O que é viés do custo afundado?

Viés do custo afundado, ou viés de custos irrecuperáveis, se refere à tendência de continuar investindo em uma proposta perdedora por causa do que ela já custou. 

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Este é um viés cognitivo que afeta a racionalidade com que avaliamos as situações e tomamos decisões, tendo muitas implicações na nossa vida.

Por exemplo, muitas pessoas permanecem em carreiras que detestam e em relacionamentos ruins apenas porque gastaram muito tempo nestas opções. 

O viés de custos irrecuperáveis também afeta nossas finanças

Várias pessoas se apegam a certos investimentos e negócios apenas porque empregou muito dinheiro e tempo neles, e permanecem mesmo levando prejuízo.

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Como funciona o viés do custo afundado?

Os indivíduos cometem viés do custo afundado quando continuam em um comportamento ou empreendimento ruim como resultado de recursos previamente investidos (tempo, dinheiro ou esforço).

Esse viés, que está relacionada à aversão à perda e ao viés do status quo, também pode ser vista como um viés resultante de um compromisso contínuo.

Por exemplo, as pessoas às vezes pedem comida demais e depois comem demais apenas para “fazer o dinheiro valer a pena”. 

Da mesma forma, uma pessoa pode ter um ingresso de R$200,00 para um show e não estar com vontade ir na hora.

Neste caso, mesmo contra sua vontade, a pessoa opta por dirigir por horas, enfrentar filas e perder uma noite de sono apenas porque gastou dinheiro na compra do ingresso.

O que ocorre nessa situação é que o indivíduo leva em conta apenas os custos incorridos na aquisição do bem, enquanto que os custos indiretos, como a inconveniência de manter a escolha, são deixados de lado na hora de calcular a relação custo e benefício.

Viés do custo afundado em governos e empresas

O viés do custo afundado não tem apenas impacto nas pequenas decisões do dia-a-dia, sendo também comprovado que afeta as decisões de governos e empresas.

Um exemplo famoso do viés do custo irrecuperável que afeta as decisões em grande escala foi cunhado na falácia do Concorde

Em 1956, a Grã-Bretanha convocou o Comitê de Aeronaves de Transporte Supersônico para discutir a construção de um avião supersônico, o Concorde. 

Dois fabricantes de motores franceses e britânicos e os governos francês e britânico estiveram envolvidos no projeto, que foi estimado em quase US$100 milhões. 

Muito antes do término do projeto, estava claro que havia custos crescentes e que os ganhos financeiros do avião, uma vez em uso, não os compensariam. 

No entanto, o projeto continuou. Os fabricantes e governos seguiram com o projeto porque já haviam feito investimentos financeiros significativos e dedicado muito tempo ao projeto. 

No final das contas, isso levou ao desperdício de milhões de dólares, e o Concorde operou por menos de 30 anos.

Como evitar o viés do custo afundado?

Como podemos perceber, o viés de custos irrecuperáveis ​​pode nos enviar a um ciclo vicioso e nos afundar mais ainda em problemas.

Para evitar cair neste looping eterno de más decisões, evite se martirizar demais por causa de uma decisão inicial ruim e busque revertê-la o quanto antes.

Frequentemente, aprendemos muito mais com as escolhas que não produzem os resultados que desejamos (ou seja, nossos erros) do que com as escolhas acertadas. 

Os maiores erros que as pessoas cometem não é evitar erros, mas recusar-se a admitir quando os cometeu.

Certamente, as pessoas de maior sucesso não são aquelas que nunca cometem erros, mas sim aquelas que são rápidas em admitir quando o fazem e adaptar ações inovadoras para contornar os problemas. 

Tenha em mente que continuar por um caminho que não está levando você onde gostaria apenas porque já percorreu um longo caminho não é corajoso. 

Às vezes, a coisa mais corajosa que podemos fazer é encerrar o dia, aprender as lições e seguir em frente através de um outro caminho.