A S&P Global Ratings anunciou nesta quinta-feira (09), o ratings da Braskem (BRKM5) em escala global rebaixados para ‘BBB-‘ para ‘BB+’ por alavancagem persistentemente alta, perspectiva é estável.

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A S&P Global espera que a alavancagem da Braskem permaneça superior ao nível esperado para o nível de rating BBB-, com um índice de dívida líquida para EBITDA acima de 3,5x nos próximos 12 meses e riscos persistentes de deterioração.

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Além disso reafirmamos seu rating de emissor na Escala Nacional Brasil. Também atribuímos um rating de recuperação 3 às notas senior unsecured da Braskem.

A perspectiva estável indica que, apesar dos riscos macroeconômicos e do setor, a agência acredita que a administração continuaria tomando medidas anticíclicas para aliviar a estrutura de capital da empresa, o que deve resultar em um índice de dívida líquida sobre EBITDA de 3,0x4,0x em 2021.

Fundamento da Ação de Rating

Os riscos de deterioração permanecem altos, dadas as incertezas decorrentes da pandemia. A demanda por produtos químicos globais foi substancialmente afetada este ano, e a recuperação para os níveis de 2019 permanece incerta, diante da visão de uma provável recuperação econômica desigual em todo o mundo.

Embora o cenário-base da agência pressuponha um aumento gradual nos volumes petroquímicos em 2021, os riscos permanecem negativos.

Além disso, considerando a expectativa de recuperação do preço do petróleo e o contínuo excesso de oferta de mercado pelo menos até meados de 2021, principalmente de polietileno (PE), as margens da Braskem poderão ser novamente pressionadas no próximo ano.

Como resultado, a S&P espera agora que a empresa registre um índice de dívida líquida sobre EBITDA entre 3,5x-4,5x até o final de 2020 e entre 3,0x-4,0x em 2021, versus a expectativa anterior da análise de 3,0x-3,5x para 2020.

Outros riscos específicos da empresa podem ser parcialmente compensados pelo compromisso da administração de reduzir a alavancagem. Potenciais saídas de caixa adicionais decorrentes do evento geológico no estado de Alagoas ou para dar eventual suporte limitado à unidade de project finance mexicana podem dificultar a redução do índice de dívida líquida sobre EBITDA abaixo de 3,5x nos próximos 12 meses.

Este poderia ser o caso, apesar de possíveis medidas anticíclicas, como vendas de ativos não essenciais (non core).

O cenário-base da S&P não presume nenhuma venda de ativos, dadas as incertezas sobre o cronograma e os recursos, principalmente devido às condições de mercado atualmente voláteis.

Ainda assim, incorporou-se o compromisso da administração de reduzir a alavancagem na perspectiva estável do rating. Os custos mais baixos da matéria-prima, a depreciação do real e a nova planta de PP devem ajudar a mitigar a contração dos volumes esperada em 2020.

Considerando os efeitos do surto de COVID-19, as taxas de utilização de crackers da Braskem caíram para 70%-75%. Nesse contexto, a agência projeta queda de 5%-10% nos volumes este ano. No segundo semestre, a Braskem deve se beneficiar dos menores custos de matéria-prima, devido à queda do preço da nafta.

Além disso, a depreciação do real, com a projeção da taxa de câmbio em R$ 4,95/US$1,00 em 2020, ante R$ 3,95/US$1,00 em 2019, contribuirá para o fluxo de caixa, pois a maior parte da estrutura de custos da Braskem está definida nesta moeda.

Como resultado, a S&P prevê um EBITDA (excluindo a Braskem Idesa) entre US$1,25 bilhão-US$1,35 bilhão, 20% a 30% superior ao de 2019.

Perspectiva

A perspectiva estável reflete a expectativa dos analistas de aumento gradual dos fluxos de caixa nos próximos 12 meses e do índice de dívida líquida sobre EBITDA em torno de 4,0x até o final de 2020.

A perspectiva também incorpora os riscos de deterioração da indústria e econômicos, combinados com as prováveis medidas anticíclicas da empresa, o que reduziria a alavancagem para 3,0x-4,0x em 2021.

Cenário de elevação

Uma ação de rating positiva nos próximos 12 a 18 meses pode resultar de uma recuperação mais rápida nos volumes da empresa, com spreads de PE e polipropileno (PP) consistentemente melhores do que o previsto atualmente, juntamente com medidas anticíclicas que reduzem a alavancagem.

Nesse cenário, o EBITDA aumentaria, as margens EBITDA chegariam a 14%-16%, o que, juntamente com as vendas de ativos não essenciais, reduziriam o índice de dívida líquida sobre EBITDA para cerca de 3,0x.

Cenário de rebaixamento

Poderá ser rebaixado os ratings da Braskem (BRKM5) se o índice de dívida líquida sobre EBITDA ficar acima de 4,0x e o de geração interna de caixa (FFO - funds from operations) sobre dívida, abaixo de 20% em 2021.

Isso poderia ocorrer em meio a uma deterioração mais profunda em volumes e preços decorrentes de condições econômicas persistentemente mais fracas.

Além disso, qualquer contingência significativa que possa prejudicar a capacidade da empresa de reduzir a alavancagem, como o aumento dos custos com o evento em Alagoas ou suporte adicional limitado ao projeto Braskem Idesa, poderia contribuir para isso.

Resultado da Braskem no Primeiro Trimestre de 2020

O resultado da Braskem (BRKM5) no primeiro trimestre de 2020 (1t20), divulgado no dia 03 de junho, apresentou um prejuízo líquido de R$ 4,1 bilhões, queda de 400,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O Ebitda da Braskem atingiu R$ 1,3 bilhões no 1t20, apresentando retração de 54,6% na comparação com o 1t19.

A margem ebitda foi de 10,70%, uma retração de 12,2 p.p quando comparado ao 1t19.

Já a margem líquida da Braskem atingiu -32,2% no 1t20, apresentando retração de -42,6 p.p. na comparação com o 1t19.

As ações da Braskem (BRKM5) acumulam queda de 0,75% na bolsa de valores nos últimos 7 dias e queda de 34,48% nos últimos 12 meses.

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Fonte: S&P Global Ratings.