A Trisul (TRIS3) avalia que poderá não cumprir sua meta de lançamentos deste ano devido à redução da velocidade de vendas como consequência do repasse dos aumentos de custos para os preços dos imóveis.

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“Caminhamos para repensar nosso ‘guidance’ de lançamentos. Precisamos ter todos os indicadores de liquidez em patamares bem saudáveis”, afirma o presidente da companhia, Jorge Cury.

O que mais interessa à Trisul, ressalta o empresário, é ter “margem bruta boa”.

A incorporadora tem como meta apresentar ao mercado de R$ 1,8 bilhão a R$ 2,2 bilhões em 2021. No primeiro semestre, os lançamentos somaram R$ 741,6 milhões, com expansão de 132%. As vendas cresceram 38%, para R$ 423,6 milhões.

Neste ano, 80% da atuação da Trisul está no segmento de média-alta renda. “São pessoas que assimilam mais os aumentos de preços”, diz o presidente da empresa.

Ainda assim, segundo o empresário, à medida que ocorrem elevações de preços, os esforços de vendas são maiores, e o público potencial diminui. Com menor velocidade de vendas, os estoques tendem a crescer, no entendimento do presidente.

“Se a inflação de custos estiver controlada em 2022, poderemos ter 70% dos lançamentos para a média-alta renda e 30% para a média”, afirma Cury.

Na EZTec (EZTC3), a inflação de custos registrada em novos projetos chega a superar em até 50% o INCC.

No segundo trimestre, a Trisul obteve lucro líquido de R$ 35,4 milhões, estável na comparação anual. A receita líquida cresceu 5%, para R$ 210,9 milhões. A margem bruta passou de 33,1% para 36,9%, como reflexo dos aumentos de preços.

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As altas começaram no fim do ano passado. Segundo Cury, a companhia fez revisões de orçamentos, como reflexo de custos de aço, cimento, alumínio e cobre superiores aos do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

“O momento é bastante desafiador para o setor, com vendas mais lentas”, afirma o diretor financeiro e de relações com investidores da EZTec, Emilio Fugazza.

Mas, segundo o executivo, a percepção do consumidor de que há tendência de aumento do custo dos financiamentos habitacionais tem levado a um incremento da comercialização de estoques de unidades prontas. “O cliente sabe que o preço do imóvel não vai ficar parado”, acrescenta.

Na EZTec, a inflação de custos registrada em novos projetos chega a superar em até 50% o INCC.

Devido às pressões de valores das matérias-primas, a companhia terá mais empreendimentos dos padrões médio-alto e alto, na composição de seu mix, do que inicialmente previsto, pois esses segmentos absorvem melhor os reajustes de preços.

Com prazos maiores para a entrega de insumos e afastamentos de colaboradores ao com suspeitas de covid-19, o ritmo de execução de obras está aquém do cronograma.

Mas não se espera atraso nas entregas de empreendimentos previstas para este ano.

Apesar do cenário de crescimento de juros e inflação, a EZTec avalia que será possível cumprir sua meta de lançar R$ 2,8 bilhões no acumulado de 2021.

Até agora, a companhia apresentou R$ 1,42 bilhão, com R$ 956 milhões no primeiro semestre.

No cenário de volume expressivo de lançamentos previstos pelo setor para o mercado paulistano até o fim do ano, uma das estratégias adotadas pela EZTec, na disputa por consumidores, é a de diversificação geográfica na cidade.

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O lucro líquido da EZTec mais do que dobrou, no segundo trimestre, para R$ 139 milhões. A receita líquida cresceu 88,4%, para R$ 288,7 milhões.

A margem bruta caiu de 51,2%, de abril a junho de 2021, para 45,6%. Em relação aos 42,5% do primeiro trimestre, porém, houve aumento.

A Cyrela (CYRE3) tem conseguido repassar os aumentos do INCC para os preços das unidades em lançamento e em estoque, segundo o gerente de relações com investidores, Iuri Zanuto.

Os ajustes estão sendo feito caso a caso, conforme o produto e a localização. De acordo com o executivo, as elevações de preços dos imóveis não estão afetando a velocidade de vendas dos produtos.

Apesar do aumento da inflação de custos e dos juros, a Cyrela mantém seus planos de lançamentos para o ano.

A oferta maior de imóveis, no mercado, prevista para a segunda metade do ano é um ponto de atenção, segundo Zanuto, “mas como sempre foi”.

“Estamos bem mais positivos do que há três meses, quando os estandes estavam fechados”, diz o gerente de relações com investidores.

A Cyrela obteve lucro líquido de R$ 267 milhões, no trimestre. O ganho representa expansão de 293,7% quando comparado ao desempenho proforma do mesmo período do ano passado, o qual não considera os resultados da Cury (CURY3), da Lavvi (LAVV3) e da Plano&Plano (PLPL3), empresas nas quais a Cyrela tem participação e que abriram capital no terceiro trimestre de 2020. A receita líquida cresceu 101,6%, para R$ 1,18 bilhão.

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A margem bruta da Cyrela passou de 30,2%, no segundo trimestre de 2020, para 36,6%. O indicador está bem próximo da buscada, conforme o gerente de relações com investidores. Ele ressalta que, no trimestre, a margem bruta não foi impactada por fatores não recorrentes.

No trimestre, a Cyrela registrou impacto positivo, na equivalência patrimonial, de R$ 54 milhões referentes às participações da companhia na Cury, na Plano&Plano e na Lavvi.

Cury contribuiu com R$ 20 milhões, Plano&Plano, com R$ 6 milhões, e Lavvy, com 28 milhões da equivalência patrimonial.

Por outro lado, houve impacto negativo de R$ 19 milhões de contingências judiciais - R$ 16 milhões em despesas gerais e administrativas e R$ 3 milhões em outras despesas operacionais.

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Fonte: Abecip.org e Valor Econômico.