O que é restrição orçamentária?

Restrição orçamentária é um conceito que se refere ao limite que um agente econômico (consumidor, empresa, governo) tem para gastar com a compra ou contratação de insumos, bens e serviços.

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Em microeconomia, a restrição orçamentária é a fronteira do conjunto de todas as combinações possíveis de consumo que alguém pode pagar, tendo em conta os preços dos bens e a renda do indivíduo.

Esse conceito é utilizado para definir o nível máximo de utilidade que um agente econômico pode ter ao consumir.

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Como funciona a restrição orçamentária?

Em economia sabemos que dinheiro não nasce em árvore. Ou seja, sempre há um limite para gastar. Alguns têm um limite maior enquanto outros um limite baixo.

A restrição orçamentária busca evidenciar justamente isso. Esse conceito mede a restrição que uma pessoa tem para consumir.

Se uma pessoa tem uma renda mensal de R$5 mil, então esta é a sua restrição orçamentária. Porém, podemos incluir no cálculo da restrição o crédito que cada um tem acesso.

Neste caso, se a pessoa tem uma renda mensal de R$5 mil mais um limite de R$3 mil de cartão de crédito, e mais R$4 mil de cheque especial, então a restrição orçamentária é de R$12 mil em um determinado mês.

Para analisar a restrição orçamentária de uma pessoa, e o nível de utilidade que ela pode alcançar com essa renda, é preciso incluir os preços dos bens de consumo.

Para simplificar, utilizaremos apenas dois bens em um exemplo de como a restrição orçamentária dita o nosso comportamento de consumo.

Suponhamos que um adolescente tenha a simples escolha de gastar a sua mesada de R$200,00 com dois bens: chocolates e hambúrgueres.

Os chocolates custam R$2,00 a unidade, e o hambúrguer R$20,00.

Com essas informações já podemos traçar a chamada reta orçamentária, que é definida no gráfico abaixo:

Considerando os valores de orçamento e preços de chocolates e hambúrgueres, podemos traçar uma reta orçamentária que liga os pontos máximos de consumo dos dois bens.

Neste caso, a mesada do jovem consegue comprar 10 hambúrgueres ou 100 chocolates. 

Ele também pode consumir combinações destes dois bens, mas para isso terá que abrir mão de hambúrgueres para comprar chocolates, ou vice-versa.

Considerando três tipos de combinações de consumo: cesta A, B e C.

Podemos observar que a cesta A e a B cabem dentro da restrição orçamentária, o que as tornam possíveis de serem consumidas.

Se o jovem optar por consumir A, ele terá um excedente de dinheiro que poderá usar para comprar outros produtos.

Já se consumir a cesta B, terá toda a sua renda gasta na compra de hambúrgueres e chocolates.

Porém, caso queira consumir a cesta C terá que aumentar a sua restrição orçamentária, ou seja, pedir um aumento de mesada para os pais, pois essa opção é mais cara do que a sua renda.

Restrição orçamentária e escolha do consumidor

Em microeconomia, a restrição orçamentária apenas nos mostra quais são as cestas possíveis de serem consumidas.

Se quisermos saber qual será a escolha do consumidor teremos que incorporar outro conceito no modelo, que é a utilidade das cestas de bens.

A utilidade nada mais é do que uma medida do nível de satisfação que um indivíduo tem ao consumir uma determinada quantidade de bens e serviços.

No exemplo anterior, temos que o indivíduo pode consumir uma quantidade maior de hambúrgueres e chocolates ao comprar a cesta B.

Porém, isso não significa que ele consumirá a cesta B em detrimento de A. O sujeito pode preferir ter dinheiro sobrando para realizar outros planos, como comprar uma roupa ou juntar para trocar o celular.

Para saber o que ele irá fazer é preciso saber sobre suas preferências e como elas serão otimizadas de acordo com a restrição orçamentária.

Em microeconomia, esse processo é chamado de maximização de utilidade.