O que é verticalização?

Verticalização é a estratégia que prevê que a empresa produzirá internamente, parcial ou integralmente, os produtos e/ou serviços que utiliza nos seus processos. 

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De forma simples, a verticalização é definida como uma estratégia em que a empresa “faz tudo”. 

Esse processo foi predominante no início do século XX, com o surgimento das grandes corporações.

A verticalização era decorrente da preocupação em manter o controle sobre as tecnologias de processo, de produtos e negócios (segredos industriais), entre outras. 

Porém, com o tempo foi-se percebendo que o elevado número de atividades realizadas internamente acarretavam problemas.

Os problemas gerenciais eram decorrentes do aumento do porte e da complexidade da empresa, tornando cada vez mais difícil gerenciar as atividades ligadas ao negócio principal.

Com o avanço das tecnologias da informação, que elevaram consideravelmente a capacidade de comunicação com outros setores, a verticalização tendeu a se reverter entre o final do século XX e o início do século XXI.

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Como funciona a verticalização?

De forma resumida, a verticalização é um processo de integralização de processos produtivos inteiros.

Há duas formas básicas de verticalização:

  • Verticalização para trás (upstream);
  • Verticalização para frente (downstream).

A verticalização para trás ocorre a partir do momento que uma empresa começa a desempenhar fases ou atividades de seu processo que anteriormente eram feitas por seus fornecedores.

Já a verticalização para frente ocorre quando a empresa se desloca em direção de seus clientes, como a integralização da logística, canais de venda e marketing .

Cada tipo de verticalização é uma resposta do tipo de estratégia que uma companhia escolhe por adotar.

Quando uma empresa busca realizar uma verticalização para trás ela pode estar interessada em obter ganhos provenientes de:

  • Redução de custos de fornecedores;
  • Internalizar conhecimentos e informações patenteadas;
  • Criar barreiras contra competidores (empresas que compram dos mesmos fornecedores);
  • Facilitar a criação de componentes exclusivos;
  • Gerar segurança quanto ao fornecimento de insumos.

Já na integração para frente, verificam-se os seguintes pontos de interesse: 

  • Melhorar a habilidade em diferenciar um produto; 
  • Ter maior acesso aos canais de distribuição; 
  • Melhorar o contato com os clientes; 
  • Aumentar margens através da eliminação de intermediários. 

Um grande exemplo de empresa com alto grau de verticalização é a Ford do início do século XX, porém dificilmente as empresas de hoje atuam de modo similar. 

A verticalização vale a pena?

Atualmente, as empresas procuram desempenhar somente as atividades que julguem ser as mais importantes, ou seja, buscam seus core competences.

A verticalização só faz sentido se houver algum ganho para a empresa proveniente de:

  • Redução de custos;
  • Aumento da segurança quanto ao fornecimento;
  • Melhoria da relação com os clientes;
  • Melhor inserção no mercado.

Caso contrário a verticalização pode acarretar em um enorme sistema burocrático, amarrado em organizar atividades pouco lucrativas. 

Daí destaca alguns aspectos negativos da integração vertical: 

  • Perda de eficiência;
  • Perda de flexibilidade;
  • Aumento de custos gerenciais;
  • Perda de foco no negócio principal.

Verticalização x Horizontalização

Hoje em dia é comum as empresas buscarem uma formação mais enxuta, se concentrando nos processos principais e terceirizando os demais.

Esse processo de desmonte da verticalização é chamado de horizontalização.

A horizontalização consiste na estratégia de comprar de terceiros o máximo possível dos itens que compõem o produto final ou os serviços de que necessita. 

É tão grande a preferência da empresa moderna por ela que, atualmente, um dos setores de maior expansão foi o de terceirização e realização de parcerias. 

De um modo geral, não se terceiriza os processos fundamentais (core process), por questões de detenção tecnológica, qualidade do produto e responsabilidade final sobre ele. 

Com os avanços tecnológicos ficou mais fácil a comunicação entre as empresas, agilizando os processos e parcerias para a fabricação dos produtos.

Hoje em dia uma montadora, por exemplo, pode facilmente contratar fornecedores para produzirem peças específicas para ela.

Portanto, não há mais tanta necessidade de readaptar ou integrar fábricas inteiras para a realização dos processos produtivos.