O que é shortear?

Shortear é uma gíria do mercado financeiro que é usada para se referir à operação de venda a descoberto.

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Shortear é a prática de se posicionar como “short”. É um termo que foi adaptado pelos brasileiros.

"Short" significa “vendido”. É um termo usado para investidores que apostam na queda do ativo.

O termo oposto ao “short” é o “long”, que significa “comprado”. 

Resumindo, um investidor está “short” quando aposta na queda, e está “long” quando espera que o mercado irá subir.

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Como funciona a prática de shortear?

Se diz que um investidor irá shortear quando decidir por fazer uma operação vendida, que também pode se dizer que está fazendo uma operação de venda a descoberto, short, ou ainda short selling.

O método de shortear significa vender um determinado ativo financeiro, como uma ação, sem possuir de fato esse ativo.

Operar vendido é estratégia utilizada para rentabilizar com a queda dos ativos e gerar lucro quando o ativo em questão estiver em queda na bolsa de valores.

Para shortear, o investidor deve alugar as ações de alguém que tenha o ativo em sua posse. Ao fazer isso, uma taxa de aluguel será paga em troca do aluguel.

Essa taxa varia de acordo com os ativos e também de acordo com o tempo, respeitando a lei de oferta e demanda por aluguel.

Em seguida, com as ações alugadas, o investidor irá vendê-las no mercado. 

Feito isso, o investidor espera que o preço da ação caia ao longo do tempo para que possa recomprá-las a um preço mais barato e devolver para o proprietário.

O lucro (ou prejuízo) da operação de venda a descoberto é a diferença entre o preço de venda e compra desta operação.

Quais os riscos de shortear?

Como tudo no mercado financeiro, o investidor que decidir por shortear também enfrentará riscos.

O principal risco se deve ao fato de que quem opera vendido está apostando na queda. Caso o mercado vá para outra direção, ou seja, suba, o investidor poderá ter perdas consideráveis.

Outro risco do método de shortear é que o investidor pode ter prejuízos irrecuperáveis.

Isso porque quem opera vendido está trabalhando com um ativo que não é seu, de modo que, em algum momento, o mesmo deverá ser devolvido para o proprietário.

Sendo assim, ao contrário de quem opera comprado, ou “long”, quem opta por shortear pode acabar tendo prejuízos irrecuperáveis.

Enquanto isso, quem opera comprado sempre poderá esperar por uma valorização do ativo, pois, como a ação é sua, não há data prevista para sair da operação. 

Ou seja, quem comprou uma ação poderá ficar com ela para a vida toda, ou enquanto a empresa permanecer na bolsa de valores.

Neste caso, sempre haverá a esperança de que, uma hora ou outra, a ação irá subir e gerar lucro ao seu proprietário.

Já no caso de quem está vendido, assume-se o risco de ter que devolver o ativo para o proprietário antes de obter lucro ao shortear.

Outra desvantagem de quem escolhe por shortear é que terá um custo adicional, referente ao valor gasto com o aluguel da ação.

Há casos em que esse valor pode ser baixo, menos de 0,5% do preço da ação. Porém, há casos em que o aluguel é caro, chegando a mais de 10%.

Vantagens de shortear

Apesar dos riscos, a prática de shortear nem sempre é de todo ruim. Isso porque ela pode ser usada dentro de uma estratégia para proteger o investidor.

Muitas pessoas usam de operações do tipo “short” como forma de proteger suas carteiras em caso de queda no mercado financeiro.

Neste caso, uma posição “short” é acompanhada por posições do tipo “long”.

A prática de proteger a carteira contra as oscilações do mercado é chamada de “hedge”.

Dessa forma, ao ter posições tanto “long” quanto “short”, o investidor conseguirá ganhar dinheiro tanto na queda quanto na subida do mercado.

Outra forma de ganhar com posições do tipo “short” é através da operação chamada “Long & Short”.

Como funciona a operação long & short?

No mercado financeiro, long & short é uma operação de arbitragem entre dois ou mais ativos que têm um nível considerável de correlação entre si. 

O objetivo do long & short é aproveitar essa correlação para lucrar com operações nos momentos em que os dois ativos se distanciam.

Isso porque, dada a existência de uma correlação de longo prazo, se espera que cedo ou tarde haja uma convergência entre os dois ativos.

Assim, o long short ocorre quando o investidor compra um desses ativos (long) e vende o outro (short). 

Ao convergirem seus preços um para o outro, é de se esperar que o ativo que foi comprado tenha um aumento de preço maior do que o ativo que foi vendido.

Nesta estrutura de operação, também pode-se obter um ganho caso o ativo vendido tenha uma queda maior do que o ativo que foi comprado.

Dessa forma, a operação long & short entregará ganhos tanto em um cenário de alta quanto no cenário de queda do mercado.

No long & short, o ganho da operação está na pequena diferença de performance que ambos ativos sofrem em momentos de alta ou queda do mercado. 

Isso acontece porque, normalmente, um dos ativos sempre se valoriza ou desvaloriza mais do que o outro.

Há outras estratégias de operações do tipo long & short, como comprar um ativo e vender outro com correlação negativa.

Entretanto, o risco aqui é maior, pois pode ocorrer do ativo vendido subir e o ativo comprado cair, o que gera uma perda dupla para o investidor.

As operações do tipo long & short são mais complexas, pois é necessário entender muito bem como funciona a correlação entre os ativos que serão utilizados para estruturar a operação.

Por isso, esse não é um tipo de operação recomendada para investidores iniciantes.