O que é recessão?

Recessão é um termo macroeconômico que se refere a uma queda forte da produção de uma economia em um determinado período de tempo.

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Geralmente uma recessão ocorre quando há ao menos dois trimestres consecutivos de declínio do PIB (Produto Interno Bruno), mais especificamente, com taxas negativas de crescimento.

Uma recessão é marcada por queda nas vendas, na produção industrial, no nível de crédito, junto com um aumento da taxa de desemprego e da falência de empresas.

Outra marca de uma recessão é a queda das bolsas de valores e do preço dos ativos financeiros.

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Entendendo a recessão

Uma recessão é um movimento específico, marcado pelo período de declínio da atividade econômica, que faz parte de um fenômeno maior, chamado ciclo econômico.

Desde a Revolução Industrial, a tendência macroeconômica de longo prazo na maioria dos países tem sido o crescimento econômico. 

Junto com esse crescimento de longo prazo, no entanto, houve flutuações de curto prazo quando os principais indicadores macroeconômicos mostraram desaceleração ou mesmo um declínio total.

A recessão pode durar de períodos curtos, como seis meses, a vários anos, antes de retornar à sua tendência de crescimento de longo prazo. 

Numerosas teorias econômicas tentam explicar por que e como a economia pode sair de sua tendência de crescimento de longo prazo e entrar em um período de recessão temporária. 

Essas teorias podem ser categorizadas como baseadas em fatores econômicos reais, fatores financeiros ou fatores psicológicos, com algumas teorias que preenchem as lacunas entre eles.

Alguns economistas acreditam que as mudanças reais e as mudanças estruturais na indústria explicam melhor quando e como ocorrem as recessões econômicas. 

Por exemplo, um aumento repentino e sustentado nos preços do petróleo devido a uma crise geopolítica pode simultaneamente aumentar os custos em muitos setores.

Outro fator deste quadro pode ser o surgimento de uma nova tecnologia revolucionária, tornando obsoletos setores inteiros.

A propagação da epidemia de COVID-19 e os consequentes bloqueios de saúde pública na economia em 2020 é outro exemplo do tipo de choque econômico que pode precipitar uma recessão.

As teorias que explicam as recessões como dependentes de fatores financeiros se concentram na forte expansão do crédito e do risco financeiro durante os tempos de crescimento.

Aqui, o cenário positivo no crescimento rapidamente desaparece com a deterioração das expectativas, o que causa contração no crédito e na capacidade de refinanciamento das dívidas.

Isso, por sua vez, causa uma série de efeitos desencadeadores que aumentam a inadimplência e a estagnação dos investimentos e da produção, elevando o desemprego e derrubando a demanda.

Recessão e ciclo econômico

Os ciclos econômicos são fundamentalmente caracterizados por movimentos sucessivos de prosperidade e estagnação.

Este fenômeno é considerado um movimento natural na economia, uma vez que ela é impactada por um número enorme de fatores.

Geralmente, os ciclos econômicos são marcados por quatro períodos principais: 

  1. Expansão;
  2. Boom;
  3. Contração;
  4. Crise.

A recessão, neste caso, inicia no período de contração e se aprofunda na crise, quando ocorre uma euforia nos mercados financeiro e produtivo.

Vejamos como funciona cada uma dessas etapas.

Expansão do Ciclo Econômico

Período de recuperação do crescimento

É marcado mais pela consistência do que pela intensidade.

Neste caso, as taxas de juros costumam estar em patamares baixos, juntamente com os salários e os preços dos bens de investimentos.

Assim, as oportunidades se tornam mais atraentes para os empresários começarem novos empreendimentos, o que contribui para o início de uma nova rodada de investimentos.

Boom do Ciclo Econômico

Período de crescimento acelerado, marcado por um movimento de euforia nos mercados.

É o momento em que a economia alcança o seu pico máximo de crescimento.

Neste momento, existe um ambiente de otimismo, o que pode levar os agentes econômicos a negligenciar os perigos.

Empresas e instituições financeiras passam a tomar mais risco, negociando quantidades de crédito acima do que seriam adequadas em tempos normais.

Contração do Ciclo Econômico

Período em que o crescimento perde fôlego, podendo dar início à uma recessão ou haver apenas uma estagnação, que é quando a economia passa a ter crescimento próximo de zero.

Após o boom, a tendência é que a economia sofra um período de contração.

Aqui há a diminuição da atividade econômica e o aumento nos índices de desemprego.

A elevação da competitividade e encarecimento dos bens produtivos (salário e capital) faz as empresas se depararem com maiores dificuldades.

Crise do Ciclo Econômico

Período de euforia negativa, geralmente acompanhado de crises financeiras e recessão econômica.

As crises surgem principalmente devido às frustrações das expectativas anteriores. 

Nos períodos de crescimento, as empresas estavam otimistas no momento de executarem seus projetos. 

Acreditavam que os tempos de bonança haviam chegado para ficar.

Com a deterioração das condições de lucratividade, causada pelo aumento da competição, as empresas passam a ter seus planos frustrados.

Com isso, as expectativas de lucros caem, juntamente com a capacidade de honrar as dívidas feitas no passado.

Como resultado, há um aperto no mercado de crédito, por parte dos bancos, dificultando a rolagem das dívidas.

Esse conjunto de movimentos cria um cenário de terror nos mercados, causando uma euforia geral.

Neste momento, os agentes correm para vender seus ativos (tanto financeiros quanto materiais), derrubando seus preços.