O Grupo Ultra (UGPA3) fechou na terça-feira, 18, a venda da rede de farmácias Extrafarma para a Pague Menos (PGMN3).
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A operação será de R$ 700 milhões. Com o acordo, a cearense Pague Menos passará a ser a segunda maior rede de farmácias do País, com 1,5 mil lojas, atrás da gigante Raia Drogasil (RADL3) (2,3 mil), mas à frente da DPSP, que reúne as drogarias Pacheco e São Paulo e tem hoje 950 pontos de venda no País.
O pagamento do negócio será em três parcelas: 50% na data de fechamento e 25% em cada aniversário de um e de dois anos do contrato.
A conclusão do negócio está sujeita a determinadas condições usuais, incluindo aprovação pelas autoridades concorrenciais e por assembleia geral de acionistas da Pague Menos.
O principal papel da Pague Menos teve alta de 9,52% no pregão de ontem da B3, a Bolsa paulista, fechando o dia cotado a R$ 11,75.
O presidente da Pague Menos, Mario Queirós, disse ontem à noite, em teleconferência com investidores, que as sinergias de custo com a incorporação podem trazer R$ 60 milhões em receita bruta ao novo negócio.
O executivo afirmou que, com a soma dos centros de distribuição e das lojas das duas empresas, a distância entre os pontos de venda e de abastecimento será reduzida em cerca de 45% - um outro fator que ajuda a reduzir gastos.
Um movimento de aquisição da Pague Menos era aguardado desde a oferta de ações (IPO), feita pela varejista em agosto do ano passado.
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Na ocasião, a Pague Menos levantou R$ 747 milhões. De acordo com fontes, a Pague Menos pode levantar mais capital por meio de uma nova oferta de ações (follow-on) mais adiante, para continuar investindo na ampliação de sua rede.
No entanto, nada está decidido até o momento. O foco agora é concretizar a operação. "Com a aquisição, voltamos aos dois dígitos de crescimento ao ano. Crescimento continua: orgânico e por aquisições", disse Queirós.
Mudança de Estratégia
A venda foi concretizada, segundo fontes, porque o Ultra percebeu o quanto é difícil fazer uma operação de varejo decolar em um grupo que não tem a área como negócio principal.
A aquisição da Extrafarma, concretizada no fim de 2013, por R$ 1 bilhão, tinha a intenção de tornar os postos de combustível como uma espécie de "hub" de varejo.
Esse projeto agora deve ser abandonado. Um dos problemas dessa estratégia é que a Extrafarma, fundada no Pará, estava muito concentrada na região Norte.
Por isso, o próprio grupo Ultra teve de fazer a expansão para outras regiões, mas o negócio nunca ganhou tração.
A dona do Ipiranga não foi o primeiro grupo a se dar mal com a aquisição de uma rede de farmácias.
O caso "clássico" de fracasso no setor é o do BTG Pactual (BPAC11), que comprou várias redes de farmácias e as uniu sob o guarda-chuva Brasil Pharma.
Esses ativos acabaram sendo vendidos aos poucos, até que o grupo todo foi passado adiante por valor simbólico, de R$ 1. Mais tarde, em 2019, o negócio foi à falência.
"Não chega a ser uma nova Brasil Pharma, mas foi um negócio ruim para o Grupo Ultra", definiu uma fonte de banco de investimento.
"O Ultra havia pago caro pelo negócio anos atrás e está vendendo muito mais barato, mas os R$ 600 milhões serão importantes para a reorganização do grupo", disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
"A opção pela entrada no varejo, em 2014, não foi uma boa escolha. Evidentemente, a sinergia da Extrafarma com a Pague Menos será muito maior do que a que vimos nos últimos anos com o grupo Ultra."
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Agora, o objetivo do Ultra é focar no setor de combustíveis, tanto que está na disputa por refinarias que serão vendidas pela Petrobras (PETR4).
Para financiar esse novo objetivo, está no forno também a venda da Oxiteno, do setor químico com unidades no Brasil, no México, nos Estados Unidos e no Uruguai.
Resultado da Ultrapar (UGPA3) no Primeiro Trimestre de 2021
O resultado da Ultrapar (UGPA3) no primeiro trimestre de 2021 (1t21), divulgado no dia 05 de maio, apresentou um lucro líquido de R$ 132,2 milhões no 1T21, apresentando retração de 18% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
O Ebitda ajustado da Ultrapar atingiu R$ 904,8 milhões no 1T21, apresentando crescimento de 16,4% na comparação com o 1T20.
A Margem Ebitda da Ultrapar totalizou 3,7% no 1T21, permanecendo estável na comparação com o 1T20.
A Margem Líquida da Ultrapar atingiu 0,5% no 1T21, apresentando retração de -0,2 ponto percentual na comparação com o 1T20.
As ações da Ultrapar (UGPA3) acumulam alta de 4,42% na bolsa de valores nos últimos 7 dias e alta de 37,12% nos últimos 12 meses.
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