
As regras da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) para a contratação de influenciadores digitais para publicidade de produtos de investimento começaram a valer em 13 de novembro deste ano.
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As normas têm o objetivo de dar transparência ao investidor sobre as relações entre distribuidores e influenciadores.
Voltadas para as instituições que seguem o Código de Distribuição da Associação, as normas vão garantir que os investidores saibam, com clareza, quando determinado conteúdo é uma publicidade, diz Luiz Henrique Carvalho, gerente de Representação de Distribuição de Produtos de Investimento da Anbima.
“Nosso objetivo não é autorregular as atividades dos influenciadores, mas ajudar o investidor a ter acesso a informações importantes para sua tomada de decisão. É importante que os seguidores saibam quando uma postagem é publicidade e quando não é”, diz Carvalho.
As diretrizes determinam que a instituição deve garantir que o influenciador de finanças, também chamados “finfluencers”, informem, verbalmente ou por escrito, citando o nome do contratante, quando estiver fazendo uma propaganda.
As regras também preveem que a instituição é corresponsável pelo conteúdo das publicações contratadas e deve garantir que o influencer tenha as certificações ou autorizações necessárias caso esteja fazendo a recomendação ou análise de algum produto.
“Isso não quer dizer que o influenciador não terá liberdade para se comunicar com seu público como sempre fez, mas, sim, que a instituição será também responsável pelo conteúdo contratado e publicado, garantindo que o investidor receba com clareza as informações, análises ou recomendações, se for o caso”, explica Carvalho.
Todas as relações comerciais deverão ser regidas por um contrato, que deve informar os meios de divulgação, a descrição geral dos produtos divulgados e se eles envolvem uma atividade regulada, como análise ou recomendação, além da remuneração e a vigência.
As instituições também devem encaminhar para ANBIMA a lista dos influenciadores parceiros e manter os prints e links das publicações contratadas por um ano.
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As regras, que atualizam o Código de Distribuição, foram aprovadas em audiência pública realizada entre maio e junho deste ano e entraram em vigor nesta segunda-feira (13).
Embora estas não sejam voltadas para os influenciadores e nem prevejam punições para esses profissionais, os influencers foram consultados durante a audiência pública.
A Anbima informa também que foram realizados encontros individuais com alguns dos influenciadores mais relevantes do país, além de uma reunião aberta que contou com cerca de 160 participantes. Eles puderam dar sugestões e tirar dúvidas sobre as regras antes da publicação.
“Nós já acompanhamos as atividades dos influenciadores desde 2020 e entendemos a importância deles na democratização de informações sobre investimentos e educação financeira. Por isso, os convidamos para participar da construção dessas regras”, diz o executivo.
Segundo a última edição da pesquisa FInfluence – quem fala de investimentos nas redes sociais, existem hoje cerca de 515 influenciadores que se comunicam com 176,3 milhões de seguidores.
O estudo mostrou ainda que 49% dos influenciadores mapeados tinham relações com instituições do mercado.
Foram identificadas 364 parcerias, que incluem contratações para publicidade, participação em eventos e nos quadros de funcionários e no quadro societário.
Fonte: Anbima