Foi anunciado na última terça-feira (08), o aporte de US$ 500 milhões da Berkshire Hathaway (BERK34), gestora do bilionário Warren Buffett, no unicórnio brasileiro Nubank.

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Esse é o maior investimento individual já recebido pela empresa, colocando o Nubank como o banco digital mais valioso do mundo e o quarto maior banco da América Latina.

O aporte da gestora norte-americana faz parte da rodada série G de captações do Nubank e veio acompanhado de outra captação de US$ 250 milhões liderada pela Sands Capital, Verde Asset e Absoluto Partners.

Os novos investimentos levaram a avaliação do Nubank para US$ 30 bilhões, à frente da XP e Banco do Brasil (BBAS3) em valor de mercado.

O Nubank é o maior banco digital do mundo em número de clientes, com 40 milhões.

Segundo a empresa, nos primeiros cinco meses de 2021, o Nubank cresceu a um ritmo de mais de 45 mil novos clientes por dia.

Mesmo com esses dados, o banco digital registrou um prejuízo de R$ 230 milhões em 2020.

Então, por que Warren Buffett faria um aporte tão grande em uma empresa que gera perdas? 

Base de clientes do Nubank

A lógica de uma startup é diferente da esperada pelos investidores tradicionais.

Olhe para o Nubank como uma startup. Como tal, ela não está interessada apenas em dar apenas lucro, mas sim, em expandir sua base de clientes.

Isso, o Nubank faz muito bem. São mais de 40 milhões de clientes no Brasil.

O fato de não dar lucro é uma escolha e os investidores das startups estão acostumados com esse sistema.

Ao analisarmos a capacidade de transformação do capital investido, o Nubank levantou US$ 2 bilhões em todas as rodadas de investimento. 

Hoje, a empresa possui um valor de mercado de US$ 30 bilhões. Ou seja, multiplicaram o capital em 15 vezes.

Expansão internacional

Outro motivo para o aporte de Buffett são as perspectivas de expansão da companhia. 

Com mais de 40 milhões de clientes no Brasil, o banco digital tem planos para replicar seu modelo de negócios em outros países.

Há pouco mais de um ano, a empresa lançou seu primeiro produto no México e se tornou uma das maiores emissoras de novos cartões de crédito do país. 

Na Colômbia, onde atua há cerca de seis meses, possui mais de 300 mil colombianos na lista de espera para adquirir o cartão de crédito.

A empresa já afirmou que vai usar parte dos recursos para fortalecer suas operações na América Latina. 

Dado o aspecto totalmente digital do Nubank, fica mais fácil expandir seu modelo de negócios para outros países.

Embora a abertura de um IPO não seja a prioridade da empresa no momento, a entrada de um investidor como Buffett auxiliará o Nubank a atrair mais investidores e talentos globais.

A empresa conta com nomes internacionais de peso para todos os níveis hierárquicos.

O banco digital conta com Renee Mauldin, com passagens por Google, Twitter e Uber, como diretora de Pessoas; 

Yousseff Lahrech, engenheiro do MIT e ex-Capital One, é diretor de Operações; e Jag Duggal, ex-Google e ex-Facebook, como diretor de Produto.

Recentemente contratou Matt Swann, ex-Amazon e Booking, como diretor de tecnologia e Arturo Nuñez, ex-Apple e Nike, como diretor de marketing.

Oferta de produtos

Com oito anos no mercado, o Nubank entra em um novo momento de desenvolvimento.

A empresa tem expandido sua oferta de produtos para além do cartão de crédito.

Recentemente o Nubank adquiriu a Easynvest, uma das principais plataformas de investimento digital no Brasil.

Com isso, a empresa pretende levar aos clientes uma plataforma bancária digital completa que inclui empréstimo pessoal, produtos de investimentos, seguro de vida, produtos para microempreendedores e serviços de pagamentos instantâneo.

O aporte de Warren Buffett vai ajudar a expandir ainda mais a oferta de produtos e manter o ritmo de crescimento acelerado da empresa.

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Nubank não é a única aposta brasileira de Warren Buffett

Depois do investimento, o Nubank se junta a um grupo super restrito de empresas brasileiras no portfólio do "Oráculo de Omaha".

Outra empresa do mesmo segmento, mas focada em pagamentos, que faz parte da aposta de Buffett, é a Stone (STNE), listada na Nasdaq.

Warren Buffett investiu na companhia no IPO, em 2018, comprando os papéis a US$ 24. O montante foi de US$ 340 milhões, fazendo com que a Berkshire fosse detentora de 11,3% da companhia. 

Em 2021, a Berkshire Hathaway vendeu parte de sua posição, ficando com cerca de 3,4% das ações da companhia.

O megainvestidor também é "sócio" da 3G Capital, que tem entre seus fundadores os bilionários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.

As duas empresas se aliaram em 2015 para combinar os negócios da empresa de alimentos Kraft Foods com os da H.J. Heinz.

A Berkshire possui participação de 26,7% na Kraft Heinz (KHCB34), enquanto a 3G tem outros 24%, dividindo o controle da companhia.

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