fundos de renda fixa que já estavam tendo resgates desde antes da pandemia, perderam ainda mais participação na carteira dos investidores.

No private, por exemplo, caíram para a menor participação na carteira da série histórica iniciada em 2009.

Os fundos de renda fixa corresponderam a 16,1% dos recursos de todo o varejo em 2020, ante 23,1% em 2019, e 5,9% do private, diante de 8,7%, no ano anterior.

Isso representa uma queda de 28,5% do volume financeiro do produto no alta renda, e retração de 23,3% no private.

CDBs em alta

Enquanto isso, o CDB, opção de muitos investidores para a reserva financeira, ganhou espaço em todos os segmentos.

Passou de 10% da carteira do varejo em 2019 para 13,6% em 2020 e de 2,6% para 4,3%, na nas aplicações do private.

O total de recursos aplicados no produto teve maior variação entre os mais ricos: cresceu 90% no private, 72,3% no alta renda e 34,1% no varejo tradicional.

Ações

O cenário econômico da Selic em baixa foi ruim para a renda fixa, foi benéfico para a renda variável.

A busca por aplicações com maior possibilidade de retorno fez com que os fundos de ações e a compra direta de ações se tornassem mais atrativas.

Em dezembro de 2020, a bolsa brasileira (B3) bateu recorde de 3,2 milhões de contas de pessoas físicas.

Segundo a Anbima, a participação nas ações passou de 4,3% em 2019 para 5,7% em 2020.

Principais destinos dos investimentos das pessoas físicas

No relatório divulgado pela Anbima, em dezembro de 2020, a participação da poupança no volume financeiro total era de 42,9%, ante 40% em 2019.

Os fundos de renda fixa apareceram em segundo lugar, com 16,1% ante 23,1% no ano anterior. Em seguida, os CDBs com 13,6% ante 10% em 2019.

Os fundos multimercados eram 6,6% ante 6,2%. As ações também ganharam espaço, saindo de 4,8% para 5,7%.

As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) saíram de 4,8% para 3,7% e as LCAs (Letras de Crédito Agronegócio), de 2,7% para 2,8%.

Os títulos públicos do Tesouro Direto saíram de 2,2% para 2% e os fundos de ações chegaram a 2,1% ante 2,3%.

Novos produtos na estatística de varejo

Além de mais risco, o investidor brasileiro também está buscando maior diversificação do portfólio. Com isso, três produtos novos passam a integrar as estatísticas de varejo da ANBIMA.

A letra de câmbio, a LIG (Letra Imobiliária Garantida) e a LAM (Letra de Arrendamento Mercantil) respondem por volumes de R$ 1,6 bilhão, R$ 724,8 milhões e R$ 128,7 milhões, respectivamente.

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