O comando da Raia Drogasil (RADL3) anunciou que começará teste piloto de seu “marketplace” (shopping virtual) nas próximas semanas, com dois vendedores inicialmente.

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A informação foi divulgada nesta sexta-feira (28), durante a teleconferência com analistas sobre os resultados da Raia no terceiro trimestre de 2020.

A empresa ainda informou que comprou participação na Manipulaê, site de pesquisa de preços de itens manipulados em farmácias pelo país.

A operação foi feita por meio de debêntures conversíveis com opção de controle ou aquisição integral.

Essa iniciativa está dentro da estratégia de ampliar a área de atuação da empresa, considerando as discussões em torno de criar novas atuações das farmácias no país, algo que já vem sendo debatido pela Abrafarma, a associação do setor, há alguns anos.

Ainda está sendo testado um novo modelo de loja com conceito completo de serviços oferecidos pela companhia.

Vamos ter quatro lojas com conceito completo até o fim do ano, mais focada em ‘healthy’. Não estamos falando nas regiões onde estarão”, disse Marcilio Pousada, presidente da rede.

Atualmente a Raia possui 2,3 mil lojas no país.

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Possíveis parcerias

O diretor da empresa, Eugenio De Zagottis, mencionou que a Raia Drogasil poderia, por exemplo, fazer parcerias com laboratórios para coleta de sangue em loja.

"Por que não fazer coleta de sangue com parceria com laboratório como Dasa ou Fleury, com toda segurança e seguindo normas de higiene?”, perguntou, ao mencionar eventuais iniciativas para complementar os serviços da rede.

Segundo a empresa, quase 90% das aberturas em 12 meses foram lojas populares ou híbridas.

O executivo disse que o digital já é um “driver de crescimento” e irá ajudar no crescimento das lojas maduras, que recuperaram desempenho após segundo trimestre mais fraco.

Sobre o modelo em implementação hoje, Pousada disse que a Raia Drogasil quer ter um digital “mais chinês que americano”.

“Nosso negócio não será dar dinheiro ou distribuir voucher, mas criar uma relação de fidelidade que complemente e fortaleça também a loja física”.

A empresa apurou lucro de R$ 174,7 milhões no terceiro trimestre, versus R$ 146,2 milhões há um ano.

A receita bruta foi de R$ 5,4 bilhões, frente a R$ 4,7 bilhões um ano antes.

A ação da RD caía 6% nesta tarde.

Shoppings

As lojas de shoppings centers continuam a ter um desempenho pior que as lojas de rua, diz a Raia Drogasil (RD), cinco meses após início mais acelerado dos empreendimentos no país.

Além disso, as áreas com mais escritórios ainda mantém vendas abaixo do período anterior à pandemia, mas a empresa entende que essas diferenças fazem parte do processo de mudanças nos hábitos de consumo, e podem se normalizar.

Semanas atrás, a Abrasce, associação dos shoppings, disse que das 11 mil lojas que fecharam definitivamente nos shoppings no país, cinco mil, ou seja, 45%, não voltaram a reabrir mais.

Segundo o comando da RD, a expansão de suas lojas maduras foi de 5,3% no terceiro trimestre, mas ao incluir shopping, a taxa cai para 1,4%.

Na venda total, de todos os pontos, excluindo shopping, a taxa cresce 16,8%, mas ao incluir esses empreendimentos, o índice sobe menos, 12,8%, porque essas unidades puxam para baixo o índice geral.

A direção diz que, apesar das lojas localizadas dentro de shoppings terem reiniciado suas atividades, elas operaram com horários curtos e tráfego de clientes reduzido, continuando a penalizar as vendas.

“Tenho visitado shopping e vemos que agora no quarto trimestre ele avança com mais força”, diz Marcilio Pousada, CEO do grupo.

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Sobre o terceiro trimestre, a empresa entende que o período começou “a mostrar normalidade do negócio”, disse Pousada.

“Estamos enxergando a empresa agora como ela era antes do furacão”.

Sobre o desempenho por regiões, Zagottis afirmou que há diferenças claras nos números.

"Nesse novo normal de shopping pode ser que a venda passe a ser 90% do que era antes da pandemia, e a Avenida Paulista, 70% do que era antes" .

"E lojas de vizinhança sejam 110%, 120%, quero dizer, podem sair maiores. Então isso tudo ainda está acontecendo, as coisas estão passando por mudanças que ainda não sabemos como ficará”, disse.

Conforme as medidas de distanciamento social implementadas para combater a pandemia foram afrouxando no terceiro trimestre.

Empresa diz que houve melhoras nas receitas com o crescimento alcançando 12,8% no valor bruto, versus 6,3% de alta registrado no segundo trimestre.

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Fonte: Valor Econômico