O que é rolar a dívida?

Rolar a dívida é um termo que se refere à prática de uma empresa ou governo de prolongar parte, ou a totalidade, de suas dívidas, na medida em que estas vencem ou se aproximam do vencimento.

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Esse é um processo comum que é feito por organizações visando melhorar as condições do seu nível de endividamento.

Apesar de aliviar a vida da organização, a rolagem de dívida não elimina o endividamento de uma companhia, apenas melhora as suas condições de pagamento.

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Como funciona a rolagem de dívida?

A rolagem de uma dívida se refere ao processo de postergar os prazos de pagamento de uma dívida corrente que é feita por uma empresa.

É muito comum empresas fazerem dívidas de curto prazo para financiar investimentos de longo prazo.

Ainda mais no mercado brasileiro, no qual opções de financiamento de longo prazo são escassas.

A rolagem de dívida também pode ocorrer por motivos indesejados, ou não planejados, como o insucesso de um investimento.

Neste caso, a necessidade de rolagem da dívida ocorre pois a empresa não conseguiu obter resultados financeiros suficientes para pagar seus gastos de financiamento.

Seja qual for a motivação, a rolagem da dívida tem o mesmo tipo de funcionamento.

A rolagem da dívida consiste na prática de emitir novos títulos ou tomar novos empréstimos, cujo prazo de vencimento será mais longo. 

Usando os recursos captados, a empresa paga aqueles títulos e financiamentos que estão prestes a vencer, ou até já venceram. 

Consequentemente, ela terá mais tempo para levantar recursos para o pagamento das novas dívidas, visto que o prazo de vencimento foi prolongado. 

Vale observar que a rolagem da dívida não elimina o nível de endividamento da empresa, mas apenas melhora os prazos para o seu pagamento. 

Rolagem de dívida do governo

Esse conceito também vale para a rolagem de dívida pública.

A dívida pública serve para financiar a falta de recursos do Governo para cobrir todos os seus gastos. 

Uma vez que ela seja contraída, precisa ser paga com juros e dentro das condições definidas nos títulos. 

Esses juros adicionam um novo gasto ao orçamento, que deverá ser retirado de algum lugar.

O primeiro jeito de realizar o pagamento dos juros é através do resultado primário, mais especificamente da realização de superávits primários, que é quando o governo arrecada mais do que gasta.

Essa economia será usada para pagar esses juros.

Já quando isso não é possível, ou seja, quando o governo tem déficits primários, a saída é a rolagem da dívida.

Considerando que esse seja o cenário dominante na maioria dos casos, ou seja, os recursos captados são menores que as despesas, o Governo terá que financiar um novo déficit. 

Ao mesmo tempo, deve pagar parte da dívida pública já contraída.

Então, é comum que haja uma nova dívida para financiar o déficit e pagar parte do débito já existente.

Uma das maneiras de fazer isso é por meio da emissão de novos títulos para pagar as dívidas contraídas com os credores anteriores. 

Da mesma forma que em um refinanciamento, aqui haverá um novo prazo e novos juros, que podem ser maiores ou menores, a depender do contexto de cada momento.

No Brasil, segundo o Tesouro Nacional, o que temos é que a dívida pública é paga, em grande parte, com recursos provenientes de emissões de novos títulos e com outras fontes financeiras vinculadas à dívida.

Essas fontes financeiras vinculadas à dívida são compostas de várias coisas, como o resultado do Banco Central, retorno dos empréstimos concedidos a Estados e Municípios, etc.

Para entender o papel da rolagem no pagamento da dívida pública brasileira, façamos uma análise do orçamento de 2017.

Para este ano, as despesas para pagamento da dívida, juros e amortização, foram fixadas em R$1,7 trilhão de reais.

Isso representou 50% do Orçamento da União (despesas totais do orçamento foram de R$3,4 trilhões de reais). 

No entanto, o próprio orçamento previu que 84% destas despesas seriam pagas com recursos provenientes de novos empréstimos (recursos de emissões).

Ou seja, rolagem da dívida via emissões de nova dívida

O restante seria financiado com uma parcela das chamadas receitas financeiras, notadamente receitas legalmente vinculadas ao pagamento da dívida.