O que é viés da mão quente?

Viés da mão quente é um viés cognitivo no qual um apostador ou investidor, uma vez que tenha acertado uma ou mais jogadas, acredita que as chances de sucesso serão sempre maiores do que de perda.

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Essa crença é sustentada até mesmo quando as estatísticas provam o contrário, ou seja, que as chances de perdas são iguais (ou até mesmo maiores) que as de ganhos.

Os vieses cognitivos são um conjunto de limitações inconscientes que induzem as pessoas a erros de julgamento.

Esse fenômeno psicológico afeta a racionalidade e a precisão das decisões e julgamentos. 

Os vieses cognitivos podem ser causados ​​por uma série de coisas diferentes, como heurísticas (atalhos mentais), pressões sociais e emoções.

No caso do viés da mão quente é causado por emoções positivas, derivadas dos ganhos passados, que são facilmente recuperadas pela memória.

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Como funciona o viés da mão quente?

O viés da mão quente é a noção de que, como alguém teve uma série de sucessos, é mais provável que um indivíduo ou entidade tenha sucesso contínuo. 

Vamos entender este viés cognitivo com o exemplo de um jogo de moeda.

Todos sabemos que há 50% de chances de uma moeda jogada para o alto cair com a face de cara, e 50% do lado da coroa.

Suponhamos então que alguém jogou uma moeda e adivinhou corretamente que ela cairia com o lado cara nas duas primeiras vezes e coroa na terceira vez.

Caso tenha acertado, pode-se dizer que a pessoa tem uma "mão quente". 

Nessas circunstâncias, uma pessoa que esteja acometida pelo viés da mão quente tenderá a acreditar que suas chances de adivinhar de que lado a moeda cairá em seguida são maiores do que os 50% que realmente existem. 

O contrário ocorre quando uma pessoa erra todas as apostas. Aqui dizemos que ela tem uma “mão fria".

Embora pareça que os resultados positivos em eventos aleatórios sejam fruto da capacidade de uma pessoa, várias pesquisas já mostraram que esse fenômeno é puramente psicológico. 

Viés da mão quente nos investimentos

O viés da mão quente é compartilhado por muitos jogadores e investidores e, segundo os psicólogos, têm origem em um atalho mental chamado de heurística representativa. 

Por exemplo, há dados que sugerem que a decisão de um investidor de aplicar em um fundo de investimento depende, em grande parte, do histórico do gestor do fundo.

Isso ocorre mesmo frente à evidências de que esse fator é altamente superestimado, e que a rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

Consequentemente, o viés da mão quente induz investidores a superestimar os resultados passados, enquanto que outros fatores determinantes para a rentabilidade futura são negligenciados.

Um dos fatores que costumam ser negligenciados é a estratégia de um fundo de investimento.

Sabemos que o sistema financeiro e econômico se move por ciclos, havendo períodos de baixa e de alta.

Por isso, é comum que em alguns períodos alguns investimentos se valorizem mais do que outros, mas isso não significa que eles serão bons em todas as situações.

As ações, por exemplo, tendem a subir fortemente em períodos após crises financeiras.

Mas isso ocorre porque houve uma forte queda ao longo dos meses que ocorreram o pânico das crises.

Por outro lado, o ouro tende a valorizar mais em períodos de crise financeira do que nos períodos subsequentes.

Em resumo, o viés da mão quente nos induz a acreditar que um produto financeiro, ou gestor, é superior apenas ao olhar para a sua trajetória passada.

Isso não significa que um gestor em questão é bom ou ruim, ou que seus ganhos sejam apenas provenientes de sorte.

O que devemos ter em mente é que cada fundo tem uma estratégia específica, e que nem sempre entregará uma taxa de retorno homogênea para o investidor.

Diante disso, para evitar ser afetado pelo viés da mão quente, o ideal é sempre analisar os fundamentos de qualquer negócio, buscando as causas reais que levaram a um maior ou pior ganho em cada período de tempo.