O que é reserva fracionária?

Reserva fracionária se refere a parcela dos recursos depositados pelos clientes que os bancos são obrigados a manter como garantia.

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No sistema bancário, as instituições financeiras concedem uma quantidade de crédito bem acima do valor que possuem em depósitos dos seus clientes.

Com isso, os bancos conseguem criar dinheiro dentro da economia multiplicando os valores depositados em suas contas.

Consequentemente, apenas uma fração dos depósitos bancários é garantida por dinheiro real em caixa e disponível para saque, que no caso é a reserva fracionária.

Ou seja, o somatório dos depósitos bancários é maior do que a quantidade de dinheiro que os bancos efetivamente têm. 

A importância da reserva fracionária é que ajuda a manter o equilíbrio do sistema, garantindo que as pessoas que querem sacar seus recursos o façam, sem que o banco tenha que interromper suas atividades de crédito.

Entretanto, se todos os correntistas forem sacar seus recursos o sistema provavelmente colapsará, mas geralmente esse é um caso pouco provável.

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Como funciona a reserva fracionária?

O sistema bancário é conhecido por ser um multiplicador de recursos.

Quando depositamos nosso dinheiro em uma instituição financeira, o que acontece é que ela irá pegar parte desse dinheiro e emprestar para outra pessoa ou empresa.

Por sua vez, a pessoa que pegar tal crédito irá depositar esse recurso na conta do banco que, por sua vez, irá pegar esse dinheiro e emprestar para outro agente econômico.

Esse fenômeno é chamado de multiplicador bancário, ou também multiplicador monetário, que mede a capacidade dos bancos de ampliar a base monetária através do crédito.

Entretanto, sempre há pessoas sacando dinheiro dos bancos, de modo que nem todo o dinheiro depositado pode ser emprestado.

Assim, a parte que é separada para esse propósito é chamada de reserva fracionária.

A melhor forma de entendermos esse circuito de eventos é com um exemplo.

Suponhamos que uma pessoa deposite R$10 mil na conta poupança de um banco.

O que ocorrerá em seguida é que este irá reservar, digamos, 10% e emprestará os outros 90%, ou seja, R$9 mil. Esse valor também poderá ser usado para outros tipos de aplicações financeiras.

O importante aqui é que 10% do valor ficará guardado como reserva fracionária.

Em seguida, suponhamos que os R$9 mil foram emprestados para um tomador. Este terá que fazer uma conta no banco, na qual será creditado o valor do empréstimo.

Novamente, desses R$9 mil, 10% deverá ser guardado na conta de reserva fracionária no balanço do banco, enquanto que os 90% restantes (R$8.100,00) poderá ser emprestado novamente para outra pessoa.

Reserva fracionária e regulamentação do sistema financeiro

Se deixado livre, o sistema financeiro poderá expandir ilimitadamente a quantidade de dinheiro de uma economia, através do multiplicador monetário.

Isso pode, inclusive, gerar instabilidade e bolhas financeiras.

Para controlar isso, o Banco Central dos países regulamentam o sistema, limitando o efeito do multiplicador bancário através dos instrumentos de política monetária.

Tais instrumentos podem ser as reservas fracionárias e a política de juros.

Sobre o primeiro instrumento, quanto maior a reserva fracionária exigida pela autoridade monetária, menor é a capacidade dos bancos de multiplicarem a base monetária.

Isso pode limitar a capacidade de criação de moeda pelo sistema bancário, contribuindo para assegurar que os bancos se mantenham solventes e que tenham fundos suficientes para atender à demanda de saques dos seus clientes.

Em cada época o Banco Central pode estabelecer valores diferentes para a reserva fracionária dos bancos.

Outra forma de controlar a expansão monetária é através da política de juros, feita também pelo Banco Central.

Neste caso, a autoridade monetária usa dos seus instrumentos para tornar menos atraente o excesso de crédito.

Quando os empréstimos começam a tomar um nível perigoso, o Banco Central pode aumentar os juros e tornar os títulos públicos mais interessantes.

Como resultado, ocorre que os bancos tendem a diminuir a concessão de crédito, e aumentar a aplicação de seus recursos em ativos com liquidez e segurança maiores.